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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - SILAMPOS, pela voz de Marco Rui Ermo.

Fora de Série

"Tivemos uma excelente recepção por parte do INESC Porto. Sinto que o nosso trabalho é adequadamente valorizado e temos tido óptimas condições e diversas oportunidades para desenvolver novos projectos." Aníbal Matos

A Vós a Razão

"Agir sem reflectir pode conduzir a maus resultados. Mas também é verdade que reflexão sem acção não leva a lugar algum. O sucesso consiste em conjugar ambos os verbos e, também por isso, universidades e empresas se complementam", Paulo Teixeira de Morais

Asneira Livre

"...para além do aroma a canela, por vezes também se sente no ar uns outros cheiros peculiares, tais como a iscas de bacalhau, méchoui de borrego, sopa de grelos, angu de banana, consomê de mandioquinha com vinagrete de legumes e no outro dia até nos cheirou a crostone negro com truta defumada!", Ivone Amorim e Rute Ferreira

Galeria do Insólito

Tal como no Orçamento português de há uns anos, a resposta para o mistério que assolou o INESC Porto este Natal foi, quem diria... queijo!

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC Porto...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC Porto, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

 

Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua actividade. A escolha final é da responsabilidade da Redacção do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade...

Aníbal Matos

1. O Aníbal dedica-se à I&DT nas áreas de Robótica Submarina e Controlo de Sistemas Distribuídos. Como surgiu o seu interesse por estas áreas?

Creio que o interesse pelo Controlo resultou da constatação de que sistemas muito simples podem ter comportamentos muito diversos, e que estes podem ser alterados através do estabelecimento de regras muito básicas. Por outro lado, sempre achei a robótica uma área aliciante, não só pelas aplicações possíveis como também pelos desafios mais conceptuais que aí se colocam. A dedicação à robótica submarina iniciou-se com um estágio na Woods Hole Oceanographic Institution (USA) em 1996, durante o qual tive oportunidade de operar o primeiro submarino autónomo REMUS. Desde então tenho estado ligado a diferentes projectos de robótica submarina e de veículos de superfície, alguns de carácter mais conceptual, outros mais dirigidos para aplicações.

2. O ROBIS integrou recentemente o INESC Porto. Que tal tem sido a recepção?

Tivemos uma excelente recepção por parte do INESC Porto. Sinto que o nosso trabalho é adequadamente valorizado e temos tido óptimas condições e diversas oportunidades para desenvolver novos projectos.

Anibal Matos1 Aníbal Matos 2

3.Qual era a imagem que o grupo de Robótica tinha do INESC Porto antes da integração? Esta imagem mantém-se?

Creio que o INESC Porto é visto de fora como uma instituição com forte dinamismo, grande profissionalismo e uma elevada cultura de exigência. Esta imagem tem vindo a reforçar-se e agrada-me em particular o sentido de confiança mútua entre os seus membros e a forma como facilmente se conjugam esforços para endereçar novos desafios.

4. De que forma é que as competências das restantes áreas de I&DT do INESC Porto se podem complementar com as novas competências trazidas pelo ROBIS ?

As competências do ROBIS centram-se nas áreas da Robótica e do Controlo de Sistemas, podendo estas complementar as competências das restantes áreas do INESC Porto em diferentes domínios de aplicação. Um caso óbvio é o da Produção Industrial, onde naturalmente têm surgido projectos conjuntos.
Por outro lado, as soluções robóticas são por natureza integradoras e as aplicações endereçadas pelos investigadores do ROBIS já estão a beneficiar da colaboração com investigadores do INESC Porto de várias áreas, desde as Comunicações, à Energia, aos Sistemas de Informação, aos Sensores, entre outras.

Aníbal Matos 3 Robis1

5. Neste momento já estão a decorrer projectos multidisciplinares, nomeadamente com as áreas de Sistemas de Energia e Telecomunicações/Multimédia. Quais são as principais diferenças “culturais” que tem sentido nestas parcerias?

Tenho sentido que no INESC Porto há a preocupação de as diferentes áreas se afirmarem pelas suas competências intrínsecas e de se procurar tirar partido da sua complementaridade para endereçar problemas complexos e de carácter multidisciplinar. É evidente que neste tipo de projectos há sempre algumas dificuldades resultantes de diferentes formas de abordar as questões e até mesmo do uso de diferentes terminologias. Contudo, estas dificuldades são sempre ultrapassadas pela confiança mútua.

6. Esta nomeação para “Fora de Série” vem no seguimento da defesa bem sucedida de um projecto de Robótica Submarina no Brasil. Qual foi o maior desafio que esta proposta lhe colocou?

O maior desafio foi sem dúvida o curto intervalo de tempo disponível para a elaboração e defesa da proposta. Em situações como esta é ainda mais fundamental definir de forma precisa os objectivos que pretendemos para o projecto porque temos de reunir informação, produzir documentos e tomar decisões de uma forma muito eficiente. O sucesso da proposta assentou no excelente clima de cooperação entre todos os elementos envolvidos na sua elaboração, desde os membros dos INESC Porto, aos restantes colegas portugueses com quem já tínhamos trabalhado e aos colegas brasileiros com quem iniciámos aqui a nossa colaboração.

 Aníbal Matos 4 ROBIS 2

7. Qual é a importância estratégica deste projecto para o ROBIS em particular e para o universo INESC Porto em geral?

Para o Grupo de Robótica é o reconhecimento das suas competências e capacidades técnicas, e também a possibilidade de novas colaborações potenciadas pelas relações estabelecidas com os colegas brasileiros. Para o INESC Porto, este projecto acrescenta uma nova área à já bem estabelecida cooperação com o Brasil, contribuindo assim para a sua estratégia de internacionalização.

8 Qual é o potencial do mercado brasileiro na área da Robótica Submarina (enquanto cliente)?

O Brasil é um país com grandes rios, um elevado número de aproveitamentos hidroeléctricos e vastas albufeiras, muitas delas situadas em áreas remotas e de díficil acesso, onde a Robótica Submarina (e mesmo aquática em geral) pode ter um elevado valor acrescentado, tanto na inspecção de estruturas submersas, como também na monitorização ambiental, vigilância, entre outros. Por outro lado, importa não esquecer que o Brasil desempenha já um papel relevante na exploração petrolífera off¬shore que é um mercado importantíssimo para a Robótica Submarina.

OceanSys2

9. Com base na sua experiência profissional, qual é a posição portuguesa no âmbito da I&DT mundial na área da Robótica Submarina?

À escala mundial, a Robótica Submarina aparece principalmente ligada aos seus tradicionais utilizadores (militares, instituições de investigação oceanográfica e indústria petrolífera off-shore), que em Portugal não existem ou não têm grande tradição de investimento em I&D em áreas mais tecnológicas. Este panorama, embora se esteja a alterar, tem de algum modo limitado as potencialidades do trabalho nacional de I&DT em Robótica Submarina. No entanto, os diferentes grupos portugueses nesta área têm sido capazes de realizar trabalho de elevada qualidade e com reconhecimento internacional. Falta ainda nesta área, como em muitas outras, capacidade para valorizar de uma forma sustentada o conhecimento e as tecnologias desenvolvidas. 

10. Terminaremos este breve questionário, pedindo que comente a seguinte citação de António Paulo Moreira, coordenador do ROBIS, que o nomeou para esta distinção

O Aníbal Matos demonstrou um excelente tempo de resposta e eficiência na preparação de diversos projectos com parceiros no Brasil. Esta nomeação vem no seguimento do seu envolvimento excepcional no projecto “Sistema Inteligente de Supervisão Georeferenciada de Reservatório através de veículo Autónomo”, que se destina à supervisão de barragens e reservatórios de centrais hidroeléctricas. O Aníbal foi capaz de, em poucos dias, ajudar a preparar uma proposta, deslocar-se ao Brasil e defendê-la brilhantemente junto de parceiros estratégicos, tais como a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão; a Universidade Federal de Engenharia de Itajubá e a Universidade Federal de Juiz de Fora.

Fico muito contente com este reconhecimento, mas seria mais do que justo estendê-lo a todos os que ajudaram a preparar esta proposta. No entanto, a preparação e a defesa de uma proposta é apenas um pequeno passo inicial de um trabalho que importa desenvolver com qualidade, cumprindo, e até superando, os objectivos definidos.