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INESC TEC na linha da frente da revolução energética

Evento com organização INESC TEC confirma papel pioneiro de Portugal

O INESC TEC foi escolhido pelo Lawrence Berkeley National Laboratory, um laboratório do Departamento de Energia do governo norte-americano, para trazer pela primeira vez a Portugal o Simpósio sobre micro-redes, que se realizou nos dias 3 e 4 de setembro. Évora foi a cidade eleita para acolher este evento internacional, que contou com 125 especialistas de todo o mundo. Este reconhecimento é mais uma prova que Portugal e o INESC TEC estão na vanguarda do que de melhor se faz ao nível da energia no mundo.

O BIP falou com João Peças Lopes, diretor do INESC Porto (entidade que coordena o INESC TEC) e presidente da Comissão Organizadora local do evento, e com Carlos Moreira, investigador da Unidade de Sistemas de Energia (USE), que nos fizeram um balanço daquela que foi a 8ª Edição do Simpósio sobre micro-redes.

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Energia debatida por especialistas de todo o mundo

Foram 125 – 100 dos quais estrangeiros – os especialistas de todo o mundo que estiveram presentes na 8ª Edição do Simpósio sobre micro-redes, que faz parte de uma série de eventos promovidos pela Universidade de Berkeley dos Estados Unidos da América (EUA). Este ano a responsabilidade da organização deste evento foi atribuída ao INESC TEC (que contou com o apoio da EDP Distribuição e da EFACEC), na sequência de uma candidatura submetida em 2011 para organizar o Simpósio na cidade de Évora. Com a candidatura aceite e concretizada neste evento, ficou reconhecido “o trabalho do INESC TEC no domínio das Smart Grids”, adianta Carlos Moreira.

Este evento, que contou com participantes de quatro continentes – Europa, Ásia, América (norte e sul) e África – permitiu a partilha de experiências, não só do domínio académico, mas também empresarial, o que, para Carlos Moreira – investigador que participou ativamente no Simpósio com uma apresentação intitulada Operational Characteristics of Microgrids with EVs – “contribui para a maturação do estado da arte e para o lançamento de novas ideias”, fulcrais para os temas da microgeração, micro-redes e mobilidade elétrica. Já João Peças Lopes afirma ter ficado “particularmente satisfeito com os conteúdos apresentados. No fundo, o evento permitiu fazer uma mostra do estado da arte internacional neste domínio”. Para além disso “houve oportunidade de apresentar casos de estudo e pilotos que estão a ser desenvolvidos noutros países do mundo e isso foi particularmente relevante pela troca de ideias e de experiências”, destaca ainda o diretor.

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Questionado sobre o porquê da escolha da cidade de Évora, João Peças Lopes afirmou que esta cidade tem “todos os ingredientes para receber um evento deste tipo, não só por ser Património da Humanidade, mas também porque tem um piloto onde se encontra instalado um conjunto de contadores inteligentes e uma infraestrutura capaz de receber equipamentos de microgeração e o conceito de micro-rede”.

Na vanguarda das redes elétricas inteligentes e microgeração

O destaque do evento, com a duração de dois dias, foi ainda para a visita a diversos pontos do demonstrador InovCity em Évora, onde foi possível contactar com algumas das infraestruturas do projeto. O presidente da Comissão Organizadora local considera que os participantes ficaram “verdadeiramente impressionados porque não imaginavam que tudo funcionava como dizíamos que funcionava”. E adianta ainda: “uma coisa é fazer apresentações em conferências, e outra é chegar lá e ver que funciona, e isso é extremamente importante”.

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O InovCity é um projeto-piloto liderado pela EDP Distribuição e conta já com 33 mil clientes. Este trabalho com forte participação do INESC TEC assume-se como a montra do papel pioneiro que Portugal tem vindo a desempenhar na revolução energética que se verifica a nível mundial. João Peças Lopes realça mesmo que Portugal teve neste evento “a oportunidade de apresentar o caso de estudo de Évora, que foi particularmente bem recebido porque é um piloto de grande dimensão quando comparado com aquilo que está a ser feito em outros países do mundo”, o que denota também o carácter inovador do projeto.

Para o diretor, este trabalho “tem hoje uma maturidade técnica muito significativa e isso veio demonstrar a capacidade que o sistema científico e tecnológico português, a engenharia portuguesa, as empresas portuguesas do setor têm”, adianta. Mais do que isso, [o InovCity] “foi até uma surpresa já que muitos dos presentes não esperavam que em Portugal existisse este tipo de competências e capacidades. Nesse aspeto foi extremamente positivo”, revela.

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Évora – exemplo de uma cidade sustentável

Évora é a primeira cidade portuguesa a receber uma rede inteligente de energia. Com o InovCity foram instalados contadores inteligentes na cidade que permitiram aumentar a capacidade de comunicação entre o fornecedor de energia elétrica e o respetivo consumidor. E o que está hoje diferente em Évora? João Peças Lopes e Carlos Moreira destacam sobretudo a consciencialização dos consumidores relativamente à energia e aos gastos energéticos. Estes consumidores “têm hoje uma perceção muito diferente daquilo que é a energia elétrica e de como esta é utilizada”, afirma o diretor. Mais do que isso, têm “uma consciência dos custos da energia elétrica, da dificuldade que existe em produzi-la, que se traduz na variação dos preços da eletricidade”, esclarece.

Esta nova perceção é fundamental para conseguir ganhos de eficiência e uma utilização mais racional da energia. E esses ganhos são visíveis. “Hoje já se percebe que um grande número de consumidores de Évora consegue reduzir o valor da sua fatura de energia em dois ou três por cento e, em alguns casos particulares, consegue atingir-se valores bastante superiores de sete e oito por cento”, revela o diretor. Mas a ideia é “ir mais além; o projeto tem de acomodar de forma mais séria e mais arrojada a microgeração. Ele foi concebido para isso e isso está neste momento a acontecer”, acrescenta João Peças Lopes.

João Peças Lopes   Carlos Moreira

Carlos Moreira adianta ainda que com este projeto também ocorreram mudanças “ao nível da criação de infraestruturas para o carregamento de veículos elétricos em locais públicos e para a inovação ao nível da gestão e controlo da iluminação pública”, o que, combinado com a criação de condições para a melhoria de eficiência energética com a utilização dos contadores inteligentes em espaços públicos, tecnologia esta que contou com a experiência do INESC TEC, constitui um aspeto verdadeiramente diferenciador desta cidade portuguesa.

E para o futuro?

Portugal começou a traçar um caminho de excelência na área da energia com a progressiva integração de fontes de energia renovável para a produção de eletricidade e produção distribuída integrada sobre as redes de distribuição, o que exigiu uma gestão cada vez mais avançada e ativa da rede. Este evento veio, então, reconhecer o papel pioneiro do país, e do INESC TEC em particular, na revolução que se verifica atualmente ao nível da energia, nomeadamente na sua capacidade de adaptação aos novos paradigmas tecnológicos da exploração de microgeração renovável.

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De acordo com Carlos Moreira, Portugal tem vindo a demonstrar toda a sua capacidade tecnológica no domínio das Smart Grids, e com o InovCity “foram criadas as bases para que futuramente os principais atores (distribuidores e comercializadores de energia elétrica, fabricantes de equipamentos, entidades do Sistema Científico e Tecnológico) continuem a procurar soluções inovadoras para o desenvolvimento e implementação do conceito de Smart Grids”. Esta é uma linha de trabalho em que o INESC TEC tem vindo a apostar, e assim continuará “com condições que agora se encontram ainda mais reforçadas”, destaca o investigador da USE.

João Peças Lopes confirma que Portugal conseguiu sempre reagir de uma forma muito proactiva, quer a comunidade científica, quer as empresas que atuam no setor, quer as utilities em particular, neste caso a EDP Distribuição. “Isso permitiu-nos a certo momento estar na linha da frente, facto que é reconhecido internacionalmente, e a ideia é não parar”, declara o diretor. E acrescenta, “ não podemos deixar de continuar a fazer um esforço neste domínio porque se queremos garantir à indústria portuguesa a capacidade de inovar, de ter diferenciação tecnológica, capacidade de exportar e de se impor nos mercados externos, temos de continuar esse trabalho”. Naturalmente, o INESC TEC tem aqui um papel fulcral “porque tem um capital de experiência e de saber acumulados que não pode deixar cair”, revela. Pelo contrário, “temos de continuar a fazê-lo crescer e a fazer a transferência daquilo que sabemos para a indústria, e em particular para a indústria portuguesa”, finaliza.

Em discurso direto

André Madureira

André Madureira (investigador da USE)

"O Simpósio de Micro-Redes realizado em Évora e organizado pelo INESC Porto e EDP Distribuição revelou-se uma experiência extremamente positiva num evento que permitiu reunir os maiores peritos mundiais na área das micro-redes e mostrar o elevado valor do trabalho produzido em Portugal nesta área durante os últimos anos. Mais ainda, permitiu afirmar uma vez mais o INESC Porto como uma instituição de relevo na área das micro-redes e redes inteligentes sobretudo pelo papel fundamental que teve no desenvolvimento do projeto InovGrid com a EDP Distribuição."

Luís Seca

Luís Seca (Investigador da USE)

 “O evento reuniu algumas das grandes referências mundiais na área das micro-redes permitindo, num ambiente informal e acolhedor, dar a conhecer o estado da arte e as linhas de desenvolvimento para os próximos anos. A organização foi elogiada pelos participantes que ficaram particularmente impressionados com a visita que fizeram ao InovCity, um piloto à escala real com cerca de 30 mil contadores inteligentes e outros dispositivos avançados de controlo da rede, cuja arquitetura e especificação funcional foram definidas pelo INESC TEC”.