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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da REN - Redes Energéticas Nacionais, pela voz de Miguel Silva.

Fora de Série

"Acho que devemos ser nós próprios e acima de tudo fazer mais e melhor em momentos particularmente difíceis, como este que atravessamos." Luís Seca (USE)

A Vós a Razão

"Estou plenamente convencido que o resultado da integração do LIAAD na rede INESC TEC é promissor porque, tal como nos sistemas complexos (...) "o todo é claramente maior do que a soma das partes", Pedro Campos (LIAAD)

Asneira Livre

"O HASLab integrou-se recentemente no INESC TEC. Variadas razões motivaram este casamento...", Alcino Cunha (HASLab)

Galeria do Insólito

Já ouviu falar do “Gabinete da Extinção”? Fica no INESC TEC! Vá ver com os seus próprios olhos!

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Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua atividade. A escolha final é da responsabilidade da Redação do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade.

LUÍS SECA

1. Já era o único INESCTECquiano eleito “Fora de Série” por duas vezes. Esta terceira eleição faz subir ainda mais a fasquia. Sente que é um exemplo para os seus colegas, tanto na USE (Unidade de Sistemas de Energia) como em todo o Laboratório Associado?

Ser eleito "Fora de Série" é, evidentemente, um reconhecimento que deixa qualquer um satisfeito. Eu não me sinto um exemplo para ninguém. Acho que devemos ser nós próprios e acima de tudo fazer mais e melhor em momentos particularmente difíceis, como este que atravessamos. Considero que isso só é possível se formos capazes de manter níveis de motivação elevados e não nos acomodarmos ao que já conquistamos.

2. Iniciou as funções de Assessor de Coordenação da USE há cerca de três anos. É difícil conciliar o papel de colega de trabalho para o papel de Assessor do Coordenador?

Na Unidade de Sistemas de Energia temos um ambiente de trabalho extraordinário, havendo descontração e boa disposição, mas cada um de nós sabe em cada momento que posição ocupar. Se eu for capaz de respeitar a posição dos outros, também os outros saberão respeitar a minha, pelo que essa conciliação se faz naturalmente.

Luis Seca Luís Seca 10

3. Atualmente, o Luís também está a fazer o doutoramento. Foi difícil voltar a estudar? Como é o quotidiano de um trabalhador-estudante com um papel tão importante no local de trabalho, como é o seu caso?

Não vou dizer que tem sido fácil porque, efetivamente, a sobreposição de trabalho complica muito as coisas e o descanso tem sido pouco. Não foi fácil voltar a estudar, ter de fazer uma data de exames e de trabalhos, ao mesmo tempo que candidaturas, projetos em curso e ainda as tarefas de gestão na Unidade. Além disso, ainda há a família, que é quem mais sofre com todo este trabalho e a ela também tenho de agradecer todo o apoio e paciência nesta fase complicada.

4.Também está a dar aulas na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Está a gostar da experiência?

Sim, tem sido um desafio muito interessante. Para um investigador sem experiência anterior no Ensino, significa ter de ser capaz de transmitir conceitos e ideias que fazem parte do nosso dia-a-dia de uma forma mais simples e adequada ao grau de conhecimento dos alunos. Mas é gratificante chegar à avaliação e verificar que uma boa parte interiorizou aquilo que ensinamos.

Luís Seca 3 Luís Seca 8

5. Imagina-se a dedicar a vida ao Ensino?

Nunca se sabe o dia de amanhã e quando as experiências são positivas, é mais uma porta que se abre. Mas ainda que estivesse mais envolvido no ensino, teria de ter sempre a atividade de investigação que desenvolvo aqui no INESC TEC. Sou uma pessoa que gosta de novos desafios e projetos, seja em termos de I&D ou mesmo de gestão, pelo que dificilmente abdicaria do que faço atualmente.

6. O envolvimento do Luís na preparação de projetos europeus é outro motivo que conduziu a esta terceira nomeação como “Fora de Série”. Como caracterizaria as últimas 48 horas antes do deadline para submissão de um projeto europeu?

Eu confesso que gosto de trabalhar sobre pressão. Acho que devemos ser organizados e metódicos, de forma a cumprir prazos de forma mais relaxada, mas também devemos estar preparados lidar com o imprevisto. No caso concreto dos projetos europeus, depende quase sempre daquele que foi o nosso papel desde o início do projeto, mas genericamente é uma aventura, pois gerir muitos parceiros/ideias e não chegar ao fim com uma “manta de retalhos” é difícil. Temos de ser capazes de, até na última hora, verificar que há um fio condutor e que o projeto faz sentido como um todo. Quanto a questões burocráticas, a Comissão Europeia ainda tem muito que aprender para chegar ao nível de complexidade dos financiamentos nacionais, pelo que por aí não há grande problema! É evidente que a experiência adquirida ao longo dos anos torna as coisas mais fáceis e hoje já temos uma máquina bem afinada para este tipo de candidaturas.

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7. O que sentiu no dia da inauguração do Novo Laboratório de Micro-redes e Veículos Elétricos?

Senti um orgulho muito grande. Há vários anos que tinha vontade de materializar os conceitos, as funções e os algoritmos que temos vindo a desenvolver em vários projetos nacionais e europeus. Somos muitas vezes acusados de fazer engenharia virtual e por isso dá um enorme prazer ver elementos da indústria reconhecerem que fomos capazes de implementar fisicamente aquilo que muitos deles achavam irrealista em ambiente de simulação.
No caso concreto do projeto REIVE foi ainda mais especial, porque fui um dos que o ajudou a nascer e lutou para que se concretizasse com a ambição que tínhamos inicialmente. Tivemos um grupo de pessoas que desenvolveu um esforço extraordinário para conseguir pôr todo aquele conjunto de equipamentos a funcionar como um sistema. Muitas noites ali foram passadas em claro, mas valeu a pena, pois o feedback que temos tido é excelente e penso que a instituição ainda vai beneficiar muito com este laboratório.

8. De que forma é que este Laboratório pode alavancar a liderança da USE/INESC TEC no setor da energia, tanto no plano nacional como no plano europeu?

Este laboratório permite-nos testar e implementar um conjunto de funcionalidades que até hoje só tínhamos validado em simulação. Os ensaios no laboratório permitem incorporar limitações e características existentes no mundo real, dando maior credibilidade ao trabalho desenvolvido. Além disso, permitirá trazer a indústria para mais perto de nós, uma vez que também para eles este é um test bed de excelência para alguns dos seus produtos na linha das redes elétricas inteligentes.

Luís Seca 7 Luís Seca 8

9. Quais são os seus objetivos profissionais para 2013?

Prevê-se um ano difícil, onde já é clara a redução da atividade no mercado nacional, mesmo junto de clientes que tinham tradição em alguns estudos importantes para a sua atividade. Espero, portanto, ser capaz de continuar a responder às diversas solicitações que temos tido do exterior, estando em vista a incursão por mercados até agora menos explorados, para onde terei provavelmente de me deslocar já este ano. Ao nível interno, procurarei melhorar tarefas e processos, para que a Unidade funcione ainda melhor. Por fim, mas não menos importante, aprender mais com todos aqueles que todos os dias me ensinam e me fazem crescer como profissional.

10. Terminaremos este breve questionário, pedido que comente a seguinte declaração de Manuel Matos, coordenador da USE, e que o nomeou para esta distinção.

Para além de desempenhar com elevada qualidade e dedicação as funções próprias de adjunto da coordenação (ao mesmo tempo que faz os seus estudos de doutoramento), o Luís Seca teve nos últimos meses, culminando em dezembro e em janeiro, uma elevada participação na preparação de diversos projetos europeus, não só nos aspetos organizativos mas também científicos. O Luís também esteve ativamente envolvido na montagem do Novo Laboratório de Micro-redes e Veículos Elétricos e na organização de demonstrações de elevada responsabilidade no âmbito do projeto REIVE. Estas atividades traduziram-se em muitas horas de trabalho em horários exigentes, com sacrifícios do ponto de vista pessoal. Os resultados foram excelentes, do ponto de vista interno e externo.

Ver o nosso trabalho reconhecido pela chefia é sempre importante, mas no caso particular do Prof. Manuel Matos ainda é mais, dada a sua reconhecida exigência e rigor em todos os trabalhos a que se dedica. Aproveito para agradecer publicamente todos os seus ensinamentos, nomeadamente o seu pragmatismo, que tem sido fundamental para todo este “processamento paralelo” que tenho sido capaz de fazer.