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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho do grupo TBE - Transmissoras Brasileiras de Energia, pela voz de Eden Luiz Carvalho Junior.

Fora de Série

"Quando as devidas adaptações forem feitas e o modelo vingar, acho que o INESC Brasil tem potencial para ser uma das instituições de referência na América Latina e não só." Pedro Jorge (UOSE)

A Vós a Razão

"A integração do HASLab como unidade de investigação no INESC TEC foi, sem dúvida, um passo de enorme importância, muito pela oportunidade de interagir com outras unidades de forma a explorar a multidisciplinaridade existente num instituto desta dimensão." Rui Maranhão (HASLab)

Asneira Livre

"(...) um lugar arrepiante, onde seres humanos coabitam com uma parafernália de traquitanas barulhentas, pirosas, e fortemente dotadas de vida própria, que se atiram ao dono de forma injustificada nunca privilegiando a via do diálogo para a resolução de conflitos (...)” Miguel Miranda (USE)

Galeria do Insólito

Pasta "zipada"

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

Novos Doutorados

Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

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VIGILÂNCIA CÍVICA

Foi publicitariamente celebrada a estreia da nova série Spacetime Odyssey. Na esteira do mítico Carl Sagan, vem o poder da imagem e da narrativa revisitar, de forma atualizada, o que sabemos sobre o Universo.

A série COSMOS de 13 episódios arrastara há anos para o sonho uma multidão de pessoas, rendidas ao fascínio do astrónomo e astrofísico de Cornell, USA. Hoje, pela mão da National Geographic e pela ação de Ann Druyan, sua esposa, temos a revitalização da série. Com mais Hollywood e menos BBC, parece ser ainda tecida do mesmo pano: a origem, essência e destino do universo e a condensação do conhecimento humano em linguagem acessível mas rigorosa, cativando pela via onírica o que apenas a racionalidade descreve.

Mas a crónica não é sobre o programa – é sobre a necessidade permanente de credibilização da Ciência. Não surpreende, mas não cessa de espantar, a reação virulenta que certos círculos fundamentalistas americanos logo exibiram contra o primeiro episódio. A alegação mais pacífica terá sido a de que se tratava de propaganda ateísta – e logo misturaram, no mesmo cadinho, o big bang e a evolução biológica. A leitura de variados blogs americanos, bem como de comentários em muitos sites, mostra bem como a águia está doente: a sua ciência é das mais avançadas, mas os seus cidadãos renegam-na.

A publicitação do recente inquérito sobre as convicções dos americanos é demolidora: 26% não sabem que a Terra revolve em volta do Sol, 52% não sabem – leia-se, não aceitam ­– que os seres humanos evoluíram de seres mais primitivos, 61% não aceitam que o universo tenha começado por uma explosão inicial. Esta querela americana de fundo religioso (liderada pelos interpretacionistas literais da Bíblia) tem tudo o que é preciso para dar errado: alia fanatismo com política. Junta fundamentalismo com partido. Mutatis mutandis, é o Irão de Khomeini na versão do Tio Sam. Existem, então, os bons e os maus, e uma trincheira a isolá-los. É a derrota do racionalismo e o regresso à Inquisição.

E isso que nos sirva de lição: que o nosso equilíbrio como sociedade passa pelo contínuo esforço de credibilização da ciência – porque os cidadãos são presa sempre potencial de mitos e emoções populistas. Quando a ideologia contamina a ciência, ou a comunicação de ciência, ou a política de ciência, está aberta a porta do relativismo e estendida a passadeira vermelha à superstição. Está feito o caminho para que os cidadãos reneguem o valor do conhecimento – porque passa a jogar-se o simplório jogo do ‘nós contra eles’ e não importa mais a verdade, apenas o clube a que se pertence.

Apresentar a ciência em Portugal como um bando de gastadores é ilegítimo e pernicioso. É não compreender que a desvalorização social da ciência tem custos económicos incalculáveis para o país. Talvez este argumento seja o necessário para sensibilizar aqueles que, transitoriamente no poder, qualquer que esse seja, político, económico ou de comunicação social, apenas leem o futuro no mostrador de uma calculadora ou na folha do Excel.

Créditos foto: Wikipédia