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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho do grupo TBE - Transmissoras Brasileiras de Energia, pela voz de Eden Luiz Carvalho Junior.

Fora de Série

"Quando as devidas adaptações forem feitas e o modelo vingar, acho que o INESC Brasil tem potencial para ser uma das instituições de referência na América Latina e não só." Pedro Jorge (UOSE)

A Vós a Razão

"A integração do HASLab como unidade de investigação no INESC TEC foi, sem dúvida, um passo de enorme importância, muito pela oportunidade de interagir com outras unidades de forma a explorar a multidisciplinaridade existente num instituto desta dimensão." Rui Maranhão (HASLab)

Asneira Livre

"(...) um lugar arrepiante, onde seres humanos coabitam com uma parafernália de traquitanas barulhentas, pirosas, e fortemente dotadas de vida própria, que se atiram ao dono de forma injustificada nunca privilegiando a via do diálogo para a resolução de conflitos (...)” Miguel Miranda (USE)

Galeria do Insólito

Pasta "zipada"

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

Novos Doutorados

Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

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Fora de Série

A SÉRIE DOS FORA DE SÉRIE

Num universo de mais de 700 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determina uma mudança de política editorial: partir de dezembro de 2013, o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!).

Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, será desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.

ESTE MÊS FALAMOS COM...PEDRO JORGE (UOSE)

1. O Pedro Jorge está prestes completar duas décadas de ligação ao INESC TEC. Como vê o crescimento da instituição, tanto no plano geográfico, como no plano das áreas de competência?

O crescimento do INESC TEC, enquadrado no seu estatuto de Laboratório Associado, foi algo natural e necessário numa instituição que pretendia ocupar o seu lugar como uma referência nacional e internacional em várias áreas da ciência e tecnologia.
Neste contexto, o alargamento das áreas de competência era algo que se impunha. O alargamento geográfico, por outro lado, incluindo outras instituições do Minho e de Trás-os-Montes, tem um carácter estratégico importante, pois dá ao INESC TEC um papel de agregador das forças regionais, numa altura em que se assiste a um rearranjo das instituições académicas a nível nacional.
Com o crescimento o INESC TEC ganhou força mas perdeu alguma agilidade. É importante que haja agora uma fase de consolidação e amadurecimento e uma maior articulação interna para tirar partido das novas competências. Vê-se mais do que nunca um grande esforço para que essa articulação interunidades aconteça. Acho isso muito positivo e acho que é a direção a seguir.

2. De que forma a atividade de investigação que desenvolve na Unidade de Optoeletrónica e Sistemas Eletrónicos (UOSE)/INESC TEC enriquece a sua atividade como docente do Ensino Superior?

Apesar de já ter dado aulas em diferentes instituições, não sou docente; sou Investigador Contratado. No entanto, tenho uma atividade intensa de orientação em Mestrados e Doutoramentos que só é possível pelo seu enquadramento na atividade de investigação.
O Investigador Contratado é uma nova espécie no INESC TEC, possibilitada pelo estatuto de Laboratório Associado. Esta força de trabalho de investigadores a 100% teve um papel essencial no crescimento em tamanho e qualidade do INESC TEC e de outras instituições do Sistema Científico Nacional.
Infelizmente, com a mudança de políticas e a crise, o suporte com fundos públicos está a desaparecer e somos uma espécie ameaçada (na UOSE passamos de 9 para 3). Neste momento, por força das circunstâncias, somos encarados como um problema de tesouraria. Parte do processo de amadurecimento de que falei acima passa por a Instituição decidir o tipo de quadros que quer ter e que estratégia deve adotar para a sua sustentabilidade.
Pedro Jorge Pedro Jorge

3. A UOSE é a Unidade com um maior índice de produção científica. Qual é a importância deste contributo no âmbito de uma instituição de interface entre academia e indústria, como é o INESC TEC?

O lema do INESC TEC (a geração do conhecimento científico é a base da inovação) dá a resposta a essa pergunta. Nos tempos que correm a tentação de esquecer isso é muito grande e assiste-se a um proliferar de “teóricos da inovação” e a um desinvestimento na geração de novo conhecimento. Se secarmos a fonte, mais tarde ou mais cedo só restará um deserto de ideias.

Pedro Jorge Pedro Jorge
Quanto à importância do carácter científico da UOSE para o que é hoje o INESC TEC gostaria de contar uma história. Em 1997, tinha eu começado a minha atividade como investigador bolseiro na UOSE, a permanência da unidade no INESC Porto estava por um fio. Éramos uma unidade demasiado dispendiosa que comprava uns lasers caríssimos e que ainda por cima só publicava umas coisas de vez em quando. Fomos salvos da extinção pelo então Presidente da República, o Dr. Jorge Sampaio, que ao visitar a Unidade por um périplo “pelo que de melhor se fazia em Portugal” nos transformou em “joia da coroa”.
Pouco tempo depois começava o processo de avaliação que iria resultar na atribuição do estatuto de Laboratório Associado ao INESC Porto. O INESC Porto foi em muito beneficiado pela classificação de “excelente” da UOSE neste processo.

Obviamente, o que o INESC TEC é hoje deve-o ao equilíbrio que sempre tentou manter entre as diferentes etapas da cadeia do conhecimento. Hoje em dia, as diferenças entre unidades esbatem-se e praticamente todas têm um bom registo de publicações, prestações de serviços e até criação de spin-offs. Mais do que nunca, o INESC TEC deve manter-se fiel ao seu lema.

4. A coordenação da UOSE refere uma orientação progressiva do Pedro para projetos ligados à valorização económica do conhecimento. Já ponderou uma experiência na indústria?

Dá um gozo muito grande ver uma ideia nossa funcionar e transformar-se em algo de útil para a sociedade. Vi isso acontecer no meu Mestrado durante o projeto Hipower, em que um sensor ótico de corrente que a equipa desenhou de raiz, foi montado e testado no laboratório e finalmente validado com sucesso numa subestação da EDP. Infelizmente, a EFACEC decidiu meter o projeto na gaveta.
Isso foi tão frustrante para mim que mudei de área e o bichinho da indústria ficou latente. Mais recentemente, com o retomar de atividades com a indústria, desta vez no Brasil, confesso que de vez em quando parece que o bichinho quer de novo sambar!

Pedro Jorge Pedro Jorge

5. Na sua opinião, que papel pode ter o INESC P&D Brasil na afirmação do INESC TEC junto dos países da América Latina?

O INESC P&D Brasil nasceu com a ideia de exportar o modelo INESC Porto para a realidade brasileira. O sucesso desse modelo será a principal via de afirmação. Quando as devidas adaptações forem feitas e o modelo vingar, acho que o INESC P&D Brasil tem potencial para ser uma das instituições de referência na América Latina e não só. Nesse sentido, como membro fundador, o INESC TEC só tem a ganhar.

6.Pedimos que comente a nomeação da coordenação da UOSE, que esteve na base desta distinção.

O Pedro Jorge desenvolveu no mês de fevereiro uma atividade intensa na finalização de uma proposta com o INESC P&D Brasil de dimensão muito significativa. Este foi o último resultado de uma orientação progressiva para projetos em que a vertente valorização económica assume especial significado e que se espera venha a replicar.
No caso do Pedro Jorge esta vertente tem sido equilibrada com a atividade de cariz mais científico, base geradora de conhecimento que proporciona as possibilidades de valorização futura.
De facto, presentemente encontro-me dividido entre dois mundos que não sendo incompatíveis, são difíceis de conciliar. Para que a minha atividade e a da Unidade consigam manter este carácter dual o principal desafio é o da consolidação das equipas de investigação. Para enfrentar este tipo de desafios com a qualidade que se impõe já não bastam bolseiros.
Neste sentido, tenho colocado algum esforço na colaboração com o INESC P&D Brasil por acreditar que com a carteira de projetos certa vai ser possível criar uma base de estabilidade na UOSE que permitira manter uma equipa de nível pós-graduado capaz de manter atividades de geração de conhecimento e de transferência de tecnologia com a qualidade necessária.