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FÓRUM INESC TEC DO OUTONO

“A FÁBRICA DO FUTURO: QUE CAMINHOS PARA A INDÚSTRIA NO SÉC. XXI?”

No dia 20 de outubro, cerca de 200 pessoas reuniram-se, ao longo de todo o dia, na Biblioteca Almeida Garrett, nos jardins do Palácio de Cristal, para debater o tema “A Fábrica do Futuro: que caminhos para a indústria no século XXI?”. Foi a segunda edição do Fórum INESC TEC do outono, que pretende todos os anos promover a discussão de um tópico de interesse para a sociedade portuguesa, numa área onde a instituição tenha presença e pretenda ser um ator relevante nas mudanças de que o país necessita.

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As Boas-vindas

Os convidados do Fórum INESC TEC do outono começaram a chegar à Biblioteca Almeida Garrett a partir das 09h30 da manhã. Cerca de 45 minutos depois, já com sala cheia, Pedro Guedes de Oliveira, chairman do evento, deu as boas-vindas a todos os presentes e explicou como iria decorrer toda a sessão.

Tomou a palavra João Falcão e Cunha, diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que salientou a importância de debates como estes no meio científico e tecnológico e passou a palavra ao primeiro orador convidado do Fórum.

O paradigma da Fábrica do Futuro

Estima-se que o paradigma da Fábrica do Futuro, no qual as tecnologias digitais têm, entre outras, um papel determinante e que tem na Alemanha um grande impulsionador através do paradigma da Indústria 4.0, possa vir a gerar cerca de 6 milhões de empregos na Europa.

Com este pano de fundo, foram convidados dois nomes sonantes nesta área a nível europeu para marcar presença no Fórum - Harald Egner, diretor para as Parcerias de Investigação na Europa do Centro Tecnológico para a Indústria Transformadora do Catapult (Reino Unido) e Günter Hörcher, diretor de Investigação Estratégica no Fraunhofer Institute for Manufacturing Engineering and Automation IPA (Alemanha).

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Harald Egner desenvolveu durante mais de 30 anos o seu trabalho no Instituto Fraunhofer IPA, tendo sido membro do Advisory Board e responsável-adjunto do Fraunhofer TEG, em Estugarda. Em 1997 ganhou o “Fraunhofer Award” pela gestão do projeto “Design and Implementation of crack detection “‘pipeline pig'”. Foi ainda Membro do Grupo de Peritos de Excelência na Unidade SME – DG Research, na Comissão Europeia. Por sua vez, Günter Hörcher, doutorado pelo Physics Institute of Stuttgart University, foi responsável de I&D Industrial nos Departamentos de Comunicação Ótica e Industrial, tendo sido o responsável do Departamento de I&D no Fraunhofer Technology Development Group TEG. Entre 2005 e 2008 foi o Diretor Executivo deste grupo e é ainda o Convenor da IEC SC65C WG15 “High Availability Automation Networks”.

Harald Egner foi o primeiro a intervir. Apresentou o instituto que integra como “o catalisador para o crescimento futuro e sucesso da indústria no Reino Unido”, uma vez que ajuda “a acelerar novos conceitos e transformá-los numa realidade comercial criando, assim, uma indústria de alto valor sustentável para o futuro do país”. Falou também do papel dos institutos Catapult, que visam, através do uso intensivo de tecnologias avançadas, promover a reindustrialização do País e, simultaneamente, aproximar indústria e universidades.

Por sua vez, Günter Hörcher começou por falar na posição pioneira que a Alemanha ocupa no que diz respeito à Indústria 4.0. A Alemanha, tal como a Suécia, a Irlanda e a Áustria, consta da lista dos países europeus que fazem parte da primeira linha no que respeita à capacidade para agir numa lógica de Indústria 4.0, quer por parte da indústria quer dos responsáveis pelas políticas públicas. Ao contrário, países como Portugal, Itália, Espanha, Estónia, Polónia, Croácia e Bulgária, são ainda considerados como “hesitantes”.

De acordo com este orador, estima-se que em 2025 haja um aumento do valor acrescentado bruto na indústria entre 15 a 30%, graças ao impacto das tecnologias digitais nucleares da Indústria 4.0. Atualmente, na Alemanha, foram já registadas 251 aplicações na Plataforma Indústria 4.0 e existem mais de 55 empresas, nove organizações políticas, seis associações, uma união e seis representantes de instituições científicas a trabalhar para esta plataforma.

A sessão da manhã terminou com Günter Hörcher a referir que “o futuro é o produto gerado pelo Fraunhofer IPA”.

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A situação portuguesa

Por volta das 14h00 iniciou-se o painel de discussão sobre o posicionamento da indústria portuguesa, cuja moderação ficou a cargo de Américo Azevedo, coordenador do Centro de Engenharia de Sistemas Empresariais (CESE) do INESC TEC e um dos membros da comissão organizadora do evento.

Participaram neste debate de cerca de duas horas Ângelo Ramalho, da EFACEC, Rui Amorim de Sousa, da Cerealis, Fortunato Frederico, da Kyaia, Pedro Matos Silva, da Navigator Company, Luís Esteves, da Amorim & Irmãos e António Conde, da Bosch Termotecnologia.

Durante a discussão, os convidados falaram da realidade das suas empresas, da situação do país e de diferentes práticas e modelos, mas, houve um aspeto em todos concordaram – as fábricas de futuro têm que ser sinónimo de oportunidade para a valorização do conhecimento.

Daniel Bessa, economista e docente da Universidade do Porto, onde ensinou nas Faculdades de Economia e Engenharia e no ISEE—Instituto Superior de Estudos Empresariais, subiu ao púlpito para falar sobre a Indústria do futuro. O convidado, que foi presidente da Direção da Escola de Gestão do Porto (atual PBS—Porto Business School), Diretor-Geral da COTEC e ainda Ministro da Economia do XIII Governo Constitucional, enfatizou, entre vários temas, a questão dos ciclos cada vez mais rápidos que existem na indústria e a progressiva segmentação, os nichos de competências e a especialização existente neste setor.

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José Carlos Caldeira, presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), membro do High Level Group do MANUFUTURE, no qual preside ao Grupo de Plataformas Tecnológicas Nacionais e Regionais e da direção da EFFRA – European Factories of the Future Research Association e da ISPIM – International Society for Professional Innovation Management e antigo diretor do INESC Porto, fez uma síntese das discussões e conclusões do Fórum do outono do INESC TEC.

O orador convidado começou por salientar que durante um longo período a atividade produtiva ficou afastada da maior parte dos cidadãos, algo que o paradigma das fábricas do futuro vai alterar, uma vez que vai haver uma reaproximação e essas atividades de geração de valor vão passar a estar mais próximas de todos. José Carlos Caldeira enfatizou ainda questões como a geração de valor, a customização dos produtos, a investigação & desenvolvimento e a formação como fatores chave de sucesso do novo paradigma. O presidente da ANI concluiu a sua intervenção dizendo que a maior barreira ao desenvolvimento e à inovação nos próximos anos poderá vir a ser a falta de recursos humanos em Portugal, devido ao défice de competitividade salarial do nosso país face aos países do centro e norte da Europa.

A apresentação pública do FABTEC

Américo Azevedo apresentou ainda o FABTEC – Laboratório de Processos e Tecnologias para Sistemas Avançados de Produção -, que tem como objetivo apresentar soluções inovadoras às empresas através da sua experimentação numa learning factory. Esta iniciativa conjunta do consórcio INESC TEC, FEUP e INEGI (Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial) é apresentada em pormenor na rubrica “Destaque” desta edição do BIP.

Estiveram presentes na apresentação do FABTEC José Sampaio (INEGI), José Carlos Marques dos Santos (INESC TEC, U.Porto), João Costa Sousa (IST), José Manuel Mendonça (INESC TEC) e Adriano Carvalho (FEUP).

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O encerramento do Fórum do outono do INESC TEC

José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC, encerrou o Fórum com o tema do Laboratório Colaborativo em Sistemas Avançados de Produção, explicando como nasceu esta iniciativa. 

Por um lado, o consórcio INESC TEC, FEUP e INEGI está a liderar a participação portuguesa numa candidatura pan-europeia ao EIT (European Technology Institute) na área de Smart Manufacturing, que se espera que venha a contribuir para colocar Portugal ao nível dos melhores da Europa nas três vertentes de um KIC (Knowledge and Innovation Community): ensino, investigação e transferência de tecnologia. Por outro, esta iniciativa vai ao encontro do conceito de Laboratórios Colaborativos previsto no Plano Nacional de Reformas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que incentiva centros tecnológicos e de engenharia, centros de valorização e transferência de tecnologia, laboratórios de investigação aplicada, entre outros, a avançar para atividades em parceria, partilhando agendas de investigação e de formação avançada.

O presidente do INESC TEC considera que, através do Fórum do outono, ficou bem clara a capacidade que o INESC TEC tem em dinamizar parcerias e alinhar vontades para melhor servir as empresas portuguesas e o país.

 

Os investigadores com ligação ao INESC TEC mencionados no corpo da notícia têm vínculo à UP-FEUP e ao INESC TEC.