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Projeto europeu UPGRID termina com evento final em Madrid

150 pessoas reuniram-se para avaliar os resultados do consórcio que instalou 4 demonstradores de redes elétricas inteligentes na europa

O objetivo foi cumprido: até 2017 foram instalados quatro demonstradores de redes elétricas inteligentes na Europa: Bilbao (Espanha), Lisboa (Portugal), Åmål (Suécia) e Gdynia (Polónia). O projeto europeu UPGRID chegou ao fim três anos depois e o evento final decorreu no dia 21 de fevereiro, na sede da Iberdrola, em Madrid. Mais de 20 oradores tomaram a palavra para apresentar e debater os principais resultados obtidos e as soluções a ser exploradas. Cerca de 150 pessoas participaram na discussão.  

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As boas-vindas e os desafios para as redes elétricas

O tema das redes elétricas começou logo por ser debatido com Miguel Ángel Sánchez Forniér, da Universidade de Comillas e antigo Diretor de Sistemas de Control y Telecomunicaciones da Iberdrola Distribución, que falou da importância em haver uma visão europeia integrada, que reúna todos os stakeholders num roadmap estruturado.

Os desafios globais para uma rede integrada foram abordados por Mark McGranaghan, vice-presidente do Electric Power Research Institute (EPRI). A importância dos consumidores na existência de uma rede de energia integrada, que tenha uma base 100% renovável, onde cada consumidor é parte da solução e onde comunidades avançadas de energia são criadas foram alguns dos desafios lançados pelo membro do EPRI, que ressalvou, no entanto, a necessidade de novas políticas, modelos de mercado e regulação nesta matéria. 

Por último, Roberto González Sainz-Maza, coordenador do UPGRID e colaborador da Iberdrola Distribución, apresentou o projeto. Três anos depois houve uma redução no tempo de deteção de uma falha na rede de baixa tensão e no tempo que o serviço demora a ser restabelecido, visto que a informação da rede de baixa tensão é agora dada em tempo real. Houve também um aumento significativo na informação dada aos consumidores e foram testadas soluções para a indústria, entre outras características. “O projeto UPGRID contribuiu para melhorar o papel dos Distribuidores de Rede Elétrica enquanto facilitadores de mercado”, frisou o coordenador do projeto.

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O evento final contou com mais três sessões.

Sessão 1: “Soluções específicas do UPGRID para um controlo total da rede de baixa tensão”

Eduardo Garcia Quincoces (Tecnalia) foi o moderador da primeira sessão, que começou com Ana González Bordagaray (Iberdrola) e representantes da General Eletric, ZIV e EVE a apresentar o sistema de gestão de rede elétrica de baixa tensão desenvolvido no âmbito do projeto UPGRID para a Iberdrola Distribución. O demonstrador espanhol instalado em Bilbao envolveu mais de 300 mil consumidores, 2.150 subestações secundárias e mais de 6.500 linhas de baixa tensão. Foram desenvolvidos módulos de software específicos para ajudar a detetar, corrigir e prevenir eventos ocorridos na rede de baixa tensão, que já foram até replicados em outras áreas em Espanha. Foram também desenvolvidas ferramentas com o objetivo de aumentar o conhecimento do consumidor residencial para um uso mais eficiente da energia. A eficiência na gestão de incidentes na rede de baixa tensão aumentou, dos 583 eventos registados na baixa tensão, 52 foram geridos através da ferramenta móvel desenvolvida no projeto. Para além disso, a identificação dos incidentes tornou-se 36 vezes mais rápida, a eficiência na reposição do serviço aumentou 16 vezes, os relatórios de incidentes tornaram-se 32% mais precisos e o deslocamento do pessoal de manutenção da rede foi evitado 40%.

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A segunda parte da primeira sessão foi dedicada ao demonstrador português. Pedro Godinho Matos (EDP Distribuição) que apresentou a área de demonstração portuguesa, localizada na zona do Parque das Nações (Lisboa) e que envolveu duas subestações, 140 subestações secundárias, 13 mil consumidores, 17 estações de carregamentos de veículos elétricos e 7.300 candeeiros de iluminação pública.

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Depois, os impactos das funcionalidades UPGRID no demonstrador português foram mostrados em cinco áreas: consumidores inteligentes (exemplo: desenvolvimento de um portar web onde os consumidores podem ver os seus desempenhos energéticos), integração DER (ex: integração pioneira da iluminação pública como um recurso energético distribuído flexível), operações de rede (ex: protótipo de controlo de tensão automático implementado), planeamento de rede (ex: protótipo de mapeamento de alimentação automático com base nos ativos das redes elétricas inteligentes) e desenho do mercado (ex: desenvolvimento de uma plataforma chamada Market Hub que liga os distribuidores da rede elétrica aos consumidores através de agentes de mercado). Para explorar os resultados alcançados e novas potencialidades do demonstrador português fizeram parte do painel de discussão Luís Seca (INESC TEC), Marijn Van Overveld (NOS), António Oliveira (Withus) e Rita Pires (EDP Distribuição).

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Seguiu-se a apresentação do demonstrador sueco instalado na zona rural de Åmål, e que envolveu 15 subestações secundárias, 4 linhas áreas de média tensão, nove linhas de sensores e 534 consumidores, por Nicholas Etherden (Vattenfall). Se até agora 50 a 90% da rede não era monitorizada, com as soluções UPGRID passam a existir mais equipamentos a comunicar, se até agora os incidentes na baixa tensão só eram conhecidos na sequência de contacto telefónico dos consumidores, sendo que as soluções UPGRID passam a existir novos métodos de monitorização e informação real para os operadores e se até agora as informações dos contadores não eram usadas para operar e controlar a rede, agora o estado da rede e a qualidade de fornecimento pode ser apoiado pela informação enviada por esses dispositivos. Representantes da General Electric, Schneider Electric e da Powel participaram na discussão do demonstrador sueco.

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Por último, o demonstrador polaco, instalado na cidade de Gdynia, que envolveu 14.700 consumidores, 55 subestações secundárias, 38 km de linhas de média tensão e 102 km de linhas de baixa tensão, foi apresentado por Slawomir Noske (Energa Operator). Os grandes resultados do demonstrador polaco focaram-se na implementação de uma infraestrutura de rede com protótipos capazes de monitorizar e controlar subestações secundárias, parâmetros elétricos nos cabos de baixa tensão e ainda a micro geração instalada, implementando de soluções de TIC (tecnologias de informação e comunicação) tai como sistemas de apoio à gestão da rede de baixa tensão, apoio às equipas de suporte, entre outros. Fizeram também parte deste painel de discussão Dominik Bochenski (Atende Software), Aleksander Babs (The Institute of Power Engineering) e Jacek Klucznik (Gdansk University of Technology).

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Sessão 2: “O impacto das soluções do UPGRID”

Foi Luís Seca, coordenador do Centro de Sistemas de Energia (CPES) do INESC TEC, quem conduziu a discussão da sessão número 2.

O primeiro orador da sessão foi Dimitrios Papadaskalopoulos (Imperial College London), que falou sobre a estrutura de mercado e de negócio para explorar os conceitos inovadores do UPGRID. Dimitrios alertou para as barreiras de mercado e de regulação, falou de alguns riscos e deixou recomendações e preveniu para a importância de uma coordenação maior entre DSO e TSO.

Seguiu-se Álvaro Sánchez Miralles (Universidade Comillas) que falou sobre a monitorização e o impacto das demonstrações do projeto do ponto de vista da integração dos chamados smart consumers, da integração de DER, das operações de rede, planeamento e de gestão de ativos.

Por último, Lia Patrício, investigadora do Centro de Engenharia de Gestão Industrial (CEGI) do INESC TEC e docente da FEUP, falou sobre a identificação de stakeholders que foi feita e a investigação na área das ciências sociais, que provou que a maioria dos consumidores tinham interesse em conhecer melhor o seu consumo, usando tecnologias inteligentes. Para isso, os consumidores foram dotados de equipamentos de medição de consumos que lhes permitiram aumentar a perceção e a envolvência no processo de uso de eletricidade, estando bastante interessados em perceber os benefícios da sua participação nas futuras redes elétricas inteligentes e da sua participação no mercado.

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Sessão 3: “O caminho para uma rede de distribuição totalmente digitalizada nas Utilities europeias do futuro: para além das soluções UPGRID”

A terceira e última sessão foi liderada por Goran Strbac (Imperial College London), que apresentou uma análise custo benefício para o UPGRID por demonstrador e salientou a importância da participação dos consumidores, da geração distribuída e do armazenamento de energia na gestão de rede do futuro. Participaram neste painel Jorge Esteves (ERSE Portugal), Manuel Weindorf (GE), Nicholas Etherden (Vattenfall) e Tomás Gómez San Román (IIT Comillas).

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Encerrou a sessão María Luisa Revilla do Energy Committee Programme Horizon 2020.

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Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à FEUP.