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INESC Porto aprende a voar

A CORAGEM DE SER O PRIMEIRO

Das várias instituições que integravam o INESC à data de 1998, o INESC Porto foi o primeiro a assumir a autonomia e a lançar-se por sua conta e risco. Pedro Guedes de Oliveira, que assumia então a presidência do instituto, evoca essa época realçando que o papel de todos foi fundamental, considerando que foi necessário assumir este novo estatuto com algum risco, mas ao mesmo tempo, com maturidade e segurança.

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“Acho que foi sobretudo um acto de crescimento, similar ao que acontece a um jovem quando sai de casa: acabou-se a dependência, acabaram-se as desculpas e o que fizemos melhor ou pior passou a ser da nossa responsabilidade”, recorda, acrescentando que sentiu, no entanto, um “aumento de coesão e entusiasmo”.

Apenas a LINK foi contemporânea com a separação do INESC Porto, mas como se constituiu como empresa, as diferenças são significativas. Nos restantes INESCs, mais parecidos com o INESC Porto (o INESC ID, o INOV, o INESC Coimbra e, de certo modo, o IEETA em que se transformou o INESC Aveiro), a separação foi posterior e, “todos eles, certamente de um modo implícito mas, muitas vezes, mesmo explicitamente, usaram a nossa experiência, copiaram modelos, seguiram procedimentos”. Para isto contribuíram largamente a “qualidade e profissionalismo dos serviços do INESC Porto e do trabalho que produziram”, elogia o professor.

A autonomia com associados de peso

No dia 18 de Dezembro de 1998, uma Direcção composta por Pedro Guedes de Oliveira (presidente), Artur Pimenta Alves e Mário Jorge Leitão assinava o novo estatuto de autonomia do INESC que deixava de ser o Pólo do Norte, para se chamar INESC Porto. Contava, no entanto, com associados de prestígio e com um lugar de destaque no mundo universitário e de I&D: Universidade do Porto, INESC e Faculdade de Engenharia.

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Para Pedro Guedes de Oliveira, as novas perspectivas e responsabilidades que se abriram para o INESC Porto a partir de 1998 passaram por “sermos capazes de nos afirmarmos na nossa diferença, encontrando os parceiros adequados e procurando as áreas em que podíamos ser mais fortes”. Na opinião do professor, o desafio colocava-se em “não nos deixarmos cair em regionalismos ou provincianismos e compreendermos que o nosso palco era (e é), necessariamente, internacional”. E a tarefa não era fácil, pois “tínhamos de conseguir fazer tudo isto sem pôr em causa a sustentabilidade da instituição”, reforça o investigador.

O presidente dos primórdios do INESC Porto considera interessante que o instituto seja, hoje em dia, aquele cuja missão e organização — em que a actividade científica se mistura fortemente com a transferência de tecnologia e incubação de empresas — é a mais parecida com as do INESC original, mas em que, por muitas razões, a atitude, filosofia e a cultura são bastante diferentes. “Tudo isso foi compreendido por clientes e parceiros”, reflecte o professor.

Os marcos mais relevantes da história

Poucos anos depois da sua constituição, a Direcção foi reforçada com as competências de Vladimiro Miranda e José Carlos Caldeira. Outro marco relevante foi a atribuição ao INESC Porto da classificação de utilidade pública mas, talvez, o facto mais marcante foi a atribuição, em 2002, do estatuto de Laboratório Associado do Governo Português, na sequência da classificação de Excelente por parte de uma Comissão Científica Internacional de Avaliadores.

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Mais recentemente, o INESC Porto reforçou o seu naipe de associados com dois novos elementos: Faculdade de Ciências e Instituto Politécnico do Porto. Alterou ainda a sua lógica funcional ao adoptar um novo modelo organizativo que tem como principal objectivo alargar o âmbito da instituição enquanto Laboratório Associado e aumentar o seu leque de competências. Assim nasceu o INESC Porto LA que integra agora o LIAAD – Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão e o CRACS – Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados.

Pelo caminho, em 2005, José Manuel Mendonça assumiu a presidência; houve Unidades de I&D que reviram a sua missão e visão e mudaram, até, de nome, reforçando a equipa coordenadora; fundou-se uma nova Unidade – de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT) e criou-se um Laboratório de Empresas Tecnológicas (LET-in).

Nos últimos 10 anos, muitos colaboradores enriqueceram o INESC Porto com a sua competência e entusiasmo e partiram para novos voos, criaram-se novos projectos e competências, e aumentou-se a rede de clientes e parceiros.

Assumir riscos para vencer

Para Artur Pimenta Alves, director do INESC Porto desde 1995, houve uma dinâmica de perdas e ganhos, na qual o Instituto saiu claramente vencedor. Por um lado, o INESC Porto perdeu a ligação a uma rede de investigação que teve grande importância em Portugal nas décadas de 80 e 90 e com a qual muito beneficiou na fase de arranque da nossa actividade como instituição de interface no Porto.

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Mas por outro lado, refere o professor, “ganhámos porque pudemos assim montar e executar uma estratégia adequada aos recursos académicos existentes e ao meio envolvente em que estamos inseridos”. Para isso foi necessário montar um conjunto de serviços de apoio, de que até aí o INESC Porto não dispunha, para acompanhar toda a actividade e assim permitir assumir riscos bem controlados sempre que necessário. Só desta forma foi possível “evoluirmos para aquilo que somos hoje: uma instituição única pela forma como equilibra actividades de investigação de excelência com actividades de inovação e de transferência de tecnologia”.

E como será que os colaboradores de então viram esta mudança? É Pedro Guedes de Oliveira que responde, reconhecendo que a Direcção não pode ter a certeza do sentir das pessoas, mas em que arrisca dizer que acredita que esta foi uma decisão partilhada e consensual para a maioria dos colaboradores. “Não foi imposta de cima para baixo, portanto competia a todos garantir que funcionaria”, revela.

A celebração do 10º aniversário

Precisamente no dia em que celebrava 10 anos como entidade autónoma do universo INESC, o INESC Porto organizou um evento comemorativo que contou com intervenções de José Manuel Mendonça, Pedro Guedes de Oliveira e do reitor da U.Porto, José Marques dos Santos.

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Na cerimónia estiveram ainda presentes Sarsfield Cabral (pró-reitor da U.Porto), Nunes Ferreira (sub-director da FEUP), Baltazar Castro (director da FCUP), Luciano Tavares (ex-director do INESC Porto) e Novais Barbosa (presidente da UPTEC), entre outras personalidades ilustres. Todos os colaboradores do INESC Porto Laboratório Associado, e representantes das spin-offs incubadas pela instituição foram também convidados.

Nas palavras de José Manuel Mendonça, apesar de ter sido a primeira instituição a assumir a autonomia, é a que melhor perpetua o modelo original do INESC enquanto instituição híbrida que combina I&D e transferência de tecnologia. Pedro Guedes de Oliveira destacou com orgulho o percurso percorrido pela instituição ao longo dos dez anos sem estar colada a um só indivíduo, prova de que vale por si mesma. O reitor agradeceu o papel do INESC Porto para o crescimento e engrandecimento da U.Porto e garantiu estar a contar com o instituto no futuro.

O que nos espera no futuro

O antigo presidente e actual assessor da Direcção não consegue imaginar como seria o INESC Porto se tivesse continuado a ser um pólo do INESC no Norte. “O país mudou muito desde então (costumamos dizer que está sempre tudo na mesma, mas não é verdade). Mudaram também os protagonistas e é fácil ver que quase todos os que estavam, à data, nos órgãos de direcção do INESC, já não estão. Além disso, as circunstâncias externas mudaram, também, significativamente, já para não falar nas evoluções tecnológicas, em particular nas áreas científicas em que nos movimentamos”, justifica Pedro Guedes de Oliveira.

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Convidado a nomear três adjectivos que definissem o INESC Porto de há 10 anos e outros tantos que o identifiquem actualmente, o professor elege os mesmos. “Penso que, apesar de todas as mudanças que referi, mormente a mudança de protagonistas, as palavras principais não seriam muito diferentes na altura e agora. Talvez: audaz, inovador e consistente”, aponta o antigo presidente.

Instado a referir o que antevê para o INESC Porto nos próximos 10 anos, Pedro Guedes de Oliveira confessa que não é dado a adivinhações. “Mas sou capaz de afirmar qual a atitude que penso que devemos manter: a capacidade de compreender as alterações de contexto (e as que estão para vir serão, provavelmente, maiores do que as que foram nesta década, porque os tempos são de permanente aceleração) e de lhes responder sensata e atempadamente, sem ter medo de mudar”, reflecte, reconhecendo que “o conservadorismo, tão tipicamente português e tão tipicamente universitário, é um defeito grave que é necessário vencer”.

 

ENTRE ASPAS - "O QUE MUDOU COM A CRIAÇÃO DO INESC PORTO"

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Manuel Matos (USE)

“A criação do INESC Porto permitiu clarificar definitivamente a nossa situação no contexto do INESC, que a essa data estava um pouco ambígua. A partir daí deixámos de ter desculpas e tivemos que nos confrontar com as nossas próprias ineficiências, sabendo também que éramos beneficiários directos daquilo que conseguíssemos melhorar”.

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Graça Barbosa (DIL)

“Retomando uma opinião emitida há cinco anos num BIP e que penso que ainda se mantém válida: penso que nos devemos orgulhar de nos termos conseguido efectivamente afirmar, tanto no seio do “Grupo INESC”, onde somos frequentemente apontados como o exemplo a seguir, quer externamente, mediante manifestações de reconhecimento positivo da diferença. Creio que alcançámos um equilíbrio feliz entre o reconhecimento das origens e uma independência sustentada e responsável, como deve ser toda a verdadeira independência. Apesar de o caminho não ser fácil, não há lugar a arrependimento nem a nostalgias do passado”.

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Ireneu Dias (UOSE)

“Um posicionamento no "mercado" de I&D coerente com uma visão de desenvolvimento regional e nacional equilibrados, uma procura permanente de excelência e "ir até ao fim da rua ou até ao fim do mundo" para encontrar parcerias e fazer projectos”.

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Paula Faria (DIL)

“Penso que a criação do INESC Porto foi como que o "grito do Ipiranga". Passou a definir as suas próprias regras, gerir os seus interesses, reestruturar-se segundo a sua vontade, em suma, a autonomia responsabilizou e criou identidade. Globalmente esta autonomia tem aspectos positivos, principalmente relacionados com a gestão, maior proximidade à tomada de decisão. Mas tem também aspectos menos positivos, de uma grande instituição passou a mais pequena, de uma instituição nacional, passou a ter conotação de cariz regional. Todos os intervenientes do processo de mudança conheciam estes aspectos menos positivos, contudo avançaram e conseguiram relançar o INESC Porto para o reconhecimento que hoje lhe é devido”.

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Teresa Andrade (UTM)

"A autonomia que ganhámos com a criação do INESC Porto, aliada a uma nova forma de responsabilidade, veio sem dúvida estimular a nossa capacidade de iniciativa para gerar novos projectos e parcerias. Permitiu-nos enveredar por áreas que nos eram mais próximas e afirmar a nossa própria capacidade de realização. Por outro lado, como seria natural, trouxe-nos um acréscimo de responsabilidade em termos organizativos e financeiros, mas que contribuem também para estimular a criatividade."

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Marta Barbas (DIL)

“Alterou-se essencialmente a responsabilidade e a responsabilização das pessoas, uma vez que passamos a estar inteiramente "por nossa" conta e sem a rede do "pai" INESC. Foi um processo gradual de autonomia, que já se tinha iniciado anos antes com a autonomização dos serviços administrativos e cujo desfecho natural foi a autonomia jurídica e financeira. Ao que consta, passamos na prova com distinção!”.

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Leonel Cardoso (DIL)

“A criação do INESC Porto veio trazer mais desenvolvimento, competitividade, sucesso e excelência, onde a qualidade, criatividade e inteligência dos seus investigadores são alvo de reconhecimento à escala global em diversas áreas, no mundo científico e empresarial”.