Tempos de superação

Estes são tempos difíceis, complexos e de evolução imprevisível. Já muito tem sido dito e escrito sobre isso e não se justifica gastar tempo a desenvolver mais uma versão, mais uma variante, que certamente nada acrescentaria. Importa, isso sim, empregar toda a nossa atenção e esforços no acompanhamento da situação, na monitorização da sua evolução, na avaliação dos potenciais impactos, no desenvolvimento e implementação de ações que permitam minimizar as respetivas consequências, na identificação de pessoas e organizações a quem possamos ser úteis nesta fase, individual ou coletivamente, e na mobilização dos nossos melhores recursos e capacidades para lhes dar resposta útil e atempada.

Tal como sabemos, nos aviões, em caso de emergência com descompressão da cabine, devemos assegurar, primeiramente, a nossa proteção, com a máscara de oxigénio, antes de acudirmos aos nossos filhos. Também neste caso foi preciso começar por assegurar a segurança dos nossos colaboradores e o bom funcionamento da instituição. Esta mobilizou-se para, em tempo recorde: adotar e implementar as recomendações das entidades oficiais, sobretudo no que se refere a limpeza e desinfeção, isolamento social e quarentena; introduzir novos processos e circuitos ou adaptar os existentes; desenvolver, alterar, integrar e operacionalizar os sistemas e as ferramentas de suporte.

Naturalmente que ajudou e muito, nesta transição, o facto das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TIC) serem, desde sempre, as competências basilares da nossa instituição e da sua atividade, mas foram efetivamente as pessoas que, com a sua capacidade, experiência, disponibilidade e espírito de missão, tornaram possível fazê-lo, de forma alargada, com o profissionalismo e a rapidez que hoje todos podemos constatar.

Agora que o INESC TEC está preparado para continuar a operar nestas novas condições, é tempo de redirecionarmos a nossa atenção para fora, para o nosso lugar e a nossa intervenção no país como um todo, na sua economia, junto dos seus cidadãos, para os nossos parceiros e clientes, para todas as colaborações que temos em mãos.

Para isso, vamos trabalhar com os clientes e parceiros envolvidos nos nossos contratos e projetos, para avaliarmos, conjuntamente, as condições para a sua persecução e, se necessário, tomarmos as medidas que se revelem mais adequadas para assegurar a sua continuidade. Vamos também colocar ao serviço dessas organizações todas as nossas competências e experiência, particularmente na área da digitalização, para que possam ultrapassar os problemas e os desafios que enfrentam presentemente, internos (acesso remoto a informação, trabalho colaborativo à distância, segurança da informação, etc.) e externos (redesenho de produtos e serviços para os canais digitais, acesso às plataformas de comércio/negócio eletrónico, reorganização das cadeias de fornecimento, etc.).

Realço ainda que estamos já a dinamizar ou a colaborar em diversas iniciativas e projetos visando criar respostas rápidas e eficazes a algumas necessidades mais urgentes, que enfrentamos coletivamente, ou a recolher e processar informação sobre este tipo de fenómenos, o que nos permitirá lidar com eles com uma base de conhecimento mais sólida, atualmente e no futuro.

As TIC são, provavelmente, as tecnologias mais estruturantes e importantes para a gestão e resolução da crise que atravessamos, mas também para o desenvolvimento e implementação da “nova economia” que dela vai resultar (ainda mais do que já acontecia antes). O INESC TEC tem especiais capacidades nestes domínios e, por isso, também, especiais responsabilidades.

Vamos certamente corresponder a mais este repto, continuando a fazer aquilo que sabemos fazer melhor: colocar o conhecimento científico e tecnológico ao serviço do desenvolvimento económico e do bem-estar dos cidadãos.

José Carlos Caldeira, Administrador

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