Sinergia, foco e alinhamento, ingredientes chave para o sucesso

O lema do INESC TEC – Inovação de base científica – ilustra bem os princípios da sua estratégia. A sua capacidade de intervenção e impacto e a sua sustentabilidade a prazo dependem da capacidade de explorar sinergias entre a investigação mais a montante e a transferência de tecnologia, incluindo a consultoria e a formação avançadas, bem como o lançamento de novas empresas, especialmente relevante nas áreas em que a oferta do mercado é reduzida.

Estas sinergias são importantes e concretizam-se nos dois sentidos: o conhecimento e a tecnologia, criados nas atividades de investigação a montante, são valorizados no âmbito das atividades de transferência de tecnologia, que por sua vez geram recursos que contribuem para o investimento em novos tópicos de investigação e para o equilíbrio económico. A excelência científica do conhecimento gerado é o garante da capacidade de diferenciação e da capacidade de acrescentar valor pela inovação, a nível nacional e internacional. Em sentido inverso, as atividades de transferência de tecnologia permitem a identificação de problemas por resolver e a identificação de novas linhas de investigação a perseguir no futuro.

A concretização destas sinergias exige alinhamento e foco, o que exige uma articulação entre a estratégia científica (clusters) e a estratégia de ligação aos vários setores económicos e desafios societais (TEC4s). Naturalmente, sem a capacidade de focar os recursos disponíveis num conjunto circunscrito de linhas de investigação, estes ficarão dispersos, sem massa crítica, e será difícil alcançar a excelência científica, o reconhecimento internacional e a capacidade de acrescentar valor pela inovação, especialmente nos setores tecnológicos. Por outro lado, torna-se também mais difícil valorizar o conhecimento e a tecnologia em áreas mais distantes das áreas de atuação mais expressiva na transferência de tecnologia.

Para além da persistência em alguns domínios científicos e tecnológicos, é também vital a capacidade de definir apostas em áreas novas e disruptivas, por forma a garantir a necessária participação na evolução do estado da arte e garantir as grandes áreas do futuro, reduzindo o risco de estagnação. Por outras palavas, a definição das linhas de investigação não é estática, mas deve ser revista regularmente em função da evolução do estado da arte e das oportunidades junto do mercado.

Subjacente está a capacidade de proteger a propriedade intelectual gerada. Uma atuação estratégica e bem planeada permite conciliar a publicação de forma aberta do conhecimento gerado nas atividades mais a montante com a proteção das tecnologias geradas, utilizando instrumentos, desde as patentes ao segredo industrial, cuja aplicabilidade e relevância deverão ser avaliadas caso a caso, com vista a simultaneamente majorar o potencial de disseminação e de valorização económica e social.

Luís Carneiro, Administrador Executivo

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