Mais de 800 participantes na primeira sessão comemorativa dos 40 anos do INESC

O evento “40 anos de Ciência e Conhecimento: capacitar as empresas para os novos desafios”, que teve lugar no dia 6 de julho, deu início à comemoração do 40º aniversário do INESC, a que se associou também o 35º aniversário do INESC no Porto. Um evento que deu voz a representantes das instituições aniversariantes, da Comissão Europeia, do Governo e da indústria, em palco no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), com um formato híbrido, com um reduzido número de convidados presentes e centenas de participantes a assistir ao evento online.

Elisa Ferreira

Mais de 800 pessoas estiveram de olhos postos no grande auditório da FEUP, para conhecer a resposta do INESC às dificuldades de há 40 anos e para perceber como, à data de hoje, capacita as empresas para os novos desafios.

Era um país frágil, aquele que tínhamos em 1980”, abriu, assim, José Manuel Mendonça, Presidente do INESC TEC, esta primeira conferência no âmbito dos 40 anos do INESC.

Coube a Elisa Ferreira, Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, o Keynote Speech em que traçou os desafios para a recuperação da Europa e de Portugal, e enfatizou que tal só podia ser feito com os olhos postos no futuro, concluindo: “Precisamos de atores capazes como o INESC”.

Vencer o Adamastor: uma metáfora para chegar às várias gerações

 40 anos, José Tribolet e Lourenço Fernandes “abanaram” o sistema universitário ao criar um instituto privado, na sua gestão, mas sem fins lucrativos, cujos associados eram empresas e universidades. “Chamaram-lhe INESC e lançaram o motto poderoso ‘Vencer o Adamastor’” lembrou José Manuel Mendonça, que referiu ainda que, nessa altura sentiu que havia uma escolha” em Portugalpresentantes de alto nível da indústria Portuguesa: António Amorim, Presidente & CEO da Corticeira Amorim, Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive e presidente da COTEC, Manuel Carlos, Presidente da APICCAPS e Paulo Azevedo, Presidente do Conselho de Administração da SONAE.

A discussão, moderada por Manuel Carvalho, Diretor do jornal Público, media partner do evento, centrou-se na pergunta “Se o Adamastor for o gap entre as empresas e o mundo académico, está “domado?”. A integração é cada vez maior e, se há mais a fazer, essa é a parte boa”, fechou, assim, o debate António Amorim.

A importância do “Sistema INESC”

O INESC chegou ao Porto, em 1985 e, um ano depois, a Coimbra, Aveiro e Braga.

“Após todos estes anos, perguntei-me ao preparar-me para esta intervenção: Mas o que representa de facto o “Sistema INESC” no contexto nacional?”, disse José Tribolet, fundador e Presidente do INESC e docente no Instituto Superior Técnico (IST), a abrir o seu discurso de encerramento, do qual já não eram esperadas “meias palavras”. A produção de “conhecimento com pernas”, “totalmente sujeito às regras e condições do mercado competitivo” surgiu como resposta a esta interpelação inicial, na caraterização do sistema INESC.

A ousadia de quem fez acontecer

Manuel Heitor afirmou, sobre o INESC, ao fechar a sessão, que a “ousadia de quem fez acontecer” tirou Portugal da Aldeia dos Macacos, citando José Mariano Gago. O país da ciência de papel e lápis, deixou de imitar, deu o salto e passou a criar.

O Ministro esclareceu e listou uma mão cheia de ousadias do grupo de fundadores: criar um instituto independente e autónomo; introduzir ciências experimentais; perceber que é preciso diversificar o tecido económico; ideia de transformar setores; dar escala a Portugal.

Hoje, Manuel Heitor considera o instituto fortemente inovador, criador de emprego, diversificado a economia: “O INESC TEC aparece quando é preciso, e é o que se espera de um Laboratório Associado”.

A gravação do evento encontra-se disponível aqui.

Depois do Porto,  as comemorações  “40 anos de Ciência e Conhecimento” vão continuar em Lisboa, no dia 8 de outubro, e em Coimbra, a 23 de outubro.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo à UP-FEUP.

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