Quando a Roma fores ter…

Por Marta Maia, Centro de Sistemas de Energia

De todos os meus inícios, este foi o mais inesperado. Começar num emprego em plena pandemia, com o país confinado e os empregos resumidos ao teletrabalho, estava longe do que podia ter imaginado quando concorri a uma vaga no INESC TEC. 

Desde o início de abril, a maioria de vocês são, para mim, nomes sem cara. Conheço-vos os apelidos, adivinho-vos as feições, a idade e o feitio pelas tiradas dos e-mails. E não, não acerto por aí além… 

Há, no entanto, um desafio maior do que adivinhar caras pela pontuação: perceber a cultura organizacional. Tal como qualquer outra empresa, o INESC TEC tem uma cultura, um conjunto de comportamentos não escritos que, instintivamente, todos vocês adotam – e que podem ir de uma coisa tão simples como saber de quem esperar as melhores piadas a uma tão complexa como saber que determinadas pessoas se sentam sempre à esquerda nas reuniões. 

A rapidez com que aprendemos (e apreendemos) a cultura organizacional tende a ditar a facilidade com que nos integramos num novo emprego. Ninguém quer ser o único de calças de ganga num lugar onde todos usam gravata. O conceito de “vestir a camisola” também abrange as atitudes, e essas só aprendemos observando. 

Observação que, no meu caso, não existiu. Por isso, munida de um Teams, um Skype, um Outlook e muitos documentos do repositório e da share, construí para mim um retrato do INESC TEC. Ainda não faço ideia se está mais para o fotográfico ou para o surrealista 

Ceci n'est pas une pipe, René Magritte
Ceci n’est pas une pipe, René Magritte

Eventualmente, terei a necessidade de completar o meu retrato virtual com uma experiência real. Mas o que importa é que vocês, colegas do INESC TEC, saibam que há, não uma linha que vos separa, mas uma cultura que vos une. Todos os dias, em cada interação, cada um de vocês personifica essa cultura – e é com ela que eu vou aprendendo quem conta as piadas e quem se senta à esquerda na mesa, mesmo nunca tendo estado numa reunião física e nunca ter rido às gargalhadas durante uma pausa. 

Começar à distância é difícil e não tem nada a ver com o trabalho em si. Mas tenho sentido que chegar ao INESC TEC, e não a qualquer outro lugar, foi uma sorte. Seja em bits ou em decibéis, a nossa cultura organizacional torna-nos únicos e especiais. Preservemos a nossa camisola! 

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