Responsabilidade Social além Missão

Responsabilidade vem do latim RESPONDERE. Enquanto que RE traduz a ideia “de volta, para trás”, SPONDERE a de “garantir, prometer”. Isto é, responsabilidade veicula a obrigação de responder por atos, de reparação do dano. No mundo corporativo, a responsabilidade social encerra o respetivo impacto na sociedade, sendo um contributo para o desenvolvimento sustentável. Neste compromisso com a sociedade, as empresas/instituições não se devem limitar a cumprir com as expectativas legais nem simplesmente a minimizar os impactos negativos da sua ação, mas pugnar pelo impacto positivo no meio onde estão inseridas.

Devendo ser agentes de mudança social, talvez se possa advogar que numa instituição, de utilidade pública sem fins lucrativos, orientada para o bem social, seja mais fácil promover um comportamento organizacional responsável. Alguns catalisadores omnipresentes na intervenção do INESC TEC favorecem esta tese. Destacam-se a clara relevância social da investigação que desenvolve, o ADN da instituição em colocar todo o seu saber ao serviço das políticas públicas e o acreditar que é possível construir um país melhor através da ciência, do conhecimento e das inovações que proporciona.  Faz prova disto a manifestação recente de inúmeros projetos idealizados e implementados para atacar os desafios da sociedade que a atual crise pandémica despoletou.

Mas as condições explicitadas anteriormente, sendo necessárias para o modus operandi do INESC TEC e persecução da sua missão, não são suficientes para enraizar todas as dimensões da Responsabilidade Social (RS) na sua cultura organizacional, nem tão pouco garantir que os seus profissionais sejam socialmente responsáveis, comprometidos com a construção do bem comum. As políticas e as práticas da RS devem extravasar a missão da instituição.

E que mais-valia ter na instituição pessoas inconformadas que, num movimento orgânico e voluntarioso, constituíram um grupo de trabalho que realizou um diagnóstico abrangente e profundo ao estado da RS na instituição. O que os motivou? O desejo de reconhecimento da temática da RS a todos os níveis da organização, a necessidade de incrementar a maturidade dos processos de RS e de formalizar algumas iniciativas pontuais, ad-hoc e descentralizadas em curso, e a obrigação de dar resposta a expetativas crescentes da sociedade.

O Guia Prático do GRACE (Grupo de Reflexão de Apoio à Cidadania Empresarial) proporcionou o framework adequado para desbravar o status quo da RS, definir o respetivo modelo de governance a ser adotado, e delinear um primeiro plano plurianual.

Cabe agora à “Comissão para a Responsabilidade Social” executar o plano, nomeadamente as linhas de ação internas e externas prioritárias relativas aos princípios organizacionais, aos colaboradores, ao ambiente e à sociedade. E contará com todos os INESC TECianos, bem como com o olhar atento da nova mascote, a NESKI, para que o INESC TEC assuma um papel (mais) ativo neste domínio…independentemente do escrutínio público!

Bernardo Almada-Lobo – Administrador

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