INESC TEC promove discussão sobre “Aceleração da descarbonização da economia”

Que e quanto investimento terá de ser feito em energias consideradas limpas? Qual a escala geográfica que potenciará uma menor dependência climática? Quão longe está a Europa de optar por uma política que não tenha apenas em conta os interesses de cada uma das nações? Estes são alguns dos tópicos em debate na sétima edição do Fórum INESC TEC do Outono, promovido pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC). Este ano, o evento debruça-se sobre as temáticas relacionadas com a transição energética e a forma como o ambiente, a energia e a economia se interligam. Governantes, investigadores e empresários vão discutir soluções técnicas, regulatórias e ambientais para ajudar a definir políticas públicas que promovam a descarbonização da economia.

Pelo sétimo ano, o INESC TEC volta a levar a cabo o Fórum do Outono, trazendo para discussão um dos temas que ocupa a ordem do dia, com especial relevância após o início da guerra na Ucrânia. Centrado na “Aceleração da Descarbonização da Economia”, o evento foca-se nas questões relativas às alterações climáticas, na descarbonização da economia, especialmente no que diz respeito à energia. A pertinência do tema justifica-se, acredita João Peças Lopes, diretor associado do INESC TEC e Professor Catedrático na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, “precisamente pela oportunidade e urgência crescente em promover a transição energética, dados os evidentes impactos ambientais que já se manifestam e os impactos económicos que é preciso mitigar”.

O Fórum assume ainda especial relevância ao propor uma abordagem que vai para além do convencional debate de ideias, convidando para a reflexão atores da academia e do ecossistema empresarial. “Esta complementaridade e o debate num mesmo fórum das questões da energia, em si mesma, enquanto bem escasso, e a necessidade de diminuir o impacto ambiental, criam tensões que é preciso dirimir e geram a necessidade de procurar soluções de compromisso”, assume João Peças Lopes.

Numa altura em que se vive um momento onde as alterações climáticas são cada vez mais visíveis, através de fenómenos como ondas de calor, períodos de seca prolongada, inundações, tufões ou degelo das calotes polares, discutir a transição energética ajuda a criar uma melhor perceção sobre os desafios da energia. E João Peças Lopes defende que “a Academia e o Sistema Científico e Tecnológico têm uma responsabilidade importante não só na geração de conhecimento, mas também na criação de uma consciência energética na sociedade e nos cidadãos”.

As soluções de futuro serão abordadas com recurso a painéis direcionados para os desafios e estratégias de cada segmento. A garantia, segundo Peças Lopes, é não ser possível “fugir a temas difíceis: gás, petróleo, carvão, Hidrogénio”, até porque, acredita, há questões para as quais são necessárias respostas. “Serão os prazos compatíveis com a urgência de soluções? Que investimento nas energias limpas? Qual a escala geográfica que potenciará uma menor dependência climática? Quão longe está a Europa de optar por uma política que não tenha apenas em conta os interesses de cada uma das nações?”.

Fórum reúne painel de especialistas em energia e ambiente

A Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, cabe transmitir uma visão macro daquilo que serão os desafios e oportunidades da Energia e do Clima.

Teresa Pinto Correia, da Universidade de Évora, terá a seu cargo a moderação de um debate exclusivamente focado no Ambiente, que contará com a participação de Filipe Duarte Santos, do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Sara Goulartt, da EDP, e João Pedro Gouveia, da Nova School of Science and Technology.

João Peças Lopes será, de resto, responsável pela moderação do debate focado na energia, com a participação de Álvaro Costa, da FEUP, Pedro Carvalho, do INESC – ID e Instituto Superior Técnico e Pedro Amaral Jorge, da Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

Com início marcado para as 11h00 e abertura a cargo de Pedro Guedes de Oliveira, antigo presidente do INESC Porto e atual consultor da Administração do INESC TEC, João Claro, Presidente da Comissão Executiva e vice-Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC, e Pedro Rodrigues, Vice-reitor da Universidade do Porto, o evento contará ainda com a participação de dois oradores convidados. Jorge Vasconcelos, ex-presidente da ERSE e presidente da NEWEs, New Energy Solutions, focar-se-á na reforma dos mercados da eletricidade na Europa. Já João Pedro Matos Fernandes, ex-ministro do Ambiente e da Transição Climática, e professor catedrático na FEUP irá abordar as novas políticas ambientais, depois do Acordo de Paris”.

Clara Gouveia, investigadora do INESC TEC, Rui Calçada, Diretor da FEUP, e José Manuel Mendonça, Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC, encerram o evento.

O Fórum do Outono é uma iniciativa anual do INESC TEC que visa promover a discussão de temas relevantes para o país. Em 2022, a Transição Energética tornou-se ainda mais urgente, sendo necessário avaliar sua aceleração, redesenhando Planos de Energia e Clima e calculando os impactos ambientais e económicos, planeando a segurança energética do abastecimento e assegurando também níveis elevados de resiliência ao sistema energético.

Revelou-se, por isso, importante discutir soluções técnicas, regulatórias e ambientais para ajudar a definir políticas públicas que promovam uma trajetória que passa pela crescente eletrificação da sociedade e da economia, sustentada no aumento da eficiência no consumo e no aumento da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.

O evento terá no lugar no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O programa completo pode ser consultado aqui. A participação é livre, mediante inscrição obrigatória, no site do evento, até 29 de novembro.

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