INESC TEC integra projeto que responde aos desafios da computação eficiente

O UNIFY, que arrancou este mês, tem como objetivo desenvolver tecnologia de compiladores, para utilização em novas arquiteturas de computação que possam ser programadas a partir de linguagens de programação convencionais de uso alargado. O INESC TEC é um dos parceiros deste projeto que promete criar uma resposta unificada às limitações tecnológicas dos processadores de uso geral (GPPs). 

 

Se por um lado a quantidade cada vez maior de dados e o avanço no desenho de algoritmos vieram evidenciar as limitações de desempenho e eficiência dos chamados processadores de uso geral, por outro, vieram abrir caminho para o desenvolvimento de novas arquiteturas especializadas, capazes de responder às necessidades atuais de eficiência e desempenho da computação.  

“O aumento das necessidades de computação eficiente, tanto em termos de tempo como de consumo energético, está, cada vez mais, a levar à necessidade de uma diversificação das arquiteturas de computação. Ou seja, limitações tecnológicas de processadores convencionais exigem processadores especializados para certos domínios ou aplicações”, avança Nuno Paulino, investigador do INESC TEC.    

No entanto, o desenho de novas arquiteturas especializadas para certos domínios e aplicações exige a criação de novas linguagens, o que poderá levantar desafios quanto à sua utilização. “O proveito da criação de novas arquiteturas será reduzido se não for possível expor os benefícios através de um modelo e de uma linguagem de programação que permitam a sua utilização. Contudo, a criação de novas linguagens não é um exercício trivial, e estas enfrentariam uma barreira de adoção face a linguagens já estabelecidas”, explica o investigador. 

Neste contexto, o projeto UNIFY visa o desenvolvimento de uma tecnologia de compiladores que permita a utilização de novas arquiteturas via linguagens de programação convencionais de uso já alargado. Em concreto, no âmbito deste projeto, o INESC TEC tem como missão desenvolver uma linguagem intermédia, que permita programar diferentes arquiteturas com base nas linguagens ditas convencionais. Isto vai permitir que os utilizadores possam tirar partido das vantagens de desempenho de arquiteturas novas ou customizadas, evitando o esforço dedicado à aprendizagem de uma nova metodologia e linguagem de utilização. 

É previsto que o benefício se materialize em domínios emergentes como Edge Computing, em aplicações de Inteligência Artificial e Machine Learning ou telecomunicações 5G/6G, que exigem um rápido tempo de resposta e baixo consumo de energia.  

Com um investimento de 250 mil euros, o projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e tem a duração de 36 meses. Liderado pelo INESC-ID, conta com o envolvimento do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) e do Centro de Computação Centrada no Humano e Ciência da Informação (HumanISE) do  INESC TEC e do Instituto de Telecomunicações de Coimbra.  

 

O investigador do INESC TEC mencionada na notícia tem vínculo ao INESC TEC. 

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