Até dia 22 de julho, foi possível visitar, na Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas, a exposição de Leonel Moura, intitulada, “O fim da Arte, tal como a conhecemos?”. Na exposição foram apresentados dois robôs, desenvolvidos em colaboração com o INESC TEC, que produzem “pinturas únicas sem intervenção humana direta”.
O INESC TEC tem vindo a colaborar com o artista português Leonel Moura, pioneiro na aplicação de Robótica e Inteligência Artificial na arte. Recentemente, o Instituto desenvolveu dois robôs autónomos que, além de pintarem, dispõem de uma câmara de vídeo que permite a transmissão online da evolução da pintura. Estas soluções integraram a exposição “O fim da Arte, tal como a conhecemos?”, inaugurada no final do mês de junho.
O INESC TEC, através de Paulo Costa, em colaboração com José Magalhães Lima e António Paulo Moreira, desenvolveu um novo robô de raiz com tração omnidirecional e com uma capacidade de visão artificial e comunicação com o exterior muito superiores às versões anteriores. Utiliza duas câmaras digitais a cores, uma para inspecionar a tela de pintura e detetar os diferentes tipos de cores e outra, colocada no topo que usando um computador externo, permitirá a visualização, da tela numa perspetiva mais global. Através de uma ligação à rede sem fios e à Internet, anteriormente inexistente, será possível a monitorização e a visualização da evolução da pintura.
Estes robôs integram a série ARS (Art Robot Swarm), configurando uma versão mais sofisticada do ArtSbot – nome que Leonel Moura deu às primeiras pinturas feitas por robôs autónomos e que significa Art Swarm Robot. Este conceito, inspirado no comportamento das formigas, faz alusão à utilização de robôs que, trabalhando conjuntamente, produzem “pinturas únicas sem intervenção humana direta”.
Segundo o artista, “estas obras anunciam uma mudança radical na forma como pensamos a arte. Hoje, máquinas inteligentes e criativas conseguem realizar textos e pinturas em tudo similares, e por vezes com mais imaginação, do que os artistas humanos. As obras de 2004 são pioneiras neste processo. Com a vantagem de serem realizadas no espaço físico e não no virtual”.
A inauguração da exposição, que aconteceu no dia 30 de junho contou, além da apresentação do robô ARS, com uma apresentação de Leonel Moura sobre Arte Robótica e Inteligência Artificial. Patente na Cooperativa Artística Árvore, no Porto, a exposição esteve patente até ao dia 22 de julho, mostrando a evolução do trabalho do artista, com obras realizadas em 2004 e obras realizadas em 2023 – todas feitas por robôs.