O projeto Asprela+Sustentável nasceu com o objetivo de transformar a zona do Amial num caso pioneiro de gestão da energia solar enquanto fonte sustentável. Com meio caminho já percorrido, o município do Porto juntamente com outros parceiros, entre os quais o INESC TEC, querem replicar este quilómetro quadrado de sustentabilidade noutros espaços da cidade.
A construção da cidade do futuro tem as primeiras sementes lançadas no Amial e assenta em três grandes pilares: a instalação de painéis solares fotovoltaicos nas coberturas dos edifícios, de baterias de “segunda-vida” para o armazenamento da energia produzida e de carregadores para veículos elétricos. Para que os residentes possam começar a usufruir gratuitamente de energia proveniente dos painéis fotovoltaicos faltam apenas pormenores relacionados com o equipamento. Numa primeira fase, a energia será gratuita e a Câmara irá estudar o modelo de a fazer, depois, chegar à população a preços acessíveis.
O INESC TEC teve um importante contributo na “radiografia” do consumo energético (eletricidade e gás) de toda a zona, bem como das necessidades de mobilidade da população fixa e flutuante. “Fizemos o levantamento das infraestruturas e dos seus consumos, desenvolvendo, com recurso a softwares de georreferenciação e a simuladores de necessidades energéticas urbanas, um mapa de necessidades energéticas do polo da Asprela. Para além disso, trabalhamos de forma ativa na criação de uma comunidade de energia renovável, no bairro, com o desenvolvimento de uma metodologia que permite maximizar o consumo de energia solar produzida localmente”, explica Alexandre Lucas, investigador do INESC TEC.
O projeto está em linha com a estratégia municipal, promovendo questões como a mobilidade elétrica sustentável, o combate à pobreza energética e o incentivo ao consumo de energias limpas. Para o INESC TEC, “ter uma presença em projetos locais é uma mais-valia, pela oportunidade de participar ativamente na transição energética e na descarbonização da região e pelos contactos estabelecidos com universidades, hospitais, centros empresariais e outras instituições e empresas”, acrescenta o investigador.
O município do Porto já mostrou interesse em replicar este projeto noutras zonas, como forma de suportar a estratégia municipal para estas áreas da economia circular.
O “Asprela + Sustentável” conta com um investimento de um milhão de euros e tem fim previsto em abril de 2024.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.
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