Tecnologia inovadora vai criar o primeiro demonstrador de um nó IoT totalmente impresso

Está em desenvolvimento uma solução sustentável de comunicações para a Internet das Coisas (ou, na versão inglesa, Internet of Things – IoT). A solução nasce de uma combinação de comunicações por luz e rádio, de forma flexível, e aproveita tecnologia que tem, como base, eletrónica impressa. São mais de onze entidades que estão a trabalhar nesta solução, ao longo de três anos, no âmbito do projeto SUPERIOT (Truly Sustainable Printed Electronics-based IoT Combining Optical and Radio Wireless Technologies), financiado pela Comissão Europeia em 5,6M€. Há três entidades portuguesas envolvidas – o INESC TEC, a Universidade Nova de Lisboa e a Wavecom.

Com o desenvolvimento da IoT – Internet of Things – e a proliferação de dispositivos que ligam o mundo físico e o mundo digital, o projeto SUPERIOT surge com uma tecnologia revolucionária com impactos científicos, económicos e sociais ao desenvolver o primeiro demonstrador de um nó IoT totalmente impresso.

Em termos práticos, trata-se da criação de dispositivos utilizando técnicas de impressão 3D, por exemplo, que permitem resultados mais sustentáveis e económicos por reduzirem o desperdício de materiais, envolverem o uso de recicláveis e otimizarem o consumo de energia. Utilizar comunicações baseadas em luz e rádio tem, também, as suas vantagens, nomeadamente no que diz respeito à segurança, flexibilidade e resiliência da rede.

“Esta rede IoT ajudará a transformar a sociedade para ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e ecológico”, explica Luís Pessoa, investigador do INESC TEC e professor convidado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), sublinhando que a expectativa é que “isso transforme a maneira como pessoas, equipamentos, máquinas e objetos interagem com o seu ambiente imediato por meio de funcionalidades ativas construídas de forma sustentável nas superfícies circundantes”.

O investigador acredita que “demonstrar que um nó IoT pode ser impresso será o primeiro passo para uma verdadeira revolução tecnológica em comunicações sem fio sustentáveis”. Até 2030 é expectável que o tamanho do mercado de IoT atinja os 4 mil milhões de euros e, nesse sentido, o projeto servirá de ponte para o desenvolvimento de funcionalidades mais avançadas baseadas em eletrónica impressa, como pontos de acesso, processamento de sinais e blocos computacionais, sensores, sistemas de captação e armazenamento de energia, entre outros.

Os resultados do projeto apoiarão uma série de aplicações do mundo real num futuro próximo, com grandes benefícios em logística (e aplicações industriais em geral), bem como ao nível das TIC no setor da saúde.

A criação de etiquetas inteligentes totalmente impressas, por exemplo, com um nó de IoT em forma de adesivo pequeno, com sensores e funcionalidades de conectividade, produzido massivamente a um preço baixo criará um mundo de oportunidades para novas aplicações, como embalagens, logística, TIC médica, entretenimento e aplicações industriais, entre outros.

No caso da saúde, adianta Luís Pessoa, “os resultados do projeto irão reforçar a produção de adesivos de saúde descartáveis, que permitirão a monitorização, a longo prazo, do estado de saúde de pessoas saudáveis ​​e de pessoas com algumas condições médicas, apoiando os cuidados preventivos de saúde”.

Para além de Portugal, o SUPERIOT reúne, ainda, parceiros da Finlândia, dos Países Baixos, de Espanha, da Polónia, da Bélgica, do Reino Unido e da Alemanha.

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