INESC TEC quer ajudar empresas a abraçar a transformação digital a custos reduzidos

Transição digital, inovação, capacitação das empresas, financiamento, tecnologias disruptivas como Inteligência Artificial (IA) e Computação Avançada (HPC). E uma certeza: 2024 será um ano de oportunidades para as empresas que estiverem dispostas a arriscar. No Palácio do Freixo, no Porto, cerca de 100 participantes juntaram-se para conhecer em detalhe o ATTRACT, o pólo europeu de inovação digital (EDIH – European Digital Innovation Hub), coordenado pelo INESC TEC.

O evento juntou vários especialistas do tema e contou ainda com a perspetiva de outras entidades como a ANI – Agência Nacional de Inovação, a DG Connect da Comissão Europeia, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), os EDIH Südwestfalen (Alemanha) e PRODUTECH DIH (Portugal), a Universidade do Minho e as empresas Celoplás e Inductiva Research Labs.  Houve diferentes momentos de debate, que convergiram numa ideia: é essencial que as empresas unam esforços e usem a tecnologia para se tornarem ainda mais competitivas, aproveitando as oportunidades de financiamento proporcionadas pelo ATTRACT.

A empresa Celoplás usa IA há 20 anos e é um exemplo real do impacto que esta transformação teve no desenvolvimento de produto e na otimização do processo produtivo, tornando-a mais eficiente e eficaz para competir no mercado, segundo Ana Cortez. Sérgio Santos, da empresa Inductiva Labs, referiu, por outro lado, que “a área da tecnologia é muito barulhenta” e procurar ajuda especializada de uma entidade que domina o assunto facilita o processo de adoção.  Já na Universidade do Minho, o departamento de polímeros, em parceria com uma empresa alemã, usa HPC para o estudo da cavidade oral e para o desenvolvimento de chupetas, sendo possível testar, em apenas um dia, centenas de soluções, graças à elevada capacidade e velocidade de cálculo. Esta parceria ilustra como a colaboração entre instituições académicas e empresas pode conduzir a avanços significativos e transformadores no cenário da inovação tecnológica.

Mudar o rumo e apostar em tecnologia exigem um esforço às empresas, uma alteração de processos, uma adaptação que nem sempre é fácil. No entanto, qual o custo de não abraçarem a transição digital?  “A transformação digital, nomeadamente acelerada por IA e HPC, e a aplicação destas tecnologias aos processos das empresas é essencial e é um investimento que, a médio prazo, terá resultados muito diferenciadores para a sua competitividade. O ATTRACT é o fruto de mais de três anos de trabalho e este consórcio agrega entidades com uma enorme polivalência de competências que criam valor ao ecossistema, com a vantagem de poder prestar estes serviços ao mercado com condições muito atrativas por serem financiadas pelo projeto”, explica Vasco Teles, investigador do INESC TEC e responsável de projeto.

O ATTRACT oferece um conjunto de serviços que se baseia no conceito “testar antes de investir”, através de estudos de viabilidade ou provas de conceito, avaliação da maturidade digital em IA e HPC e definição de roteiros de transformação, formação e capacitação (como webinars e workshops), sessões de mentoria e aceleração para novos modelos de negócio e laboratórios de cocriação.

Helena Rodrigues, Project Officer na DG Connect da Comissão Europeia e Sílvia Garcia, Administradora Executiva da ANI, foram unânimes relativamente importância dos polos de inovação digital como facilitadores da transformação digital em empresas e entidades públicas, que é, além disso, uma das prioridades da União Europeia. Ricardo Simões, Diretor de Inovação da CCDR-N, também sublinhou que este é o caminho para que as empresas, nomeadamente da Região Norte, possam mergulhar numa nova era digital, fortalecendo a sua competitividade.

Do papel à prática, Robert Fischbach (EDIH Südwestfalen) e Pedro Rocha (PRODUTECH DIH) falaram sobre o trabalho que já fazem no terreno. Se, por um lado, o EDIH alemão está apostado em ajudar empresas locais, sobretudo na área da indústria automóvel, procurando colocar as pessoas no centro do processo, o EDIH português disponibiliza serviços empresas de vários setores da indústria transformadora apoiando o desenvolvimento e aplicação de soluções digitais. Em ambos os casos, os polos oferecem serviços personalizados às empresas, colaborando com diferentes parceiros da rede.

O coordenador do projeto, Rui Oliveira, encerrou o evento enfatizando a importância do consórcio e da rede com outros EDIH, garantindo colaborações sólidas nacional e internacionalmente. “As empresas podem beneficiar destas sinergias para encontrar soluções para os seus desafios e necessidades”, garante.

 

O ATTRACT junta 25 parceiros nacionais de referência e excelência nas áreas da tecnologia e da inovação que pretendem colaborar e apoiar as empresas nacionais e a Administração Pública na aceleração digital, com destaque para as soluções de IA e HPC. O projeto é financiado pelo Programa Europa Digital da Comissão Europeia e pelo Plano de Recuperação e Resiliência da República Portuguesa.

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