Passo a passo, INESC TEC quer contribuir para uma indústria do calçado mais sustentável

O INESC TEC é um dos 70 parceiros num projeto que quer inovar e impulsionar a sustentabilidade na indústria do calçado. Com um investimento do PRR de mais de 70 milhões de euros, o BioShoes4all promete revolucionar o setor, posicionando-o como um líder global na economia circular.

 

É preciso recuar até ao século XIX para compreender o longo caminho que a indústria do calçado percorreu até aos dias de hoje. Da produção artesanal para a industrialização do setor nos anos 50, esta é uma história de transformação, marcada por desafios económicos e tecnológicos. Com a criação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) em 1975, foram ultrapassadas novas barreiras (físicas e tecnológicas).  Quase 50 anos depois, a bússola aponta agora para a sustentabilidade, assente em pilares como o desenvolvimento de biomateriais, a digitalização da cadeia produtiva e a criação de novas tecnologias.

Não é a primeira vez que o INESC TEC se junta a esta associação em projetos relacionados com a inovação e a digitalização do setor do calçado e, desta vez, quer ter um papel decisivo na cadeira de valor. “Através da aplicação de algoritmos avançados de otimização da produção e tecnologias inovadoras de rastreamento da cadeia de valor de produção de calçado, estamos a criar soluções que aumentam a eficiência e a sustentabilidade da indústria”, afirma Rui Rebelo, investigador do INESC TEC. Serão desenvolvidas tecnologias que permitem otimizar os processos, reduzir o desperdício e promover a circularidade dos produtos. “Vamos usar o nosso conhecimento em áreas como plataformas digitais, simulação, otimização, energia e robótica, para desenvolver soluções inovadoras de rastreabilidade e circularidade que apoiam empresas a implementar o Passaporte Digital do Produto e a aumentar a circularidade dos produtos, redução do consumo de energia e desperdício de materiais nos processos de injeção e células robotizadas para apoiar operações complexas (tais como processos de cardagem de solas e gáspeas e deposição de cola)”, acrescenta.

O projeto vai beneficiar as empresas do cluster do calçado e do couro, mas também o consumidor final que terá à sua disposição produtos mais sustentáveis. “O impacto deste projeto vai além do setor. Queremos criar um modelo de bioeconomia que possa ser replicável a outras indústrias e abra caminho para outras inovações”, adianta Rui Rebelo.

O projeto BioShoes4All termina em dezembro de 2025 e reforça o compromisso nacional com a inovação sustentável e economia verde.

 

O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.

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