Promover a partilha de boas práticas entre os estados-membros da União Europeia é o objetivo do exercício de aprendizagem mútua sobre carreiras de investigação mais atrativas e sustentáveis e circulação de talento. O INESC TEC é uma das duas entidades portuguesas a participar neste exercício – a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) é a outra -, que aborda desde as questões relacionadas com o recrutamento, as condições de trabalho, o desenvolvimento de carreira e progressão até ao desenho de políticas que incentivem carreiras de investigação mais atrativas.
Chama-se Mutual Learning Exercise (MLE) on Research Careers, é uma iniciativa da Comissão Europeia e reúne organizações de 16 países. A ideia é, através da partilha de boas práticas, apoiar as entidades envolvidas na implementação da recomendação do Conselho Europeu sobre um enquadramento europeu para a atração e a retenção de talento nas áreas de investigação, inovação e empreendedorismo na Europa. E, desta forma, melhorar as carreiras ligadas à investigação e à inovação.
“Ao participar nesta iniciativa, o INESC TEC alinha-se com a visão da União Europeia de criar um ambiente competitivo, favorável e sustentável para as carreiras de investigação. O nosso envolvimento nestas discussões permite-nos aprender com outros países europeus, partilhar as nossas experiências e obter contributos sobre os desafios comuns enfrentados por outros países em temas como atração e condições de trabalho, desenvolvimento/progressão na carreira, circulação de talentos e relações nacionais/institucionais”, explica Susana Rodrigues.
De acordo com a investigadora do INESC TEC, que também integra a equipa de Recursos Humanos da instituição, as interações com as restantes entidades que integram este MLE tem permitido ao INESC TEC moldar as suas próprias políticas de recursos humanos e reforçar o seu papel na construção de uma comunidade de investigação forte. “Estamos empenhados em criar um ecossistema de investigação dinâmico, inovador e de elevada qualidade. Prova disso foi a referência, no primeiro relatório técnico deste exercício, às iniciativas que temos vindo a implementar para promover o bem-estar das pessoas e criar um ambiente de trabalho favorável”, refere Susana Rodrigues. Entre as quais, destacam-se a criação de uma linha de apoio e de parcerias com gabinetes na área da saúde mental, a promoção de ações de formação nesta área, o horário flexível ou o modelo híbrido de trabalho.
Adicionalmente, e no âmbito da discussão do tema relacionado com as condições facilitadoras para melhorar a atração dos sistemas de I&D e a circulação equilibrada de talentos, o INESC TEC partilhou mesmo um caso de estudo que demonstra a utilização eficaz das políticas nacionais para atrair e reter talentos de investigação, ilustrando a forma como o Instituto tem alinhado as suas práticas institucionais com estratégias de investigação nacionais e objetivos europeus.
“As lições aprendidas com a nossa participação no MLE estão a ser ativamente integradas nas novas políticas de RH da instituição. A procura de alinhamento com quadros e ferramentas europeias – como ESCO, ResearchComp e CoARA – tem desempenhado um papel fundamental na definição mais clara das carreiras de investigação, e na melhoria de processos como a avaliação do desempenho, o recrutamento e seleção, a formação e o desenvolvimento de competências dos investigadores. Ao alinharmo-nos com estes padrões europeus, não estamos apenas a melhorar os processos internos, mas também a contribuir para a transformação do ecossistema europeu da investigação”, conclui a investigadora.
O MLE aborda quatro temas principais: recrutamento, condições de trabalho, desenvolvimento de carreira e progressão; competências e carreiras intersetoriais, interdisciplinares e interoperáveis; condições favoráveis para sistemas de investigação atrativos e circulação equilibrada de talentos; política e contexto jurídico que propiciem carreiras de investigação atrativas. Iniciou em junho de 2024 e terminará em junho de 2025.
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