Desenvolver um sistema avançado de Inteligência Artificial (IA) que possa ajudar os médicos a caracterizar lesões gástricas durante exames de endoscopia. Este é o principal objetivo do projeto EndoRadiomics, que conta com a participação do INESC TEC, em colaboração com o IPO Porto.
O projeto EndoRadiomics – A Radiomics Approach to Gastric Lesion Characterization in Endoscopic Images – utiliza um sistema que recorre à radiómica, ou seja, à extração automática de biomarcadores a partir de imagens médicas, com vista a reduzir a necessidade de recolha invasiva de tecido e, dessa forma, permitir diagnósticos mais rápidos e eficazes de cancro gástrico. Esta ferramenta adicional de apoio nas decisões clínicas deverá ajudar os médicos gastroenterologistas no diagnóstico e reduzir o número de biópsias desnecessárias, o que significa uma prática mais ecológica e uma gestão mais eficiente de recursos para os hospitais.
“Embora existam aplicações de IA e radiómica em outras áreas da medicina, como a oncologia pulmonar ou a mamária, a aplicação específica destas tecnologias ao contexto da endoscopia digestiva alta é praticamente inexistente”, afirma Miguel Coimbra, do INESC TEC no domínio da bioengenharia. A novidade deste projeto “está precisamente em explorar esta área pouco estudada, combinando dados reais de endoscopia com resultados de biópsias, para treinar sistemas inteligentes que podem atuar como intermediários entre o exame visual e a recolha de tecido”, explica.
Estes novos algoritmos de radiómica e IA especificamente desenhados para o contexto da endoscopia gástrica serão implementados num protótipo interativo, a ser inicialmente instalado e testado no IPO Porto, tendo em conta o trabalho que tem desenvolvido no tratamento do cancro gástrico. A longo prazo, e conforme os resultados, pretende-se que a utilização da ferramenta possa ser alagada a mais unidades hospitalares.
O projeto decorre até janeiro de 2026 e conta com um financiamento no âmbito das Agendas para a Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de cerca de 125.000€.
O colaborador do INESC TEC mencionado na notícia tem ligação ao INESC TEC e à UP-FCUP.
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