Da porta de entrada da Europa para o Atlântico, o investigador do INESC TEC Nuno Cruz embarcou com destino ao sul da Índia para dar conta, ao largo da Golfo de Bengala, da tecnologia e soluções de robótica marinha avançadas pelo Instituto.
No Instituto Indiano de Tecnologia de Madras, na cidade de Chennai, Nuno Cruz apresentou abordagens inovadoras do INESC TEC, para demonstrar como a robótica marinha está a abrir novas possibilidades para a ciência, mas também nos setores da energia offshore e economia azul.
Nuno Cruz apresentou, na International Conference on Ocean Engineering (ICOE), a palestra Advancing Marine Robotics: Innovations, Challenges, and Collaborative Pathways, onde explicou como o Instituto está a tentar capturar o que, sob a superfície, nas profundezas, se esconde no breu.
“Ir mais fundo, ficar mais tempo” é o mote que norteia a investigação do INESC TEC nesta área e Nuno Cruz aproveitou a oportunidade para trocar ideias com estudantes de doutoramento interessados em aplicar conhecimentos noutras zonas do globo, como Portugal. Um importante cartão de visita para captar atenções: os projetos europeus “de grande dimensão” que o INESC TEC integra.
“Na sequência deste evento e da palestra que dei, fui abordado por vários estudantes interessados no programa doutoral da Faculdade de Energia da Universidade do Porto (FEUP). O assunto foi também abordado com vários docentes do IIT Madras, que se mostraram interessados em explorar a hipótese de intercâmbio de estudantes de doutoramento, tirando partido dos projetos e das infraestruturas do INESC TEC”, indica o investigador.
Em complemento com as sessões científicas, o programa do ICOE 2025 incluiu a visita a duas entidades de referência: o Centro Nacional de Tecnologia Costeira e Portuária (NTCPWC, na sigla em inglês) – “onde foi possível ver o tanque de ondas com 90x65m e um digital twin de portos comerciais”, pontua Nuno Cruz – e o Instituto Nacional de Tecnologia Oceânica (NIOT), especializado em equipamento para operação no mar profundo.
“Foi muito gratificante reencontrar colegas e conhecer novos parceiros e ter conversas que geraram novas ideias e rumos promissores para a colaboração. Estamos ansiosos para desenvolver essas conexões e impulsionar a inovação juntos”, indica o investigador.
A ICOE é organizada pelo Departamento de Engenharia Oceânica do IIT Madras – com quem o INESC TEC tem um memorando de entendimento – e junta investigadores na área da engenharia Oceânia de todo o mundo. A conferência já navegou até à Maurícia (2019) e Alemanha (2023), mas realiza-se, na maior parte das vezes, na cidade no sul da Índia.
Antes da partida para o sul da Índia, Nuno Cruz fez uma paragem nos Açores para um evento com selo IEEE, o EXPAT’2025, sobre sensores no meio aquático. O arquipélago é palco de um recente projeto – o AI4PORTS – que visa o desenvolvimento de novas soluções para a identificação automática de anomalias em estruturas portuárias submersas.
“A conferência contou com uma forte presença da comunidade científica dos Açores, pelo que foi possível discutir potenciais parceiras para novos projetos, como o AI4Ports. Permitiu também interagir com os colegas açorianos com quem estamos a preparar a edição do workshop WAVES’2025, que vai para a terceira edição, a decorrer em Ponta Delgada no próximo mês de outubro”, conclui.
O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).