Everton Alves, Nuno Paulino, Ana Simões, Ricardo Zimmermann e Gustavo Dalmarco

Everton Alves 

“Esta nomeação reflete o esforço e a dedicação que o Everton Alves tem demonstrado no desenvolvimento da capacidade de teste de sistemas de proteção e funções de automação do laboratório de redes inteligentes e veículos elétricos, e que permitiu ao centro desenvolver novas capacidades e serviços de teste. Em particular, durante os meses de julho e agosto, o Everton assumiu a responsabilidade da realização dos testes e demonstrações da aplicação de automação desenvolvida pela equipa do CPES no âmbito da colaboração com a empresa GE Vernova. O seu trabalho em conjunto com a restante equipa do CPES tem contribuído para o sucesso desta colaboração”. 

– coordenação do CPES

O Everton esteve responsável pelos testes e demonstrações de uma aplicação de automação, no âmbito de uma parceria com a empresa GE Vernova. Poderia falar-nos um pouco mais sobre o trabalho que foi desenvolvido (objetivos, fator diferenciador, principais desafios, metas alcançadas, relevância da colaboração, etc.)? 

O principal objetivo deste trabalho foi validar, através de testes no nosso Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos, uma aplicação desenvolvida em parceria com a GE Vernova, que promove o controlo descentralizado de redes com elevada integração de energias renováveis, gerindo de forma dinâmica a potência de ligação à rede. A aplicação implementada foi validada no nosso Hardware-in-the-Loop (HIL), cuja estrutura permite simulações em tempo real que replicam com precisão as condições do sistema elétrico. 

Um dos principais fatores diferenciadores foi a criação da cadeia completa de testes, que incluiu desde a modelação da rede elétrica, o estabelecimento da arquitetura com base nos protocolos da norma IEC 61850 e o desenvolvimento e a integração da interface de utilizador. Um dos maiores desafios consistiu na integração de todos os elementos e aspetos envolvidos para o estabelecimento do ambiente de testes em tempo real, transitando das simulações offline para os testes em tempo real no HIL. Graças à experiência acumulada em projetos anteriores, o progresso acabou por ter sido satisfatoriamente rápido: as metas foram atingidas, com a entrega à GE Vernova de uma solução dentro do prazo e conforme os requisitos. O projeto segue em andamento, com espaço para melhorias e novas possibilidades. Este trabalho reforçou a confiança nas nossas capacidades e aprimorou as nossas metodologias, consolidando o nosso papel no desenvolvimento de soluções de automação para redes elétricas, com o importante aproveitamento do nosso ambiente laboratorial. 

Também são referidos os seus esforços no desenvolvimento da capacidade de testes de sistemas de proteção e funções de automação do Laboratório de Redes Inteligentes e Veículos Elétricos; poderia explicar-nos, de forma mais detalhada, as atividades em que esteve/está envolvido neste sentido?         

Desenvolver as nossas capacidades laboratoriais tem-se tornado um ponto de suma importância, de modo a agregar valor aos testes e validações com caráter online, de soluções criadas com algoritmos e simulações tipicamente offline. No meu caso particular, tenho implementado soluções de proteção, automação e controlo para redes elétricas no HIL, capazes de simular redes de médio porte com comunicações integradas, equipamentos de proteção, e com sincronização por satélite. A cada projeto envolvido, melhoram-se e operacionalizam-se mais aplicações e funcionalidades relativas ao setup. Por ser um trabalho contínuo, participo ativamente, junto com colegas e gestores, na expansão da plataforma de testes, o que inclui a pesquisa de novos módulos e equipamentos para simulação em tempo real, contacto com fabricantes, avaliação de possíveis novas aquisições, e também dou apoio aos colegas no uso do setup. Esta infraestrutura tornou-se uma mais-valia crucial, não só para automação e proteção, mas também para outras áreas relacionadas, e a prova disso são as empresas que têm sido atraídas para projetos colaborativos, e com interesse nessa nossa capacidade laboratorial. Isto, em paralelo, nos propicia também oportunidades de expandir nossa própria estrutura. 

Do que mais gosta no seu trabalho? 

Há várias coisas do que faço no meu trabalho de que gosto muito, e um bom exemplo é a possibilidade que tenho no INESC TEC de trabalhar nessa vanguarda da inovação tecnológica para sistemas elétricos. As nossas capacidades têm sido constantemente expandidas nos diversos eixos, e ver que tenho contribuído em alguns destes, permitindo testar e desenvolver soluções que impactam diretamente a automação e proteção para as redes, faz para mim uma enorme diferença. A colaboração com equipas multidisciplinares e empresas referências, como é o caso da GE Vernova, tem sido extremamente enriquecedora. É fascinante o espaço que tenho encontrado no INESC TEC para aprender, desenvolver e crescer na investigação e no conhecimento. E tenho de dar um destaque fundamental ao constante apoio e colaboração que existe por parte dos colegas, da equipa e dos gestores, pois é uma caminhada que fazemos com grandes esforços conjuntos, e recompensadores. 

Como comenta esta nomeação? 

É uma grande honra, e agradeço profundamente, ter recebido da coordenação esta nomeação, pois representa um reconhecimento e o valor dado a um trabalho significativo, além da confiança depositada nos contributos que tenho buscado dar. Por fim, não poderia deixar de reforçar e destacar também o esforço coletivo de todos os colegas envolvidos, aos quais estendo naturalmente este mérito. 

Nuno Paulino 

“A coordenação do CTM gostaria de nomear para Extraordinário o investigador Nuno Paulino pela liderança da Comissão Organizadora dos Estágios de Verão no CTM, bem como pelo seu papel fundamental no alargamento da iniciativa em 2024 a todo o INESC TEC. A coordenação do CTM felicita o Nuno Paulino pela capacidade de envolver todo o CTM nesta iniciativa, bem como pelos valiosos contributos para a organização à escala institucional, que contou este ano com 240 candidaturas e 65 estagiários admitidos, dos quais mais de 30 desenvolveram o seu trabalho no CTM no âmbito de vários dos domínios científicos do INESC TEC. A edição de 2024, que consolidou os três formatos de realização dos estágios (presencial, remoto e híbrido), contribuiu para dar continuidade ao trabalho de excelência desenvolvido nas edições anteriores e reforçar a visibilidade do CTM e do INESC TEC junto de estudantes nacionais e internacionais. Finalmente, alargamos as nossas felicitações a toda a Comissão Organizadora e a todos os colegas orientadores de estágio, que contribuíram para o sucesso da edição deste ano. Obrigado e parabéns a todos!” 

– coordenação do CTM

Esta nomeação está relacionada com o trabalho que o Nuno desenvolveu na edição de 2024 dos Estágios de Verão. O que é que mais o desafiou na organização desta iniciativa? 

O facto de ter sido uma edição dos estágios em moldes completamente diferentes. Ao contrário de anos anteriores, especialmente os recentes, em que a organização pode beneficiar de experiência das anteriores edições. Em 2024, não tudo, mas muita coisa, foi desenhada de raiz para acomodar os moldes institucionais dos estágios. Não foi fácil encontrar os procedimentos que prometessem não comprometer o funcionamento dos estágios a nível do CTM. Nomeadamente em termos de divulgação, candidatura e seleção, de assegurar que seria possível acolher os estagiários no CTM como já era nosso costume, e também de não perturbar o processo do ponto de vista dos proponentes/orientadores(as).
Do ponto de vista inverso, também foi exigente descobrir como adaptar processos CTM para o nível institucional, e de como alterar esses processos para permitir um processo à escala, tentando não causar entropia. Como era esperada a participação de vários centros num processo comum, estes processos tiveram que necessariamente ser implementados a nível supra-centro, e, portanto, envolveram Administração, Recursos Humanos, Secretariados e SIG. Definir como implementar os processos de candidatura, seleção, aceitação e associação dos estagiários/as ao INESC foi certamente o mais esforço mais exigente. As coordenações destes aspetos junto da organização dos Estágios INESC TEC, na pessoa da Sara Brandão, prolongaram-se desde março quase até meados de junho. Houve ainda a questão de quando e como organizar a sessão final de modo a suportar a escala dos Estágios, metodologias de avaliação e distribuição de prémios… todo o processo foi caracterizado por bastante pressão, sempre assombrado por a possibilidade de possíveis falhas nos vários processos. Apesar disso, o desafio foi positivo, e uma excelente oportunidade para causar impacto ao nível institucional, à qual me dediquei com muito empenho. Não teria sido possível sem o apoio dos vários departamentos que já mencionei, da Sara Brandão e da Rita Cardoso, e da coordenação do CTM.  

Em 2024, o INESC TEC recebeu 240 candidaturas e acolheu 65 estagiários. Em que medida esta iniciativa contribui para o percurso académico dos estudantes e, ao mesmo tempo, qual o impacto dos resultados dos Estágios para a Instituição? 

Apenas tenho uma noção qualitativa do impacto. Da minha experiência na organização dos estágios ao longo de várias edições, sempre houve aproveitamento a nível de captação de talento. Tenho conhecimento que, pelo menos no CTM, foram recentemente aceites oito bolseiros vindos diretamente dos contactos estabelecidos durante os estágios. Isto parece-me ser um número mais elevado do que as restantes edições. É um resultado que posso atribuir tanto à maturidade da marca dos Estágios CTM, mas que sem dúvida também foi potenciado pela imagem institucional apresentada aos alunos este ano, orientada aos Domínios Científicos. O impacto no percurso académico dos estagiários vem em consequência disto: alunos captados para bolsas muito provavelmente já terão o seu trabalho de mestrado futuro alinhado com as linhas de investigação onde foram inseridos. Dado que o tempo para a dissertação de que os alunos/as dispõem é tipicamente curto, isto é uma grande vantagem que tipicamente se traduz em dissertações de melhor qualidade, como já observei por experiência própria como orientador. Finalmente, os/as aluno/as também podem facilitar a conclusão do seu plano de estudos através de uma equivalência dos estágios INESC TEC a uma unidade curricular. 

Do que mais gosta no seu trabalho? 

Em anos recentes, têm aumentado a diversidade de tarefas que executo no INESC TEC. Entre preparação e execução de projetos, prestações de serviço, e orientações de bolseiros e mestrandos, etc., sinto-me mais produtivo no trabalho para os meus objetivos e os do INESC TEC, o que é algo que tem contribuído para a minha motivação. Junto a esta lista de atividades a participação em iniciativas como os Estágios de Verão.  

Como comenta esta nomeação? 

Estou orgulhoso pelo resultado! Já não foi a primeira vez que participei na organização dos Estágios de Verão CTM, mas foi a primeira na qual tomei o papel de liderança da comissão de organização. Acho que isto revela a confiança da Coordenação do CTM na minha capacidade, se bem que nem eles sabiam o pedido que me estavam a fazer ainda em 2023 (!). Apesar disso, o esforço resultou num evento de excelente resultado para o INESC TEC, e num bom término dos Estágios de Verão CTM nos seus antigos moldes.  

Estágios de Verão CTM 2024

Ana Simões, Ricardo Zimmermann e Gustavo Dalmarco

“O CESE nomeia a Ana Simões, Ricardo Zimmermann e Gustavo Dalmarco pela organização da conferência IAMOT. A organização da conferência IAMOT deste ano, liderada pela equipa do INESC TEC, superou todas as expectativas e merece um reconhecimento especial pelo seu esforço incansável. O evento destacou-se pela qualidade científica dos resultados apresentados, proporcionando um ambiente de discussão enriquecedora para os participantes. A seleção criteriosa dos trabalhos e a coordenação de palestras de alto nível elevaram a conferência, reforçando a sua relevância no campo da gestão da tecnologia e inovação. A atenção aos detalhes garantiu uma experiência fluida e enriquecedora para todos os envolvidos, desde os investigadores até aos profissionais da área. Além disso, o envolvimento ativo dos participantes e a promoção da cidade do Porto como um destino vibrante e acolhedor foram aspetos essenciais que contribuíram para o sucesso do evento. A organização teve o cuidado de promover interações significativas entre os participantes, criando oportunidades valiosas de networking e colaboração. Ao mesmo tempo, o cenário deslumbrante do Porto serviu como pano de fundo ideal para a conferência, reforçando o papel da cidade e do INESC TEC como um centro internacional de conhecimento e inovação”. 

– coordenação do CESE 

Esta nomeação está relacionada com o trabalho de organização da IAMOT. Quais foram os principais desafios de organizar um evento internacional desta dimensão, pela primeira vez, em Portugal? Há alguma curiosidade que possam partilhar? 

Vários desafios se colocam na organização de uma conferência desta dimensão, os quais são aumentados quando praticamente todos elementos da equipa principal da organização o estão a fazer pela primeira vez. 

Talvez o grande desafio tivesse sido dimensionar a adesão e participação na conferência. Como a comunidade IAMOT é geograficamente dispersa, com uma grande incidência em países da América Latina, como o Brasil, e na África, como a Africa do Sul (este último com necessidade de visto para vir a Portugal), não sabíamos ao certo se teríamos um público de 150, 250 ou mesmo 350 pessoas. Como a contratualização dos espaços onde iria decorrer a conferência e os serviços precisavam ser feito com antecedência, tínhamos cenários e tendências que acompanhávamos quase diariamente. 

Outro desafio que tivemos na organização desta conferência foi desenharmos um programa que permitisse ao participante ter uma experiência única e que ficasse gravada na sua memória. Daí, por exemplo, termos escolhido o edifício da Alfandega do Porto para a conferência e termos uma sessão de mindfulness logo de manhã, antes do início das sessões. 

Além disso, queríamos organizar uma conferência que fosse o mais atrativa e relevante possível em termos científicos. Para isso, conseguimos que os proceedings fossem publicados pela Springer (o que não aconteceu nas edições anteriores da conferência) e tivemos “Special Issues” associados à conferência em journals de destaque na área, nomeadamente o Technological Forecasting and Social Change, IEEE Engineering Management Review (EMR), California Management Review, ou até o U.Porto Journal of Engineering. 

Se tivessem de escolher três conclusões ou contributos principais deste evento, quais seriam? Porquê? 

Talvez o principal contributo seja disseminar o trabalho em Gestão de Tecnologia e Inovação que vem sendo feito pelos investigadores da comunidade IAMOT. Tivemos discussões relevantes e inspiradores sobre o uso de Inteligência Artificial, tema abordado tanto pelos keynote speakers como em diversos artigos apresentados. 

Outro contributo foi aprofundar o debate sobre o uso da tecnologia centrada nas pessoas e na sustentabilidade, sendo inclusive tema de uma das mesas redondas. Aqui o principal contributo foi a discussão deste tema no contexto de ecossistema pois, como foi referido durante a sessão, é necessário envolver todos os stakeholders para alcançar resultados relevantes – empresas, órgãos governamentais e principalmente a população. 

Outro resultado foi dar a conhecer a esta vasta comunidade o que é que as empresas portuguesas têm vindo a fazer ao nível da inovação, em particular na adoção de tecnologias e práticas em prol da sustentabilidade e o papel das pessoas nesse processo.  

Também acreditamos que a conferência contribuiu para levar o nome do INESC TEC (e mostrar a qualidade da investigação que fazemos) a um público alargado até então pouco conhecedor do nosso trabalho.  

Do que mais gostam no vosso trabalho? 

O contacto com investigadores de diferentes partes do mundo. Durante a conferência tivemos oportunidade de assistir a apresentações que descreviam casos muito interessantes de inovação aplicados no Brasil, na Africa do Sul, na China, Paquistão, entre outros, ou seja, em contextos muito diferentes da nossa realidade. Conseguimos assim ter uma visão diferenciada no desenvolvimento de novos projetos de investigação. 

Em relação ao nosso papel como organizadores, gostamos de perceber, através do feedback dos participantes, que estavam muito felizes e satisfeitos com a sua experiência na conferência, o que é o reconhecimento de que a nossa dedicação à organização e planeamento ao detalhe teve os resultados almejados. 

Como comentam esta nomeação? 

A organização do IAMOT 2024 foi um grande desafio, que exigiu muita dedicação – não só nossa, como de toda a equipa: Grasiela Almeida, Marta Oliveira, Ana Silva, Sthefan Berwanger, Henrique Silva, Pedro Senna e José Coelho Rodrigues. Trata-se do reconhecimento do CESE e do INESC TEC do nosso empenho e a forma como lidamos com tamanho desafio, e consequente a valorização do esforço desta equipa. 

 

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