Francisca Almeida

Francisca Almeida

“Esta nomeação reflete o empenho e a dedicação que a Francisca tem demonstrado no desenvolvimento de soluções inovadoras no projeto nacional ATE e no projeto europeu i-STENTORE. No ATE, Francisca completou com qualidade a primeira fase de desenvolvimento de uma ferramenta para a gestão do carregamento de frotas de veículos elétricos, apresentando rigor e autonomia na interação com os parceiros. Está em preparação um pedido de patente para essa ferramenta. Já no i-STENTORE, desenvolveu um algoritmo avançado para prever as afluências hídricas no complexo sistema hídrico da ilha da Madeira. A sua contribuição tem sido essencial para o sucesso dos projetos e no desenvolvimento de novas ideias”

– coordenação do CPES

A Francisca está envolvida em diferentes projetos, no caso o ATE (nacional) e o i-STENTORE (europeu); podia falar-nos um pouco mais do principal objetivo de cada um deles, e que tipo de trabalho tem desenvolvido no âmbito de cada um (pode, também, referir alguns dos resultados já obtidos, quais os fatores diferenciadores de cada iniciativa, etc.)?

No projeto ATE, estamos a desenvolver uma ferramenta para planear e otimizar o carregamento de frotas de veículos elétricos e plug-in, maximizando o uso de energias renováveis, como painéis fotovoltaicos (PV), e sistemas de armazenamento (BESS). O objetivo é reduzir custos e melhorar a eficiência energética. Com a participação da Renewing, a ferramenta garante que as necessidades energéticas do edifício sejam respeitadas, enquanto otimiza os tempos de carregamento dos veículos. Um ponto diferenciador é a capacidade de priorizar veículos, assegurando que, quando não é possível carregar todos, os de maior prioridade são atendidos primeiro. Para trajetos onde a carga do veículo não é suficiente, usamos uma ferramenta externa que identifica a melhor rota e, a partir daí identificamos pontos de carregamento ótimos. Esta integração com energias renováveis e BESS promove uma operação mais eficiente e sustentável.

Por outro lado, o projeto i-STENTORE é completamente distinto, focando-se na previsão da produção energética hídrica na ilha da Madeira. Para alcançar este objetivo, é fundamental começar por prever as afluências hídricas, incluindo precipitação e nascentes, que alimentam o sistema hídrico da ilha. Foi aí que eu tive a oportunidade de contribuir. Com a ajuda do Eng. Filipe Tadeu do CPES, consegui interpretar e perceber os esquemas de fluxos hídricos da ilha da Madeira. E depois começamos a desenvolver uma rede neuronal. Utilizámos dados históricos de precipitação e dos fluxos de água fornecidos pela Empresa de Eletricidade da Madeira, e a partir desses dados, treinámos e ajustámos a rede neuronal para melhorar a precisão das previsões. Foi – e é – um projeto muito interessante, onde posso trabalhar com uma equipa muito diversa, onde cada pessoa traz diferentes competências.

Quais são os principais desafios que encontra no decorrer das suas atividades?

Os principais desafios são diferentes nos dois projetos. No projeto do ATE tinha mais familiaridade com o desenvolvimento de algoritmos de otimização pois foi algo que estudei no mestrado. Contudo, a liberdade de que foi dada para pensar e tentar implementar o modelo de otimização, foi um desafio. Mas correu bem! Fui fazendo e melhorando, fazendo e melhorando. Tentei nunca ter medo das “perguntas idiotas”, porque fiz muitas. Tenho sorte com o facto de as pessoas com que trabalho, não se importarem e até encorajarem.

No i-STENTORE, foi como entrar num mundo completamente novo. Nunca tinha trabalhado com afluências hídricas ou energia hidráulica, e de repente estava numa equipa onde cada pessoa trazia conhecimentos muito específicos e diferentes, mas sempre com um só objetivo final. Desenvolver uma rede neuronal ao nível que o projeto exigia foi, sem dúvida, o maior desafio.

Do que mais gosta no seu trabalho?

O ambiente de trabalho, a liberdade para errar e, claro, o reconhecimento, fazem toda a diferença. Toda a gente está sempre disponível para responder às perguntas que vou fazendo e até para sugerir ideias diferentes. Isso melhora imenso tanto o ambiente como a qualidade do trabalho. Essa abertura para aprender e errar é algo que me faz gostar de estar no INESC TEC.

Como comenta esta nomeação?

Fico muito contente pela confiança e gostava de agradecer ao meu coordenador Dr. Filipe Joel. Confiou em mim e fico feliz por poder corresponder a essa confiança. Isto motiva-me a continuar a dar o meu melhor e a fazer um bom trabalho em cada projeto.

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