João Castro
“O João liderou, com sucesso, a candidatura aprovada do projeto FAIRway – Um Caminho para Promover a Ciência Aberta Através da Gestão do Ciclo de Vida dos Dados de Investigação. Desta aprovação resulta o reconhecimento do INESC TEC, em consórcio com o CIIMAR e BIOPOLIS-InBIO, como um dos 10 Centros Nacionais para Gestão de Dados de Investigação no âmbito do Programa Nacional de Ciência Aberta e Dados Abertos de Investigação promovido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O projeto, a decorrer de janeiro a dezembro de 2025, tem como objetivo principal reforçar a gestão de dados de investigação (GDI) em Portugal e incentivar a adoção de boas práticas alinhadas com as prioridades nacionais e europeias. O João condicionou o seu período de descanso no mês de agosto 2024 para preparar a candidatura e coordenar os trabalhos com os parceiros do projeto. A obtenção deste projeto traduz, não só, o justo reconhecimento do exímio trabalho desenvolvido pelo João na área de gestão de dados de investigação, ao longo dos últimos anos, bem como se afigura como uma valiosa oportunidade de benefício para toda a comunidade científica. Forte do seu background académico e da sua experiência prévia no I&D, o João contribui para uma nova geração de Serviços de Apoio do INESC TEC, enquanto parceiros estratégicos dos nossos investigadores e cujo trabalho impacta diretamente a prossecução da missão do INESC TEC. A coordenação e execução deste projeto, em acumulação com todas as restantes responsabilidades do João, com especial destaque para o acompanhamento de Data Management Plans de vários projetos europeus, constituirá certamente um grande desafio, mas que o João superará, estou certa, com muito sucesso. Parabéns, João!”
– Isabel Macedo, Responsável do Serviço de Apoio à Gestão
O João esteve envolvido na candidatura (bem-sucedida) do projeto FAIRway. Poderia falar-nos um pouco mais sobre esta iniciativa, bem como sobre o trabalho que desempenhou ao longo de todo este processo de candidatura?
O projeto FAIRway, liderado pelo INESC TEC em parceria com o CIIMAR e o BIOPOLIS-InBIO, é uma das dez iniciativas reconhecidas como Centros Nacionais para a Gestão de Dados de Investigação (GDI) pela FCT. O objetivo principal é promover boas prática de gestão de dados alinhadas com os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable), e com as políticas nacionais e europeias, como o Plano Nacional de Ciência Aberta e Dados de Investigação (PNCADAI). Neste contexto, o FAIRway pretende promover a capacitação dos investigadores e dos profissionais que podem apoiar atividades relacionadas com a gestão de dados (data stewards), incentivar a publicação de dados e participar ativamente numa comunidade nacional colaborativa para a troca de experiências e boas práticas de GDI. No processo de candidatura, coordenei a redação da proposta e a estruturação do plano de atividades, nomeadamente na definição da estratégia e objetivos gerais alinhados com as políticas de dados abertos, tendo em consideração os diferentes momentos do ciclo de vida dos dados.
No seguimento deste processo, o INESC TEC foi reconhecido como um dos Centros Nacionais para Gestão de Dados de Investigação; como comenta este resultado? Que impacto terá no trabalho do seu serviço, bem como da instituição?
O reconhecimento do INESC TEC como um dos Centros Nacionais para Gestão de Dados de Investigação pela FCT é um marco significativo que valida o trabalho que temos desenvolvido nesta área e posiciona a instituição como uma referência nacional em GDI. É um resultado que reforça o papel do INESC TEC na promoção de boas práticas de gestão de dados, fortalece a nossa capacidade de apoiar investigadores e outras instituições que pretendem adotar serviços GDI. Para o serviço de Apoio à Gestão, representa uma oportunidade de ampliar o impacto das nossas iniciativas na área, desenvolver novas competências e consolidar uma comunidade colaborativa dedicada à gestão de dados de investigação.
Quais foram os principais desafios ao longo deste processo de candidatura?
O processo de candidatura decorreu no mês de agosto, e este acabou por ser o maior desafio. Embora seja um período de maior tranquilidade para escrever, acabou por ser uma atividade solitária. A troca de ideias com a equipa do Apoio à Gestão, que garante sempre feedback valioso, não foi possível tal como desejado. Para além disso, foi necessário lidar com a gestão de disponibilidade entre parceiros em período de férias, o que tornou o processo maioritariamente assíncrono. Outro ponto desafiador foi o alinhamento das necessidades e objetivos das instituições envolvidas, garantindo um plano robusto e abrangente.
Poderia, também, falar-nos um pouco mais sobre as suas atividades no acompanhamento dos Data Management Plans de diferentes projetos?
O Data Management Plan (DMP) é um documento que específica todo um conjunto de práticas de gestão de dados a implementar durante e após um projeto de investigação, de forma a promover os princípios FAIR e conformidade com políticas de Ciência Aberta. A minha colaboração em atividades relacionadas com DMP nos projetos do INESC TEC envolve diferentes facetas. Em vários projetos estou envolvido desde o início, sendo responsável pela elaboração do documento, especialmente em projetos liderados pelo INESC TEC. Em outros casos, sou convidado como revisor formal ou a comentar documentos elaborados pelos parceiros, a dar apoio na definição das contribuições do INESC TEC, a implementar boas práticas, a participar em sessões de esclarecimento com investigadores ou mesmo apresentar o DMP a revisores europeus, entre outras atividades. No fundo, estou disponível para apoiar os nossos investigadores e parceiros em questões relacionadas com o DMP.
Do que mais gosta no seu trabalho?
Sem dúvida, das pessoas e do bom ambiente que proporcionam. Estou inserido numa equipa em si mesma extraordinária, que para mim é “feita à medida”. Há ainda um espírito de colaborativo que se estende à instituição e que aprecio imenso. Por outro lado, tenho a oportunidade de desenvolver as minhas atividades com grande autonomia, rodeado por projetos e ideias inovadoras.
Como comenta esta nomeação?
As palavras que acompanham esta nomeação deixam-me profundamente orgulhoso. A concretização dos meus objetivos é facilitada pela liderança do Apoio à Gestão. Obrigado, Isabel! Quero também destacar a colaboração diária da Inês Sousa e a motivação demonstrada para participar nas atividades do FAIRway. Por fim, não poderia deixar de expressar um agradecimento especial à Professora Cristina Ribeiro, por tudo o que representa no meu percurso académico, e ao Professor Gabriel David por impulsionar as atividades de GDI no INESC TEC.
Manuel Marques
“O CAP propõe o Prof. Manuel Joaquim Marques para ‘Extraordinário’ pelo seu desempenho na angariação, negociação e execução do projeto de prestação de serviços para a empresa DMS. O projeto envolve o desenho e projeto de um dispositivo ótico para sinalização LED com requisitos exigentes de desempenho ótico e de consumo energético”.
– coordenação do CAP
Esteve envolvido num projeto de prestação de serviços para a empresa DMS; poderia falar-nos um pouco mais sobre as atividades desempenhadas ao longo de todo o processo, bem como dos principais objetivos e resultados alcançados?
A atividade centrou-se no desenho de uma nova peça transparente para incorporar nos painéis informativos das estradas. Esta peça será colocada entre o LED RGB e a face do painel, de forma a direcionar a luz para os condutores e, ao mesmo tempo, reduzir a reflexão do sol, quando este está mais baixo. A motivação para este trabalho foi desencadeada pela necessidade de cumprir as futuras normas europeias que regulam estes painéis, bem como a necessidade da empresa em manter-se competitiva no mercado, nomeadamente em termos de consumo energético dos painéis. A atividade desenvolvida, em estreita colaboração com a empresa, teve dois níveis completamente diferentes: o primeiro, mais interessante para mim, foi de inovar no desenho! Parece simples, mas corresponde a muita reflexão, muitas vezes subliminar, após muito esforço para tentar perceber completamente as várias facetas do problema, para ver coisas muito diferentes na aplicação final, sem nunca deixar nenhuma ideia – por mais estranha que pareça – por verificar. O segundo nível consistiu em fazer simulações computacionais sobre as várias ideias que foram surgindo; analisando os resultados, com graus de satisfação variáveis, partimos destas simulações para refletir e maturar novas ideias, antes de voltar a repetir as simulações.
Quais foram os principais desafios que encontrou?
Tempo! A criatividade só surge com tempo livre, e quando podemos relaxar. É necessário muito trabalho para reunir toda a informação possível e percebê-la, mas só é possível inovar através de conexões “fora-da-caixa”; e, para isso, é necessário estarmos relaxados. O segundo foi o de encontrar o equilíbrio com a industrialização, por exemplo, as pequenas limitações de fabricação que implicam alterações significativas ao desenho inicial. Neste caso, falo dos moldes: para que o mecanismo de extração das pequenas peças dos moldes funcione corretamente, é preciso atender a certas limitações em termos de ângulos possíveis entre faces. Outro exemplo é a colocação dos suportes de fixação: se não forem utilizados espaçadores padrão, o preço destes aumenta bastante – o que, multiplicando pelo número utilizado num painel, traduz-se em valores elevados). Um problema que foi descoberto logo no início, e que complicou o projeto, foi perceber que os LEDs têm um pequeno espelho que aumenta bastante a emissão de luz, mas que também aumenta a reflexão de luz solar que entra no dispositivo e chega ao LED.
Do que mais gosta no seu trabalho?
Ao longo dos mais de quarenta anos em que estive (mais ou menos) ligado ao INESC, sempre houve, para mim, um fator de “novidade”, e de explorar tópicos diferentes (mas sempre com alguma interligação). Este trabalho nas fronteiras entre áreas, ou em áreas novas (como foram as comunicações óticas, em 1982) dá uma satisfação pessoal enorme! Tem, também, aspetos menos bons, mas não mudava nada caso voltasse atrás. Foi no decorrer deste projeto que estive mais próximo do “produto” para utilização final, e fico orgulhoso por saber que já é possível encontrar vários milhões nos painéis colocados em estradas um pouco por todo o mundo. Este facto permite-me utilizar nas aulas muita informação sobre os passos importantes a tomar, nomeadamente entre o desenvolvimento de um protótipo e o produto final.
Como comenta esta nomeação?
Não esperava! Este é um daqueles trabalhos de “sapa”, e que obrigam a fugir dos processos mais habituais, mas também muito importante do ponto de vista industrial. Como não é um trabalho que “dê nas vistas”, não esperava que fosse tão valorizado no seio da equipa. Espero que, dentro de alguns anos, seja “visto” por todos os leitores do BIP quando conduzirem nas estradas.
Pedro Moura
“O Pedro Moura foi nomeado pelos excelentes contributos que tem dado dentro do CRIIS, e em particular no TRIBE LAB, nomeadamente a promoção, a liderança e a dinamização das atividades de team-building durante os anos de 2023 e 2024, e pelo seu impacto na dinamização da área dos sistemas embebidos, nomeadamente IoT para agricultura, com mais de uma dezena de protótipos com impacto no IoT e robótica desenvolvida no TRIBE. Pelo seu dinamismo e promoção do espírito de equipa somos da opinião de que este reconhecimento público do seu trabalho é mais do que meritório e justo”.
– coordenação do CRIIS
O Pedro integra o TRIBE LAB, tendo sido referida a relevância do seu trabalho nas questões de team-building. Poderia falar-nos um pouco mais sobre estas atividades, e que tipo de tarefas desempenhou? Que balanço faz das mesmas?
O trabalho de team-building surge como uma tentativa de proporcionar à equipa momentos de lazer, aprendizagem e comunicação. Dentro do TRIBE, sempre existiu bastante coesão; no entanto, o grupo evoluiu, a diversidade de pensamento e de personalidades aumentou e sentimos que devíamos acompanhar esse crescimento, fortalecendo o que de bom existe na equipa. Para dar uma ideia: tivemos já momentos de comunicação aberta ao ar livre, com temas propostos individualmente e sorteados; atividades “olímpicas” na praia, com provas de estafeta, jogos tradicionais, arte na areia e mindfulness; passeios na Natureza, escape rooms improvisados no laboratório, workshops certificados de saúde mental e de gestão financeira, entre outras coisas não menos importantes. Diria que vamos já com dois anos de atividades, com periodicidade mensal, e um balanço bastante positivo. Tenho ainda de realçar a participação ativa e importante de toda a equipa na preparação das atividades. Até ao momento, o meu papel passou por coordenar, idealizar e dar força a esta iniciativa juntamente com a minha colega Tatiana Pinho. Mais recentemente, os meus colegas André Baltazar e Isabel Pinheiro assumiram muito bem a gestão do projeto com novas ideias e eu irei estar junto de toda a equipa, a ajudar e a disfrutar.
No que diz respeito à área de sistemas embebidos – IoT para agricultura, foi também reconhecido o seu trabalho no laboratório; entre os diferentes projetos em que esteve/está envolvido, existe algum que pretende salientar, pelo seu impacto ou pelos resultados alcançados?
Destacaria dois projetos distintos. Em primeiro lugar, o Moxoh, pela sua transversalidade e potencial impacto na sociedade. Este alinha-se no conceito de monitorização de Uma Só Saúde e tem como objetivos principais a deteção antecipada de pragas com alertas em rede e a monitorização da biodiversidade. O segundo projeto, TL.HEART, é um protótipo de hardware, o qual foi desenhado à nossa medida para ser uma solução bastante modular e fazer face a múltiplas necessidades. Este resulta da evolução que temos conseguido em conjunto na área de sistemas embebidos ao longo dos anos e tem tido um impacto importante em vários protótipos da equipa.
Do que mais gosta no seu trabalho?
Sem dúvida, o desenho de hardware e a gestão de protótipos, numa ótica de mercado. Ambos bastante desafiantes. A perspetiva de acrescentar valor ao que desenvolvemos, idealizar e fazê-lo à nossa medida é, para mim, a parte mais entusiasmante.
Como comenta esta nomeação?
É um reconhecimento e uma grande motivação. Deixo uma palavra de agradecimento pela nomeação e pelas oportunidades que me têm sido proporcionadas.