A Europa quer monitorizar e conservar as populações de insetos – e conta com o contributo do INESC TEC

Uma tecnologia, de baixo custo, que integra Inteligência Artificial (IA) baseada em imagens e que permite detetar insetos e identificar potenciais ameaças à sua existência. A MOXOH foi desenvolvida pelo INESC TEC e apresentada numa reunião de trabalho da InsectAI COST, uma ação promovida pelo programa europeu COST, que pretende acelerar o desenvolvimento de soluções baseadas em imagens e assistidas por IA para apoiar a monitorização e conservação de insetos.

InsectAI – Using Image-based AI for Insect Monitoring & Conservation é o nome da ação COST, que conta com a participação do INESC TEC e que quer dar resposta ao declínio acentuado que se tem verificado, um pouco por todo o mundo, das populações de insetos – um declínio com forte impacto nos ecossistemas. Como? Utilizando Inteligência Artificial para monitorizar as espécies e, dessa forma, compreender tendências, mitigar potenciais ameaças e desenhar estratégias para a sua conservação. Para isso, a InsectAI COST promove a interação, a discussão e a partilha de conhecimento entre investigadores e outros atores com atividade nestas áreas.

Um desses exemplos foi o workshop recentemente organizado no Chipre, durante o qual o INESC TEC apresentou a solução MOXOH. “Trata-se de um One Health Monitoring Gateway – um dispositivo que é utilizado para fazer a ligação entre duas redes diferentes – que aplica tecnologia de baixo custo para adquirir de forma autónoma imagens periódicas e dados de sensores no terreno, o que torna possível a deteção de insetos. A tecnologia sincroniza toda a informação com um servidor utilizando comunicações 4G e LPWA (low-power, wide-area network)”, explica Pedro Moura.

De acordo com o investigador do INESC TEC, a MOXOH utiliza um método SVM (support-vector machine) de visão artificial para, não só, detetar insetos conhecidos, como também identificar potenciais ameaças “em contextos humanos, animais e ambientais”. “Estas tecnologias são fundamentais para aumentar o nosso conhecimento sobre os insetos, desde logo, compreender as tendências das populações, identificar padrões – tarefa na qual as imagens podem ajudar muito – e, assim, conseguir definir estratégias para a sua conservação”, refere.

O encontro decorreu no final de junho, no Chipre. Os participantes tiveram a oportunidade participar num workshop que abordou temas como a análise dos dados recolhidos por soluções como o MOXOH ou quais as questões ambientais mais prementes às quais estas tecnologias podem dar resposta. A InsectAI COST junta mais de 200 membros provenientes de 40 países, promovendo workshops, conferências, missões científicas ou hackathons, com vista a acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico e a gerar contributos para a definição de políticas publicas no espaço europeu.

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