Chama-se AEROSUB (Automated Inspection Robots for Surface, Aerial and Underwater Substructures) o novo projeto de 12,1M€ coordenado pelo INESC TEC cujo principal objetivo é revolucionar a operação e a manutenção de parques eólicos offshore fixos e flutuantes. Como? Através do desenvolvimento de soluções tecnológicas de classe mundial que tornem possível reduzir os custos de operação da infraestrutura de produção de energia renovável, em ambientes extremos. Para tornar isto uma realidade, já em 2030, diversas soluções robóticas serão equipadas com tecnologias de inteligência artificial (IA) e análise de dados.
Entre as soluções robóticas estão: embarcações não tripuladas capazes de transportar diversos veículos, nomeadamente veículos robotizados que operam debaixo da água e à superfície, incluindo drones. O projeto irá otimizar as interações ente robôs heterogéneos, mas também as interações robô-humano, com o objetivo de reduzir a exposição dos humanos a ambientes perigosos.
O AEROSUB propõe, assim, a primeira solução robótica totalmente não tripulada para inspeção e intervenção, a ser demonstrada num parque eólico offshore real.
“Esta solução totalmente robotizada irá aumentar o número de janelas de operação anual dos parques eólicos marítimos por toda a Europa em 40%””, quem o diz é Andry Maykol Pinto, investigador do INESC TEC que coordena mais um projeto europeu que pretende assegurar a soberania europeia na tecnologia de suporte à produção de energia renovável marítima.
Quais os impactos na sociedade?
A integração entre robótica, IA e análise de dados tem um potencial estimado de permitir a redução das emissões de CO2, das normais operações de operação e manutenção de parques eólicos, até 15 milhões de toneladas, porque uma automatização e otimização dos procedimentos vai conduzir a uma diminuição significativa no consumo de combustíveis fósseis inerentes à capacidade logística atualmente utilizada.
“O AEROSUB vai também permitir aumentar a segurança para os trabalhadores dos parques eólicos marítimos, uma vez que pretende minimizar drasticamente a exposição humana a ambientes extremos, caracterizados pelas condições, muitas vezes, severas enfrentadas em alto mar.”, explica Andry Maykol Pinto.
Os testes
Para testar todas estas soluções vão ser utilizados dois locais de demonstração: o Centro de Testes do projeto europeu ATLANTIS, também coordenado pelo INESC TEC, e um parque eólico offshore comercial o WindFloat Atlantic da OceanWinds. O primeiro local será usado para validar as tecnologias robóticas e de AI, enquanto o segundo local será utilizado para demonstrar a viabilidade e a escalabilidade das soluções robóticas num ambiente totalmente real e sujeito às condições atmosféricas do Atlântico.
Os desafios
Para além dos desafios já referidos, nomeadamente o de tornar esta atividade profissional de inspeção e manutenção de infraestruturas eólicas offshore mais segura para os trabalhadores, há outros que o projeto vai enfrentar.
“O AEROSUB pretende ainda reduzir as barreiras tecnológicas e regulatórias existentes, acelerando, assim, a adoção da robótica para inspeção, manutenção e reparação em parques eólicos offshores, validando a flexibilidade, adaptabilidade e escalabilidade das soluções tecnológicas por meio de demonstrações reais em toda a Europa”, acrescenta o investigador.
O aumento da confiabilidade e robustez das metodologias e capacidades da operação e manutenção das infraestruturas offshore vai, ainda, permitir democratizar o acesso aos prestadores de serviço.
O investigador mencionado nesta notícia tem vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.