Aliança europeia quer impulsionar o futuro da Energia Eólica Offshore

Depois de, em julho passado, a Companhia da Energia Oceânica (CEO) – empresa detida pelo INESC TEC e a WavEC Offshore Renewables – ter integrado a nova plataforma para demonstrações offshore na Europa, chamada High Power Test Sites (HiPoTeSis), as cinco entidades que lhe dão corpo juntam-se, agora, para acelerar a implantação da energia eólica offshore.

Durante o evento WindEnergy Hamburgo, um seminário organizado pelo Fórum Mundial para a Energia Eólica Offshore, os cinco locais de demonstração europeus (o BiMEP, e a PLOCAN, de Espanha, a CEO, de Portugal, Fondation OPEN-C, de França e o METCentre, da Noruega), reforçaram a intenção que levou à criação da aliança e apresentaram os seus pontos de ação: criar um sistema de licenciamento mais rápido; garantir que dois novos projetos de demonstração sejam financiados pela União Europeia a cada ano; desenvolver um regime de apoio financeiro europeu para investir em infraestruturas, como subestações e cabos que conectam ao continente, e estimular a partilha de dados entre os projetos, de modo a impulsionar a inovação.

Carlos Pinho, presidente do Conselho de Administração da CEO sublinha que “os centros de testes de energias renováveis são fundamentais para se atingirem as ambições europeias relativas à produção de energia renovável, nomeadamente através da instalação de energia eólica flutuante”, sublinhando que “face aos avanços tecnológicos que têm ocorrido nos últimos anos, é necessário que a Comissão Europeia repense o apoio para estas infraestruturas para fazer face aos enormes investimentos que têm de ser feitos na atualização destas infraestruturas críticas ao teste e demonstração de novas soluções de elevada potência”.

A atualização das infraestruturas dos locais de teste exige, pois, investimentos substanciais por forma a estarem preparadas para as próximas gerações de turbinas eólicas offshore flutuantes de grande capacidade, com implicação na atualização das subestações, investimento em novos cabos submarinos e novos sistemas de recolha e processamento de dados, são alguns exemplos dos investimentos a serem feitos. Ao nível do licenciamento também há um caminho de simplificação a percorrer. Atualmente, na Europa, estes locais de teste estão sujeitos aos mesmos procedimentos de licenciamento que os parques comerciais, o que pode levar anos até se obterem as licenças. Carlos Pinho defende que “o processo de licenciamento nestes locais terá de ser mais simples se queremos manter a liderança Europeia neste sector, considerando que estas licenças se destinam a tecnologias num estado específico do seu desenvolvimento e demonstração, sendo instaladas por um período de tempo limitado, conferindo-lhes uma natureza e objetivos muito diferentes dos parques eólicos comerciais”.

No seu acordo, os centros de testes salientam que a indústria eólica offshore flutuante na Europa ainda pode garantir a liderança global e apelam a mais incentivos para partilha de dados de projetos financiados pela UE, para impulsionar a inovação.

Recorde-se que a CEO é a empresa gestora da plataforma de testes de Energias Renováveis Marinhas na Aguçadoura, e que se posiciona também na demonstração do primeiro parque de ondas a nível mundial, localizado na Póvoa de Varzim, no Norte de Portugal. Esta infraestrutura diferencia-se pela exposição
às condições adversas do Atlântico e estar ligada à rede elétrica nacional.

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