Como inovar de forma inclusiva? INESC TEC e Women in Tech Portugal mostram o caminho

Num mundo onde as disparidades de género nas áreas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática, na sigla em inglês) persistem, o INESC TEC e a Women In Tech Portugal uniram esforços para abordar esta problemática de forma transversal no Women in Tech Porto Summit. Com um programa dinâmico de discursos inspiradores e uma extensa partilha de conhecimentos, a cimeira suscitou debates sobre diversidade e inclusão, destacando a sua importância fundamental no futuro das indústrias STEAM. 

As estatísticas recentes traçam um retrato muito claro do estado atual das mulheres nas áreas STEAM. Segundo o excerto do relatório da UNESCO de 2021 intitulado “To be smart, the digital revolution will need to be inclusive”, as mulheres representam globalmente apenas 28% da força de trabalho em STEAM, apesar de constituírem mais de 50% da população. Em Portugal, a situação reflete as tendências globais.  

No entanto, a Women in Tech Porto Summit não se limitou a reconhecer estas disparidades – trabalhou ativamente para as combater. A cimeira, que coincidiu com o Dia Mundial da Criança, aproveitou a ocasião para transformar os Jardins do Palácio de Cristal num parque de possibilidades através da Women in Tech Kids (WiT Kids). Os mais pequenos puderam entrar em contacto com geotecnologias, a robótica e a exploração espacial através de demonstrações interativas e experiências práticas com sistemas robóticos, tudo pelas mãos dos investigadores INESC TEC Ana Pires, Diogo Abreu, João Jacob e André Moura 

Créditos: Women in Tech Portugal

Esta abordagem é crucial, tendo em conta que o interesse das raparigas pelas STEAM atinge o seu pico por volta dos 11 anos de idade, mas diminui significativamente aos 15 anos, como revela o white paper da Microsoft “Why Europe´s girls aren´t studying STEM”. Para Ana Carla Alves, membro da direção da Women in Tech Portugal, “é imperativo que as crianças tenham acesso a uma visão ampla e inclusiva das possibilidades de carreira”, uma vez que, quando expostas a diferentes realidades, “elas desenvolvem uma compreensão mais rica e diversificada do mundo ao seu redor”. 

Tiago Silva, membro da Comissão para a Diversidade e Inclusão (D&I) do INESC TEC, com o seu cão-guia Sol, apresentou uma sessão intitulada “A Ciência Abraça a Inclusão”, juntando-se também ao WiT Kids para conversas com os mais pequenos sobre a inclusão nas carreiras STEAM.

O Women in Tech Porto Summit contou ainda com um painel de discussão, moderado por Manuel Vaz, cofundador da GLEX Summit (entidade parceira do INESC TEC), que explorou o valor social derivado da investigação realizada em ambientes extremos. Entre as oradoras estiveram Thais Russomano, reconhecida fisiologista espacial, e Ana Pires, investigadora INESC TEC e coordenadora do SOE (Space, Ocean, and Earth Insights), programa integrante da GLEX Summit, que este ano celebrou o papel fundamental das mulheres na exploração espacial. “O painel explorou a forma como os avanços científicos realizados em condições difíceis, como o espaço ou ambientes de profundidade, podem conduzir a inovações que beneficiam a vida quotidiana na Terra”, revela Ana Pires. 

O sucesso da cimeira sublinha o crescente impulso para a mudança, prometendo um futuro onde a diversidade impulsiona a inovação e onde as contribuições das mulheres para as STEAM são plenamente reconhecidas e celebradas. 

 

Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC.  

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