Chegar ao Pavilhão Multiusos de Gondomar, no dia 11 de abril, para o primeiro dia da 21ª edição da Mostra da Universidade do Porto (UP) em tudo fazia lembrar a chegada a um qualquer festival de verão. A fila na rua que dava acesso ao Multiusos, os múltiplos autocarros que se juntavam no estacionamento, o entusiasmo dos jovens do ensino secundário que, chegando com as respetivas escolas, se iam alinhando ordeiramente no acesso à entrada.
Lá dentro, o ambiente era já de excitação mesmo passando pouco das 11 da manhã. Alunos, pais e professores percorriam os diversos corredores desenhados no espaço em busca da melhor escolha de futuro possível.
À semelhança de anos anteriores, o INESC TEC juntou-se à mostra e, logo à entrada, entre o stand do I3s e do Alice, mostrou, ao longo de quatro dias, o que de melhor se faz em termos de ciência, tecnologia e inovação. “O que é o INESC TEC?” perguntavam os alunos, aqui e ali. “É uma unidade de investigação. Quando já estiverem na faculdade podem juntar-se a nós e dar os primeiros passos no mundo da investigação em áreas como a Inteligência Artificial, a Bioengenharia, as Comunicações, a Fotónica, os Sistemas de Energia, a Robótica, a Ciência e Engenharia de Computadores ou a Engenharia e Gestão de Sistemas”, explicavam os investigadores do INESC TEC.
“Pai, aquele robô é para ajudar os agricultores”, dizia um jovem apontando para o Modular – E, desenvolvido pelo INESC TEC. Tem razão. É um robô totalmente autónomo, elétrico e pode funcionar em vinhas de montanha, de forma segura. Consegue transportar várias ferramentas de agricultura de precisão, como pulverizadores de taxa variável, ferramentas manutenção da vegetação, fertilizadores, sensores de monitorização de solo e cultura, e no futuro uma vindimadora.
Quem também não passou despercebido foi o CRAB, um robô subaquático para inspeção de infraestruturas que pode operar em zonas de visibilidade nula. Tudo graças aos vários sonares que lhe permitem estudar o ambiente envolvente quando a água é bastante turva, devido a sedimentos ou poluição.
O que faz um investigador? Como aplica os conhecimentos que adquire na faculdade? Como fazer para começar a apostar nesta área? As dúvidas multiplicavam-se e, ao longo dos vários dias, os investigadores dos vários domínios do INESC TEC responderam a todas as perguntas. No stand, um enorme drone criado no âmbito do projeto europeu
ResponDrone chamava à atenção. Foi desenvolvido com a capacidade de criar uma rede wi-fi em zonas sem conectividade para ajudar as equipas de resgate e potenciais vítimas em situações de catástrofe. E se o foco for inteligência artificial, as opções são infindáveis. Conta-me Histórias e Tweetstream2story foram dois dos projetos que, no stand, mostravam ser possível aos utilizadores criar automaticamente, narrativas de notícias preservadas pelo Arquivo.pt.
Mas houve mais. A energia, uma das principais áreas de 
investigação do INESC TEC, não ficou de fora. Se, por um lado, foi possível mostrar um carregador inteligente de veículos elétricos e um inversor fotovoltaico, desenhados para oferecer soluções capazes de prestar serviços avançados de suporte à rede de distribuição, por outro, não faltou a sensibilização para a pobreza e eficiência energética.
Os conselhos dados pela Ariz e Nefi, as mascotes do Projeto Ecovale, fizeram sucesso entre alunos, professores e pais. “Vais abrir a janela? Confirma se o ar condicionado está desligado”; “O banho não é um concurso de talentos”, eram alguns dos que constavam nos pequenos panfletos que, um a um, iam sendo levados com promessas de ajudar a diminuir o consumo energético.
Entre os milhares de visitantes e as dezenas de atividades que se desenvolviam em cada stand, o Multiusos de Gondomar fechou-se, a 14 de abril com um sentido de missão cumprida, na certeza de que muitos dos que passaram por ali, estarão, no futuro, a mostrar aos mais novos todo o trabalho que foram, entretanto, desenvolvendo nas suas áreas.
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