A inteligência artificial (IA) está na ordem do dia e a verdade é que a colaboração com seres humanos tem sido cada vez mais uma realidade. É com essa premissa que o INESC TEC organiza a escola de primavera INvicta school of VIsion, Computational intelligence, and patTern Analysis (INVICTA), uma oportunidade para pessoas da academia e indústria se familiarizem com casos de utilização na vida real de IA, visão por computador e reconhecimento de padrões, bem como, estarem a par do estado da arte nestas áreas.
Herdeira do trabalho promovido por 10 anos da escola de verão VISion Understanding and Machine Intelligence Summer School (VISUM), também organizada pelo grupo de investigação Visual Computing and Machine Intelligence (VCMI), parte do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC, a INVICTA teve entre os dias 7 e 11 de abril a sua segunda edição. A INVICTA2025 decorreu no Porto Innovation Hub e contou com 25 participantes nacionais e estrangeiros, entre estudantes de mestrado, doutoramento, pós-doutoramento, investigadores/as e profissionais nas áreas de ciência de computadores e IA.
Na opinião da líder da equipa de organização da INVICTA, Ana F. Sequeira, “é incontestável que a organização de eventos como a INVICTA é uma forma de o INESC TEC (e respetivos parceiros) se posicionar enquanto instituição transformadora e de vanguarda numa área de conhecimento que está continuamente em expansão e evolução, a um ritmo alucinante. Através da criação de iniciativas que promovam a partilha de conhecimento, estamos a contribuir para uma comunidade mais conscienciosa e preparada para lidar com os desafios destas tecnologias e ferramentas poderosas que têm, e continuarão a ter, muito impacto nas nossas vidas”.
No âmbito do tema “Visual Intelligence, Meaningful Patterns”, a INVICTA ofereceu uma semana de partilha de experiências educacionais abrangentes e imersivas, reunindo uma comunidade internacional ligada aos temas em debate. Para além da relevância teórica das sessões principais e dos workshops, as pessoas tiveram oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos e perceber como funciona o desenvolvimento de sistemas inteligentes, combinando investigação e inovação. Durante a semana, o Porto Innovation Hub foi ainda cenário para várias palestras sobre IA, com oradores/as da academia e da indústria sobre diversos temas, tais como a aplicação de IA na saúde, em eficiência energética e ainda na construção de modelos de linguagem mais fiáveis. Além das sessões expositivas, houve lugar para a apresentação de casos de estudo de sucesso na utilização destas ferramentas, não só para melhorar o seu conhecimento, mas também para dar uma perspetiva mais ampla das aplicações no mundo real.
Além dos tópicos principais da sessão, o programa da escola manteve as “AI Talks”, um conjunto de palestras colaborativas que permitiram a abordagem de tópicos de forma mais informal e aproximada da audiência, subordinadas a temas como desafios na investigação na área do cancro, melhoramento de sistemas de informação de saúde, linguagens para comunicar com IA ou construção de sistemas de IA mais seguros, entre outros assuntos.
O programa da escola incluiu, ainda, a habitual Mesa Redonda promovendo um debate entre diversas personalidades da área, moderado por uma pessoa externa, este ano dedicada à IA Responsável, que envolveu especialistas em sistemas inteligentes, computação gráfica e investigação em saúde. Para promover o convívio entre os participantes, esta edição teve um programa social intenso, contando com um Porto de Honra (1º dia), visita ao Museu Casa do Infante (2º dia), Jantar Social (3º dia), e Noite de Jogos (4º dia), sempre com o objetivo final de criar uma comunidade de entusiastas da IA e das suas aplicações.
Em jeito de balanço, Ana F. Sequeira partilhou que “a participação ativa e interessada de representantes dos ecossistemas nacional e internacional da IA na INVICTA e a interação com especialistas destas áreas de uma forma quase informal e muito próxima, confirma a nossa vontade de continuar a desenvolver iniciativas que promovam a disseminação de conhecimento técnico e que orientem as pessoas no sentido de pensarem criticamente sobre estas temáticas, contribuindo, desta forma, para um comunidade informada e ciente do impacto que poderá ter na sociedade civil e na humanidade. Depois de duas edições, francamente, bem-sucedidas, estamos já a pensar nos próximos desafios. Para saberem o que virá depois, basta continuarem a seguir o nosso trabalho”.
No final, após cinco dias de atividade contínua e aprendizagens intensas, é altura de refletir sobre os momentos sociais de convívio e as amizades que se criaram, dando motivação à organização para preparar o palco para as próximas edições.
A investigadora do INESC TEC mencionada na notícia tem vínculo ao INESC TEC.