Foi realizada em Portugal pela primeira vez e trouxe ao Porto cerca de 250 participantes de mais de 30 nacionalidades. A 33.ª edição da Conferência IAMOT (International Association for Management of Technology) propôs-se debater o papel da tecnologia na implementação de práticas sustentáveis e centradas nas pessoas para fazer face a desafios sociais, ambientais e económicos. Foi mais longe: estreitou cooperações internacionais, garantiu avanços no conhecimento tecnológico e deu projeção global ao País.
Entrar no edifício da Alfândega do Porto entre 8 e 11 de julho era uma experiência multidisciplinar e multilingue. A IAMOT 2024 dava o pontapé de saída depois de cerca de um ano de trabalho que juntou o INESC TEC e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) na organização. A agenda recheada incluía keynote speakers de renome internacional, e mesas redondas focadas nas práticas de sustentabilidade na indústria e na Indústria 5.0.
Terminada a conferência, Ana Simões, investigadora do INESC TEC e Co-chair da IAMOT 2024, acredita que esta “foi uma oportunidade única para os académicos e profissionais portugueses, e em particular para os investigadores do INESC TEC, porque permitiu receber investigadores e especialistas na área da gestão de tecnologia provenientes de todo o mundo, bem como grandes players da indústria portuguesa para discutir temas relevantes para o avanço da ciência e da tecnologia”.
A participação de empresas como a Colep, Simoldes, SmurfitKappa e BA Glass assim como as visitas técnicas que decorreram no âmbito da conferência (ao Superbock Group, Addvolt, Laboratório da Indústria e Inovação do INESC TEC – iilab – e Porto Design Factory) e o “Industrial Corner”, onde as empresas patrocinadoras (Amorim Corks, BA Glass, Smurfit Kappa e Simoldes) tiveram oportunidade de mostrar o trabalho que desenvolvem acrescentou valor à Conferência e, para Ana Simões, “levou ainda mais longe o nome de Portugal como sinónimo de inovação, sustentabilidade e tecnologia avançada”.
Ao longo de quatro dias foi possível identificar os principais desafios, oportunidades, modelos e propostas de inovação para que o progresso científico e tecnológico ligado ao tema central da conferência ganhe maior impulso e destaque nos próximos anos. E isso é visível através das conclusões retiradas do evento.
Entre apresentações de keynote speakers e mesas redondas foi possível perceber que a gestão de operações da cadeia de abastecimento deve ser adaptada para mitigar mudanças climáticas e promover práticas sustentáveis, com apoio de políticas robustas; a criatividade e o design são cruciais para desenvolver práticas e produtos sustentáveis que atendam às necessidades atuais sem comprometer o futuro e que as tecnologias devem ser desenvolvidas considerando valores e ética humana, promovendo bem-estar e inclusão. Para além disso, a adoção de práticas sustentáveis nas indústrias, através de tecnologias para criar cadeias de valor circulares e reduzir CO2, é essencial para o futuro, ficando evidente que a sustentabilidade é um imperativo inescapável no desenvolvimento tecnológico.
Aliar o desenvolvimento e a implementação de tecnologias tendo em conta as necessidades e a qualidade de vida das pessoas é algo que João Claro, Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC, também ele co-chair da IAMOT 2024 vê como essencial. “A riqueza das ideias partilhadas na conferência, e a generosidade e o empenho de todos os participantes, foram verdadeiramente entusiasmantes”, destaca. “Abordámos temas críticos como a transformação digital e a sustentabilidade, mas procurando realçar a centralidade das pessoas e da colaboração na construção de soluções inovadoras para os desafios globais. Saímos todos do evento com reforçada motivação e pistas claras sobre como fazer progredir a gestão da tecnologia ao serviço das pessoas e de um futuro melhor”, continua.
A IAMOT é uma organização internacional fundada em 1992 que promove avanços na educação, investigação e gestão de tecnologia. A conferência anual foi, pela primeira vez, organizada em Portugal e, como resultado, garante Ana Simões, “o País e o INESC TEC ganharam projeção global ao tornarem- se um polo central para a partilha e disseminação de perspetivas, ideias e orientações para um futuro onde a tecnologia, as pessoas e a sustentabilidade se integram e se desenvolvem em sinergia”.
Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.
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