O INESC TEC aplicou a sua metodologia de avaliação de maturidade digital, para diagnosticar e caracterizar o nível de digitalização das empresas da região do Entre Douro e Vouga. O trabalho desenvolvido no âmbito do projeto SAP 4.0, promovido pela Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis (AECOA) e pela Associação Empresarial do Concelho de Santa Maria da Feira (AEF), permitiu aferir sobre o nível de maturidade digital das empresas e traçar um retrato que servirá de base ao desenvolvimento do plano estratégico tecnológico que potencie a adoção de tecnologias digitais em benefício das empresas.
Capacitar as empresas para que possam responder aos desafios da transformação digital, desenvolvendo uma estratégia coletiva de agregação e qualificação para a fileira de “Sistemas Avançados de Produção” é o grande objetivo do projeto SAP 4.0, promovido pela Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis e Associação Empresarial do Concelho de Santa Maria da Feira, e que conta com a participação do INESC TEC como parceiro tecnológico.
Segundo explicam Filipe Ferreira, Pedro Senna e Daniela Silva, investigadores do INESC TEC, o primeiro passo para atingir esse objetivo foi a realização de um diagnóstico para caracterizar o nível de maturidade digital das empresas e o contexto económico da região. “Desenvolvemos e validámos uma metodologia, que faz uma avaliação do modelo operativo e de gestão de uma empresa, de forma pormenorizada e multidisciplinar, com base em seis dimensões principais: Cultura e Pessoas, Estratégia, Governança e Processos de Negócio, Tecnologias e Sistemas de Informação, Processos e Operações, Produtos e Serviços, e Contexto, Mercado e Regulação”, adiantam os investigadores.
O modelo de avaliação considerou a informação recolhida através de visitas às empresas da região e a realização de um questionário que permitiu traçar um cenário sobre o nível de maturidade digital das empresas. “Este trabalho é um ponto de partida. As empresas tinham já uma perceção sobre o seu nível de digitalização e graças a este diagnóstico têm agora uma perspetiva real e sabem que há muito espaço para crescer”, afirmam os investigadores, avançando que este retrato permitirá agora elaborar um roteiro tecnológico para a digitalização das empresas.
“O INESC TEC vai desenvolver um plano estratégico tecnológico, que contemplará iniciativas e oportunidades de melhoria a realizar no imediato, curto e médio prazo, de forma a potenciar a digitalização das empresas”. De acordo com os investigadores, e considerando que nem todas as empresas se encontram no mesmo nível de maturidade e se enquadram em contextos diferentes, será desenvolvido um roteiro para cada um dos setores previstos pelo projeto – Fabricação de Produtos Metálicos (CAE 259), Fabricação de Máquinas para a indústria (CAE 289) e Fabricação de Equipamentos e Acessórios para a Indústria Automóvel (CAE 293).
“Uma vez que interagimos com as empresas, ao longo do processo, para perceber quais as principais barreiras e obstáculos à digitalização, acreditamos que quando o plano de ações lhes for entregue, vão rever-se porque as iniciativas vão ao encontro dos desafios que identificaram”, acrescentam os investigadores, revelando que o roteiro ficará concluído em 2023.
“A AECOA regista com bastante agrado o trabalho desenvolvido pelo INESC TEC, considerando um projeto muito ambicioso e pioneiro na nossa região, e que se destina à diferenciação positiva e qualificação da fileira dos Sistemas Avançados de Produção”. Segundo o Comendador António da Silva Rodrigues, Presidente da Direção da AECOA, “o concelho de Oliveira de Azeméis é conhecido pela sua pujança económica e capacidade de empreendedorismo e está inserido numa região mais alargada de Entre Douro e Vouga, com concelhos com quem partilha desafios comuns e vontade de empreender em conjunto, pois só assim é possível chegar mais longe”.
“Este é um bom projeto e é com orgulho que nele participamos, em copromoção com a AECOA, refere Alferes Pereira, Presidente da Direção da AEF. “Trata-se de um projeto muito ambicioso e muito aliciante. Pretendemos apoiar este projeto, avançar para outros, assim como continuar a estar no apoio diário às nossas empresas. O caráter diferenciador do SAP 4.0 tem a ver, necessariamente, com a participação de um parceiro tecnológico como o INESC TEC, que vai contribuir para a melhoria da qualificação do nível de digitalização das nossas empresas”, acrescenta o presidente.