INESC TEC dinamiza piloto nacional para flexibilizar o consumo de energia com base em Inteligência Artificial

 

O INESC TEC está a dinamizar o desenvolvimento do piloto português do projeto europeu Hedge-IoT, que pretende demonstrar o potencial da Inteligência Artificial (IA) na prestação de serviços energéticos flexíveis. O piloto – Living Lab for Interoperable AI-based Energy Services – está a ser implementado em parceria com a CEVE – Cooperativa Elétrica do Vale d’Este – e envolve tanto consumidores residenciais como edifícios de serviços.

 

Como é que comunidades de energia — que incluem casas e edifícios comerciais, como supermercados — podem usar os seus equipamentos elétricos de forma mais flexível para ajudar a equilibrar a rede elétrica nacional, especialmente quando há muita procura ou oferta de energia? Este living lab vai responder à pergunta.

“Vai ser criada uma comunidade energética inteligente composta por 30 habitações na área de concessão da CEVE, e 2 edifícios comerciais, no caso supermercados, equipada com sensores e equipamentos de controlo em tempo real, que permitem gerir, por exemplo, bombas de calor, carregadores de carros elétricos e sistemas de armazenamento de energia. Com esta infraestrutura, vão ser testados vários serviços com base em IA, como prever o consumo de energia das casas, gerir a flexibilidade de consumo da comunidade e simular a participação no mercado de reserva de energia — um mercado onde se disponibiliza energia extra quando há falhas ou necessidades inesperadas”, explica Vasco Campos, investigador do INESC TEC.

O papel do INESC TEC neste piloto é central e envolve o desenvolvimento tecnológico de várias soluções inovadoras, entre as quais se destacam um algoritmo de Federated Learning (técnica de aprendizagem federada, onde são usados clientes para treinar um modelo sem que estes necessitem de partilhar os seus dados, ou seja, mantém a privacidade dos dados) para previsão do consumo energético em contexto residencial; uma plataforma gestão de comunidades energéticas para oferecer flexibilidade ao mercado de reserva (RECreation); um gestor de energia residencial para otimização local e gestão direta dos ativos do cliente e uma plataforma (uma evolução do anterior Grid Data and Business Network) que facilita a participação de múltiplos agentes nos mercados de flexibilidade, permitindo agora também contratos bilaterais.

“Embora o piloto ainda não esteja operacional em larga escala – com arranque previsto para o próximo ano – já foram dados os primeiros passos para a sua implementação. A fase atual centra-se na angariação de participantes por parte da CEVE”, adianta Vasco Campos.

O impacto concreto das soluções será avaliado após o início do piloto, mas a ambição do projeto é clara: demonstrar como a IA e a interoperabilidade podem tornar os sistemas energéticos mais eficientes, resilientes e centrados no utilizador.

Para além do INESC TEC e da CEVE, o piloto conta ainda com parceiros como a SONAE, Elergone, REN e R&D Nester.

 

 

O investigador mencionado na notícia tem ligação ao INESC TEC.

 

 

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