INESC TEC é um dos parceiros do projeto de 1,5M€ financiado pela Gulbenkian para desenvolver soluções de descarbonização para navios

Chama-se GREENSHIP_E o projeto que vai desenvolver um sistema de propulsão verde para navios de pequena dimensão. A Fundação Calouste Gulbenkian acaba de assinar um contrato de 1,5 milhões de euros para financiar este desenvolvimento tecnológico, que conta com vários parceiros – INESC TEC, SYSTEC e quatro unidades de I&D da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) – CEFT, LEFABE e LSRE-CLM, que formam o laboratório associado ALiCE.

O objetivo principal deste projeto, liderado pelo ALiCE, passa por desenvolver um protótipo que combine várias tecnologias, nomeadamente a produção e armazenamento de hidrogénio a bordo com um sistema inteligentes de eletrificação, baseado em inteligência artificial. Este projeto, que vai eletrificar embarcações recreativas e de pesca, com integração de combustíveis verdes e tecnologias avançadas, é uma resposta à necessidade urgente de descarbonizar o setor do mar e tem conclusão prevista para fim de 2027.

No âmbito deste projeto, o INESC TEC vai contribuir para o desenvolvimento do sistema de gestão de potência e energia dos navios, tendo em conta a integração de sistemas de armazenamento de energia. Isto é, cabe ao Instituto criar um sistema que faça uma gestão eficiente do uso e da distribuição de energia do barco.

Já no que diz respeito à integração de sistemas de armazenamento de energia, como baterias ou outras tecnologias, serão essenciais para assegurar que barco opere de forma contínua e independente, mesmo em condições que apresentam extrema variabilidade.

“Estes dois vetores que vamos trabalhar – desenvolvimento do sistema de gestão de potência e energia e integração de sistemas de armazenamento de energia – são essenciais para garantir a escalabilidade da solução para navios maiores”, explica Clara Gouveia, administradora do INESC TEC e investigadora responsável pelo projeto.

Embora o protótipo inicial preveja o desenvolvimento de um barco de menor dimensão, o trabalho que vai ser desenvolvido pelo Instituto tem em conta uma solução que possa ser aplicada em navios de maior dimensão, no futuro, tornando, assim, esta tecnologia escalável. Esse trabalho envolve prever e lidar com os desafios técnicos e logísticos que foram surgindo.

“A experiência do INESC TEC em micro redes será essencial para desenvolver estratégias que equilibrem a geração, o armazenamento e o consumo de energia a bordo, uma vez que um controlo eficiente das micro redes reduz perdas de energia, melhora a confiabilidade do sistema e maximiza o uso de fontes de energia limpa”, explica ainda a investigadora.

Para tornar tudo isto possível, o INESC TEC vai contar não só com uma equipa com competências no desenvolvimento de estratégias de controlo e gestão de micro redes, mas também com a capacidade de teste da infraestrutura laboratorial do Instituto ligada a esta área das redes inteligentes e veículos elétricos, o laboratório x-energy.

A cerimónia de assinatura deste contrato, entre Gulbenkian e FEUP, decorreu no dia 16 de dezembro, na Reitoria da Universidade do Porto. Todas as entidades envolvidas acreditam que esta nova embarcação tecnológica constitui um passo determinante na descarbonização do setor marítimo em Portugal, país onde o mar tem uma grande importância estratégica.

A investigadora do INESC TEC mencionada nesta notícia tem vínculo ao INESC TEC.

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