A comunidade INESC TEC foi desafiada a colocar uma venda nos olhos e a percorrer um trajeto com obstáculos, tendo como auxílio uma bengala branca. O objetivo? Aumentar o conhecimento sobre as dificuldades e os obstáculos que pessoas com cegueira ou com deficiência visual enfrentam no seu dia-a-dia. A iniciativa foi promovida pela Comissão para a Diversidade e Inclusão (D&I) do INESC TEC a propósito da celebração do Dia da Bengala Branca (White Cane Awareness Day), que se assinalou no dia 15 de outubro.
“Tratou-se de um exercício simbólico, que visou colocar os participantes numa situação sensorial diferente, tentando, dessa forma, criar consciência acerca das dificuldades e dos obstáculos diários enfrentados por pessoas amblíopes ou com cegueira”, explica Tiago Silva. O colaborador do INESC TEC e membro da Comissão para D&I, acrescenta que os participantes puderam também perceber como funciona o alfabeto Braille através de um exercício de escrita numa máquina Braille.
“Dar passos com a bengala branca fez-me refletir sobre os desafios que alguém que não pode usar o sentido da visão para se deslocar de uma forma independente enfrenta. Apesar de ser uma experiência controlada num espaço meu conhecido, não deixou de ser extremamente exigente, já que tive de apurar a utilização dos outros sentidos. De facto, não há como tentar «calçar os sapatos dos outros» para entender outros prismas”, explica Tânia Leandro, colaboradora do INESC TEC, sobre a participação nesta iniciativa, destacando ainda o contacto com o alfabeto Braille. “Permitiu-me entender o que é ler e escrever sem visão e reconhecer o mérito daqueles que têm de se adaptar a essa realidade”.
Também Paulo Ferreira e Mariana Gomes, colaboradores do INESC TEC, consideram que foi uma experiência muito relevante. “A iniciativa foi extremamente pertinente. Despertou-me para as dificuldades diárias que a população com cegueira enfrenta e fez-me ainda mais valorizar a sua resiliência, por forma a serem cidadãos ativos e perfeitamente integrados na sociedade”, afirma Paulo Ferreira. Já para Mariana Gomes, “o desafio de fazer um circuito de olhos vendados e a experiência com o alfabeto Braille foi marcante e destacou as conquistas diárias das pessoas com cegueira ou com deficiência visual”.
A melhoria da acessibilidade nas instalações do INESC TEC é uma das preocupações da Comissão D&I, e que consta do respetivo Plano de Ação. “Consideramos que esta iniciativa foi de extrema importância para destacar questões de acessibilidade, ou falta dela, e as dificuldades sentidas por pessoas com cegueira”, reforça Tiago Silva, acrescentando que a Comissão pretende lançar, no futuro, novos desafios à comunidade para aumentar o conhecimento em matérias relacionadas com a inclusão.
A atividade decorreu no dia 18 de outubro, no âmbito da celebração do Dia da Bengala Branca. Assinalado a 15 de outubro em todo o mundo, o Dia da Bengala Branca pretende destacar as conquistas das pessoas com cegueira ou com deficiência visual. A bengala é uma ferramenta fundamental de mobilidade e um símbolo de independência, que contribui para uma vida mais autónoma. Apesar de ser usada há séculos, a versão branca da bengala surgiu no início do século XX, já que a cor branca melhora a sua visibilidade por parte de terceiros.