À medida que o sistema energético da Europa enfrenta novos desafios, a inteligência artificial generativa (GenAI) está a emergir como um facilitador para otimizar a operação e planeamento das redes elétricas, especialmente num contexto de crescente penetração de fontes renováveis, eletrificação dos consumos e complexidade dos sistemas energéticos. O INESC TEC tem tido um papel ativo no desenvolvimento de soluções avançadas de Inteligência Artificial (IA) aplicadas ao setor da energia, apoiando a iniciativa GenerativeAI4EU, um programa da União Europeia destinado a promover o desenvolvimento e a adoção da GenAI nos principais setores industriais da Europa.
Do laboratório para a rede, as iniciativas GenAI da Europa já estão em andamento. O webinar “GenerativeAI4EU: Accelerating Quick Wins for Smart Grids”, organizado pela AI, Data, and Robotics Association (ADRA), em parceria com a Comissão Europeia e com importantes atores industriais e de investigação em toda a Europa, discutiu de que forma a GenAI pode apoiar a modernização e digitalização das redes de energia. A integração das energias renováveis variáveis, o aumento da eletrificação, o envelhecimento das infraestruturas e os riscos cibernéticos crescentes são algumas das áreas mais urgentes que beneficiarão da aplicação da GenAI.
O investigador do INESC TEC Ricardo Bessa foi um dos intervenientes e sublinhou a importância de desenvolver modelos que combinem dados reais e conhecimento físico – como os physics-informed models – para melhorar previsões de consumo e produção, apoiar decisões operacionais em tempo real e aumentar a resiliência do sistema energético. “A GenAI traz ganhos significativos e pode desempenhar um papel crucial na previsão precisa da procura energética, ajudando a equilibrar a oferta e a procura de eletricidade. Modelos de base treinados com grandes conjuntos de dados permitem estimativas de estado, previsões e análises de contingência, melhorando a gestão das redes”, refere o investigador.
Com a digitalização do setor energético como prioridade estratégica da União Europeia, o INESC TEC reconhece o papel da investigação aplicada e da colaboração entre indústria, academia e decisores políticos para tornar estas tecnologias acessíveis, seguras e centradas nas pessoas. A Comissão Europeia está, aliás, a apoiar a adoção da IA através de estratégias como o “Competitiveness Compass” e programas como o Horizonte Europa e InvestAI, mobilizando até 200 mil milhões de euros para apoiar estas tecnologias.
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