O projeto europeu ATLANTIS, liderado INESC TEC, lançou um concurso para selecionar e apoiar start-ups, pequenas e médias empresas, universidades e centros de investigação que desenvolvam tecnologia robótica de inspeção offshore. Candidaturas podem ser feitas até 26 de fevereiro e os candidatos poderão testar a sua tecnologia sem custos associados.
Incentivar a utilização de tecnologias robóticas para a inspeção de estruturas em alto mar, em especial turbinas eólicas, é o grande objetivo do concurso lançado pelo projeto europeu ATLANTIS. Através da utilização de veículos robóticos em alto mar, garantir-se-á a redução dos custos operacionais relacionados com a inspeção e manutenção de turbinas éolicas, que atualmente representam perto de 30% dos custos totais de operação em parques éolicos offshore. Esta redução de custos permitirá, por sua vez, reduzir os encargos com o consumo energético
Andry Maykol Pinto, investigador do INESC TEC, docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e coordenador do projeto, explica que este concurso irá facilitar a entrada de nova tecnologia robótica num mercado internacional em forte expansão: “Em primeiro lugar, apoiando empresas e institutos científicos que desenvolvem tecnologias robóticas através de testes subsidiados, e, depois, demonstrando o valor acrescentado dessa tecnologia aos donos de ativos marítimos”.
Direcionado a startups, pequenas e médias empresas, universidades e centros de investigação do espaço europeu que desenvolvam ou prestem serviços realcionados com tecnologia robótica de inspeção marítima, o concurso está a aberto até 26 de fevereiro e selecionará, no mínimo, três organizações.
As atividades previstas pelo concurso deverão começar em Julho e incluem a realização de testes no ATLANTIS Test Centre, um centro de testes pioneiro a nível europeu e construído no âmbito do projeto ATLANTIS, que se localiza em Viana do Castelo. Neste contexto, as entidades selecionadas poderão usufruir das infraestruturas e serviços deste centro, testando as suas tecnologias em costa ou em alto mar.
O centro permitirá o teste de Veículos Áereos Não-tripulados (UAVs – Unmanned Aerial Vehicles), Veículos Operados Remotamente (ROVs – Remotely Operated Vehicles), Veículos Autónomos Subaquáticos (AUVs – Autonomous Underwater Vehicles) e Veículos de Superfície Autónomos (ASVs – Autonomous Surface Vehicles). Para além destas tecnologias, poderá ainda ser testado software de otimização de operações ou desenvolvimentos de inteligência artificial para inspeção de ativos em alto mar.
Localizado em Viana do Castelo, o centro apresenta condições únicas para a realização destes testes, não apenas em termos atmosféricos mas também em termos de redução de riscos para a validação da tecnologia em ambiente quase real.
Andry Maykol Pinto explica que “o apoio financeiro prestado às entidades selecionadas engloba todos os custos operacionais no Atlantis Test Centre e, adicionalmente, será fornecido apoio técnico especializado para a realização dos testes”. O coordenador do projeto acredita que esta é uma “oportunidade única para as empresas, pois conseguirão quantificar a performance dos seus produtos, sem qualquer custo e, ao mesmo tempo, aumentar a visibilidade da sua oferta comercial a potencias clientes”.
As tecnologias propostas devem estar alinhadas com os cenários de inpeção propostos como parte do projeto ATLANTIS e podem ser consultados na página do projeto.
O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo à UP-FEUP.