INESC TEC vai ajudar na inspeção subaquática das infraestruturas portuárias dos Açores

Durante 12 meses, INESC TEC, Fundação Gaspar Frutuoso, Portos dos Açores e Trisolaris, vão trabalhar no desenvolvimento de novas soluções para a identificação automática de anomalias em estruturas portuárias submersas, contribuindo para uma maior segurança, eficiência e sustentabilidade da atividade portuária.

Para atingir estes objetivos, o AI4Ports vai apostar na utilização de robôs marinhos (ROVs), equipados com sensores óticos e de sonar, que vão recolher imagens e dados das infraestruturas submersas nos portos, nomeadamente pilares e paredes. Com estes dados vai ser criada uma base de dados que vai servir de base ao desenvolvimento de modelos de machine learning que tem como objetivo auxiliar a deteção automática de fendas, fissuras, orifícios resultantes de corrosão, permitindo não só a sua identificação, mas também a quantificação da gravidade.

Cabe ao INESC TEC trabalhar o processamento de imagens de visão e de sonar e a adaptação de robôs para incluir os sensores necessários que vão dar resposta aos objetivos do projeto. Trabalho, aliás, desenvolvido pelas investigadoras do INESC TEC Alexandra Nunes e Rita Gaspar no âmbito dos seus recém-concluídos trabalhos de doutoramento no âmbito da navegação percetiva e reconhecimento de objetos em ambiente subaquático. “Este projeto irá permitir fundir ambas as áreas, através do desenvolvimento de um método híbrido de perceção ativa permitindo avanços na deteção e sinalização automática de anomalias durante a inspeção de infraestruturas portuárias”, explicam as duas investigadoras.

Nuno Cruz, investigador do INESC TEC, onde coordena a área de robótica e sistemas autónomos, acrescenta ainda que “estão previstas também ações de formação às equipas locais para capacitar os técnicos dos Portos dos Açores a operar e manter estes sistemas”.

Atualmente, as inspeções subaquáticas nos portos açorianos são feitas maioritariamente de forma visual, com recurso a mergulhadores ou a robôs operados remotamente, mas a análise das imagens é manual e morosa. Com o AI4Ports, pretende-se automatizar este processo, promovendo uma resposta mais rápida a eventuais problemas estruturais e reduzindo custos operacionais e riscos humanos.

O projeto representa um passo importante para a digitalização das infraestruturas marítimas, num contexto em que as alterações climáticas e o crescimento das redes de energia e comunicação exigem métodos mais robustos e escaláveis de monitorização.

O projeto AI4Ports é financiado no âmbito do programa Ciência de Dados da FCT, com o DOI: https://doi.org/10.54499/2024.07483.IACDC.

 

Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

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