INESC TEC volta ao Mediterrâneo para testes de deteção de equipamento de pesca “fantasma”

Depois dos testes em Itália, os investigadores do INESC TEC regressaram ao mar Mediterrâneo para uma nova ronda de demonstrações do projeto NETTAG+, desta vez ao largo da ilha de Vis, na Croácia. Acompanhados do veículo autónomo IRIS, o objetivo passou por testar as ferramentas desenvolvidas para localização de redes de pesca perdidas no fundo do mar.

Mais concretamente no Adriático, Alfredo Martins, Carlos Almeida e Pedro Silva, investigadores do INESC TEC, contribuíram para novas demonstrações do NETTAG+ – projeto europeu que visa combater os malefícios do material de pesca abandonado no fundo marinho. Com recurso ao “veículo robótico IRIS, fizeram-se testes de sensores acústicos para a identificação de equipamentos de pesca ‘fantasma’ [ghost gear]”, explica Carlos Almeida.

O investigador aponta que, “como parceiro neste projeto [NETTAG+], cabe ao INESC TEC desenvolver tecnologias robóticas capazes de demonstrar que podem ser uma boa solução para localizar e identificar redes ou armadilhas de pesca”.

Durante os testes, são colocadas, uma ou mais, tags acústicas em cada uma das redes a serem localizadas. Estas etiquetas, feitas a partir de material reciclado, possuem um identificador único. Deste modo, responderão apenas a um sinal igualmente distinto, emitido por sistemas de localização acústica à superfície ou por veículos robóticos que as tentam localizar.

O equipamento de pesca “fantasma” trata-se de redes, armadilhas e demais ferramentas usados tradicionalmente nesta atividade que acabam por ficar abandonados no fundo do mar, ameaçando espécies e ecossistemas marinhos.

Este problema ganha maior dimensão quando a maioria dos instrumentos de pesca convencionais são atualmente fabricados, sobretudo, à base de nylon e plásticos sintéticos, que não se biodegradam – apenas se fragmentam, dando origem aos infames microplásticos.

O NETTAG+, no qual o INESC TEC é membro integrante, é um projeto financiado pela União Europeia que visa promover a sensibilização, investigação e soluções tecnológicas para a prevenção, mitigação e eliminação dos impactos nocivos do equipamento de pesca abandonado no fundo do mar, incluindo também resíduos resultantes desta atividade.

O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.

Fotografias da autoria de Ivana Grgić e Darko Mihalić.
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