Investigação do INESC TEC desenvolve formula para otimizar preços de Car Sharing

O conceito de car sharing não é novo e ganha fôlego com cada passo em direção à sustentabilidade. Novas realidades surgem, novos desafios procuram solução e novas formas de olhar para os transportes tornam-se inevitáveis.

A investigadora do INESC TEC, Beatriz Oliveira, tem focado algum do seu trabalho nesta área, em busca de soluções que permitam avanços significativos e vantagens para os utilizadores e o meio ambiente. Exemplo disso é o estudo Price optimization for round trip car sharing”, publicado recentemente no European Journal of Operational Research, que mostra que é possível aumentar a sustentabilidade deste tipo de serviços, adequando o preço de cada viagem. O foco está no modelo de ida e volta, que garante que o utilizador devolve o carro no mesmo local onde o levantou.

Imagine que faz a mesma rota trabalho-casa diariamente e quer optar por um sistema de car sharing, de modo a diminuir os custos para as suas finanças pessoais e assegurar menor poluição ambiental. Beatriz Oliveira explica que o estudo agora desenvolvido tem como principal diferença a “utilização de um modelo matemático com uma resolução analítica muito rápida”.

Na prática, isto permitirá às empresas que operam estas frotas atualizar os preços conforme o estado do sistema. O preço deixa de ser fixo e oscila consoante o número de carros em utilização. Se houver muitos carros disponíveis, o preço desce. Quando grande parte da frota está a ser utilizada e a procura é alta, os valores sobem.

No Porto, garante Beatriz, não há neste momento plataformas com este funcionamento, mas o carsharing já é bastante utilizado em países como o Reino Unido, sendo Londres a cidade de referência para as operações estudadas no artigo.

A investigadora garante que este trabalho permite “apoiar a decisão de forma mais rápida” e que as vantagens deste método vão permitir, por um lado, que as empresas adaptem os preços à procura e ao estado da frota e, por outro, que as pessoas, adequem o tempo de utilização de determinado carro às suas necessidades e preços. “Por exemplo, alguém que tencionava usar o carro apenas dez minutos, ao perceber que o preço está mais baixo nesse período, pode decidir usar mais tempo e fazer mais deslocações para resolver assuntos”, explica.

“Com estes dados, as empresas também podem adaptar as suas estratégias e decidir quantos carros querem ter disponíveis para car sharing – e onde”.

Os preços podem, assim, manter-se adequados às empresas fornecedoras e, ao mesmo tempo, responder às necessidades do público, já que “o preço não varia conforme o tempo no dia, mas de acordo com a frota que está disponível”.

O estudo “Price Optimization for Round Trip Car Sharing” foi publicado e pode ser consultado aqui.

A investigadora do INESC TEC mencionada na notícia tem vínculo à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

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