Investigação do INESC TEC para monitorização de ruído no mar em destaque na 36th European Cetacean Society

O INESC TEC marcou presença na 36.ª edição da European Cetacean Society Conference (ECS), uma das principais conferências europeias dedicadas ao estudo e conservação de cetáceos, que este ano decorreu em Ponta Delgada, nos Açores.

Durante três dias, o trabalho que o INESC TEC tem desenvolvido na área da monitorização acústica subaquática e as soluções tecnológicas do Instituto para apoiar a investigação científica no meio marinho foram apresentados.

A presença do INESC TEC na conferência surge na sequência de uma experiência-piloto bem-sucedida, realizada ao largo dos Açores em outubro de 2024. Nessa missão, foi implementado um sistema de monitorização com boias equipadas com sensores acústicos, capazes de detetar sinais sonoros emitidos por cetáceos. O projeto resultou numa grande quantidade de gravações, ainda em fase de análise, mas? que já confirmou a presença significativa destes animais na região. Neste momento, os investigadores da Universidade dos Açores, a quem foram entregues os dados, estão a testar métodos de deteção automática dos sons captados, com recurso a algoritmos desenvolvidos para este fim.

“A nossa participação na conferência foi uma oportunidade estratégica para partilhar o conhecimento adquirido, demonstrar as nossas capacidades tecnológicas e reforçar a ligação com a comunidade científica dedicada ao estudo dos cetáceos”, explica Nuno Cruz, investigador do INESC TEC, onde coordena a área da robótica e sistemas autónomos.

No stand da conferência, o INESC TEC apresentou as boias utilizadas na missão nos Açores e o veículo autónomo subaquático MARES, despertando grande interesse junto da comunidade científica presente. “Muitos dos participantes desconheciam as potencialidades da triangulação e deteção acústica e ficaram particularmente impressionados com a capacidade de personalização tecnológica do INESC TEC”, conta o investigador do INESC TEC.

Além de permitir o registo de sons, os veículos subaquáticos autónomos demonstraram ser ferramentas com elevado potencial para recolha de dados ambientais, como temperatura da água, morfologia do fundo marinho ou presença de cardumes, fatores que podem ser fundamentais para correlacionar comportamentos e padrões de presença de cetáceos com as condições do meio envolvente.

“O nosso objetivo foi mostrar que podemos adaptar a tecnologia às necessidades específicas da comunidade científica, seja para gravar sons, recolher dados ambientais ou apoiar missões em locais remotos ou de difícil acesso”, sublinha Nuno Cruz.

Com esta participação, o INESC TEC reforça o seu papel na investigação marinha com aplicação de tecnologias avançadas, contribuindo para novas abordagens no estudo e conservação de cetáceos e abrindo portas a futuras colaborações nacionais e internacionais nesta área.

 

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

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