Dar resposta às necessidades da indústria tendo em conta a volatilidade do mercado parece ser tarefa simples para o investigador do INESC TEC, João Pedro Souza. Depois de, em 2022, ter visto a sua tese de doutoramento destacada pelos Altice Innovation Awards (AIIA) como uma das três melhores do País, agora, o mesmo trabalho, recebeu o prémio de melhor tese de doutoramento atribuído pela APCA – Associação Portuguesa de Controlo Automático.
Intitula-se “Adaptive Robotic Grasping Planning – A Novel Unified and Modular Grasping Pipeline Architecture” e “baseia-se no design de uma arquitetura de software modular inovadora para preensão robótica, capaz de ser modificada e reconfigurada hierarquicamente, estruturada num fluxo de pipeline para organizar os estudos e a avaliação das abordagens”, explica João Pedro Souza. Em termos práticos permite, por um lado, que os profissionais responsáveis pelos sistemas possam adicionar-lhes novas metodologias de forma simplificada. Por outro, os utilizadores finais consigam configurar o fluxo de trabalho de acordo com as exigências e necessidades de cada tarefa.
A proposta de arquitetura modular para preensão robótica, explica o investigador, “permite a seleção de diversos métodos e técnicas, beneficiando indústrias, empresas e investigadores com a sua adaptabilidade e flexibilidade”.
A verdade é que o trabalho de João Pedro Souza é revestido por um conjunto de inovações que facilitam a integração e avaliação de diferentes metodologias na produção e serviços, oferecendo uma ferramenta intuitiva e poderosa que atende às necessidades da Indústria. “Para além de melhorar o bem-estar dos trabalhadores, possibilitando a implementação rápida de soluções robóticas, a comunidade científica também beneficia com uma estrutura de software base para testar novas contribuições científica”, garante.
Conquistar o título de melhor tese de doutoramento atribuído pela APCA – Associação Portuguesa de Controlo Automático – é, para João Souza, “um reconhecimento do trabalho e dedicação”, mas também “uma motivação para continuar a inovar”.
Para já, a investigação nesta área continua com a aplicação desta proposta em projetos em curso no INESC TEC, focados na manipulação móvel. “Pretendo integrar e testar a arquitetura modular em diferentes cenários práticos, avaliando a sua eficácia e adaptabilidade. Além disso, planeio colaborar com outros investigadores para explorar novas metodologias e aprimorar continuamente a solução, visando dar resposta às necessidades emergentes da Indústria 5.0”, conclui.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.
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