Investigadores apoiam a indústria transformadora na antecipação de perturbações e ruturas nas cadeias de abastecimento

Um grupo de investigadores europeus, incluindo do INESC TEC, vai, ao longo dos próximos três anos, trabalhar no desenvolvimento de modelos de gestão com o objetivo de apoiar e capacitar a indústria transformadora, em particular, as pequenas e médias empresas, para a identificação de eventuais perturbações e ruturas das cadeias de abastecimento – atuais e futuras. Este trabalho será desenvolvido no âmbito do projeto europeu RISE-SME e será focado em quatro ecossistemas industriais: agroalimentar, digital, mobilidade e transportes, e têxtil.

Flexibilidade, agilidade e resiliência são as palavras de ordem do novo projeto europeu RISE-SME – Resilient Industry Supply Chain Enhancement for SMEs, que conta com a participação do INESC TEC e reúne parceiros de cinco países europeus. O consórcio vai, por um lado, desenvolver modelos de gestão e, por outro, promover parcerias entre empresas, alavancando a adoção de tecnologias avançadas.

Relativamente aos modelos de gestão, a ideia é, segundo explica Ricardo Zimmermann, investigador do INESC TEC, desenvolver um modelo quantitativo que tenha em consideração as especificidades de cada um dos quatro ecossistemas industriais – agroalimentar, digital, mobilidade e transportes, e têxtil. “O INESC TEC terá um papel fundamental na identificação das fragilidades e dependências críticas das cadeias de abastecimento dos quatro ecossistemas abrangidos pelo projeto, especialmente aquelas que se relacionam com a utilização de tecnologias, assim como na definição de modelos de gestão ajustados às especificidades de cada setor”, avança.

A equipa do INESC TEC, em conjunto com as restantes equipas envolvidas no projeto, vai trabalhar no mapeamento exaustivo dos ecossistemas e na identificação das perturbações, riscos e fragilidades associados às suas atividades. “A partir deste mapeamento, serão definidos modelos de gestão, que vão incluir formas de gerir e medir a resiliência das cadeias de abastecimento”, refere Ricardo Zimmermann, acrescentando que a partir das metodologias desenvolvidas para cada ecossistema será criado um modelo quantitativo.

“Este modelo servirá como uma ferramenta muito relevante para as PME, já que as vai capacitar para a deteção e antecipação de perturbações e ruturas – atuais e futuras – nas suas cadeias de abastecimento”. Além disso, conta o investigador, o consórcio do RISE-SME vai identificar oportunidades de adoção de tecnologias avançadas por parte das PME, explorando possibilidades de colaboração entre empresas. A adoção de tecnologias avançadas contribuirá para aumentar a flexibilidade, agilidade e resiliência das cadeias de abastecimento.

“Queremos incentivar colaborações estratégicas entre as PME com modelos de negócio considerados tradicionais, e as chamadas tech-savvy SME, isto é, empresas com modelos empresariais inovadores que desenvolvem, produzem ou comercializam tecnologia avançada, de forma a dotarmos as cadeias de abastecimento de uma maior capacidade de responderem e recuperarem de eventos inesperados. No fundo, queremos contribuir para criar ecossistemas industriais mais robustos e fiáveis e, consequentemente, mais competitivos e sustentáveis, quer do ponto de vista social, como ambiental”, admite Ricardo Zimmermann.

O RISE-SME – Resilient Industry Supply Chain Enhancement for SMEs – é financiado pela Comissão Europeia ao abrigo do Programa Horizonte Europa, tem uma duração de três anos e reúne nove parceiros de cinco países europeus.

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