O caminho para a transição energética une dois continentes – e passa pelo INESC TEC

Um projeto de cooperação científica junta 11 instituições da Europa e da América do Sul para impulsionar a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis, e sob um modelo de cooperação horizontal de elevado impacto social. Chama-se Energytran e tem o INESC TEC como parceiro, que vai acolher investigadores e apoiá-los no desenvolvimento de soluções tecnológicas.

Transição energética limpa, sustentável e justa. É este o desígnio do projeto Energytran, que quer aproximar a Europa, a América Latina e o Caribe, apoiar investigação em tecnologias “verdes” e avançar políticas públicas que cimentem o caminho para a neutralidade carbónica e ajudem a construir um ecossistema resiliente ao serviço dos cidadãos.

O INESC TEC é um dos 11 parceiros que vão procurar encontrar soluções que beneficiem os cidadãos de ambas as regiões através “da geração, troca e transferência de tecnologia entre parceiros da Comunidade Europeia (CE) e parceiros da América Latina e do Caribe, ligados à investigação e desenvolvimento”, indica David Rua, investigador do INESC TEC. O projeto quer, a partir dos resultados deste intercâmbio e conhecimento, criar bases para apoiar a tomada de decisão.

“Serão exploradas tecnologias existentes e estratégias adaptadas ao contexto de diferentes países, mas que contribuam para a transição energética, inovando através da modernização das tecnologias desenvolvidas para fornecer soluções para uma eletrificação progressiva, integrando vetores de energia descarbonizados e de baixas emissões. No caso do INESC TEC, serão explorados sistemas de base de hidrogénio na vertente de armazenamento e conversão energética”, adianta.

Durante os 24 meses de duração do Energytran, o INESC TEC vai apoiar o desenvolvimento de soluções tecnológicas feitas pelos investigadores que, vindos de “instituições que sejam reconhecidamente líderes”, escolham o Instituto para o seu programa de intercâmbio.

O objetivo é gerar diálogo e intercâmbio para um conhecimento mais aprofundado do contexto das Américas e gerar conhecimento sobre como colocar essas ferramentas – desde energia limpa à dessalinização da água – ao serviço das pessoas. Um dos objetivos passa mesmo por abarcar também as comunidades indígenas e rurais nesta transformação – a transição para as energias renováveis pode ser uma oportunidade para melhorar o acesso à rede elétrica e mitigar a pobreza.

“O INESC TEC contribuirá e estará mais bem preparado para contribuir para as políticas de descarbonização globais e será capaz de compreender melhor os desafios de outros países. Do ponto de vista da investigação, esperam-se colaborações através de publicações científicas”, explica David Rua.

O projeto liderado pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI) rege-se por princípio da cooperação horizontal, inclusividade, ciência cidadã e impacto social. Com a participação de universidades e instituições de investigação, o Energytran junta Argentina, Chile, Costa Rica, Espanha, México e Portugal – para além do INESC TEC, o Instituto Politécnico de Setúbal também integra o consórcio.

A transição energética tem sido uma das prioridades nas agendas políticas tanto da União Europeia como da região da América Latina e Caraíbas, tendo em vista o compromisso de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, o teto estabelecido no Acordo de Paris, assinado em 2015. O Energytran está integrado no programa “Horizonte Europa” da CE.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC

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