Pode a ciência feita em Portugal influenciar o futuro energético da União Europeia?

Recentemente, investigadores do INESC TEC colaboraram com o laboratório de interoperabilidade em redes inteligentes do Joint Research Centre (JRC) – o serviço científico da Comissão Europeia que apoia a criação de políticas públicas – para formar os seus técnicos em interoperabilidade semântica, uma tecnologia-chave para a digitalização do setor energético europeu.

A iniciativa foi conduzida pelos investigadores do INESC TEC Fábio Coelho e Vasco Campos, no seguimento do projeto europeu InterConnect, e incluiu a instalação de um ambiente de teste no laboratório do JRC, que permite experimentar e validar a Semantic Interoperability Framework (SIF) com equipamentos domésticos inteligentes. Depois de uma primeira abordagem e troca de ideias, a formação começou em Petten, nos Países Baixos, e viajou depois até ao Porto para um conjunto de demonstrações.

“Esta framework consiste num conjunto de plataformas digitais aliadas a standards da área de energia que garante que diferentes sistemas de informação ‘falam a mesma língua’. Neste caso concreto, apresentamos o funcionamento da SIF aplicada a eletrodomésticos inteligentes de marcas com grande impacto no mercado europeu, tais como Miele, Bosch e Ariston. Para mostrar como seria o comportamento desta ferramenta numa situação real, fizemos uma demonstração ao vivo com os equipamentos do laboratório x-Energy do INESC TEC, uma das infraestruturas de investigação do Instituto”, explica Vasco Campos.

O JRC, enquanto serviço científico e de conhecimento da Comissão Europeia, tem como missão fornecer evidências sólidas para apoiar a formulação de políticas públicas em áreas tão diversas como energia, clima, segurança alimentar, saúde ou inovação digital. A parceria com o INESC TEC contribui assim para reforçar a adoção de soluções tecnológicas abertas e interoperáveis, em linha com a estratégia europeia de transição energética e transformação digital.

“Esta colaboração é um passo importante porque demonstra como o conhecimento científico produzido em projetos como o InterConnect pode ser diretamente transferido para instituições europeias que definem políticas. Ao formar os técnicos do JRC, estamos a garantir que têm condições para testar e validar tecnologias interoperáveis que serão essenciais na digitalização do setor energético europeu”, acrescenta o investigador.

Este é um sinal de que a Europa encara a interoperabilidade não apenas como um conceito técnico, mas como uma peça central para criar mercados energéticos mais flexíveis, inclusivos e sustentáveis.

O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com
EnglishPortugal