Três anos depois, SoTecIn Factory já acelera a inovação circular na indústria

Em 2022, arrancava, sob liderança do INESC TEC, e com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de uma indústria mais sustentável e resiliente, o SoTecIn Factory. Três anos volvidos, o projeto juntou, num único evento, dezenas de tecnologias que foram desenvolvidas para potenciar a circularidade das cadeias de valor. Ao longo de dois dias, o SoTecIn Factory Start-up Day deu visibilidade a soluções circulares de elevado impacto nos setores dos plásticos e embalagens, têxtil e agroalimentar e quis aproximá-las de empresas e organizações interessadas em aumentar a circularidade dos seus processos.

 

30 Startups de 14 países europeus – Estónia, Países Baixos, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, França, Eslováquia, Grécia, Bélgica, Roménia, Lituânia, Polónia e Croácia – marcaram presença no evento para apresentar as suas inovações sustentáveis.

Mais do que uma mostra de inovação, este foi um momento-chave para avaliar a atratividade e competitividade das tecnologias desenvolvidas, potenciar a sua integração no mercado e acelerar a construção de um futuro mais sustentável, resiliente e colaborativo.

“Este tipo de evento aproxima a ciência e a investigação das necessidades do mercado, e permite acelerar a transição para modelos mais circulares e sustentáveis. As empresas que cá estão trazem soluções reais de circularidade, que estão a ser testadas e comercializadas nas cadeias de valor dos setores Têxtil, Plásticos e Embalagens e Agroalimentar”, refere Gustava Dalmarco, investigador do INESC TEC e coordenador do projeto.

Para além das demonstrações tecnológicas em exibição, decorrem, em paralelo, apresentações de startups e sessões de matchmaking, com o apoio da Enterprise Europe Network (EEN, criando oportunidades reais de colaboração entre inovadores, investidores e atores da indústria

“Este ambiente de cocriação é essencial para acelerar a integração das soluções no tecido empresarial, fomentar a inovação aberta entre diferentes players e impulsionar o crescimento conjunto dos negócios. Os encontros de negócios promovidos pela EEN são particularmente relevantes neste contexto, pois facilitam o contacto direto entre startups, empresas estabelecidas e potenciais parceiros nacionais e internacionais, criando oportunidades concretas de colaboração, investimento e escalabilidade,” explica Cristina Barbosa, investigadora do INESC TEC.

Soluções com potencial para transformar setores críticos

Vamos a exemplos? Começamos em Portugal, com a Swyco, fundada em 2022, no Porto, que atua na promoção da sustentabilidade e da economia circular no setor da moda e lifestyle. Através de uma plataforma digital, ajuda marcas a adotarem práticas mais ecológicas, ao gerir devoluções de produtos, facilitar a revenda e conectar com serviços de reparação e reciclagem.

A empresa alemã The Ocean Package apresentou um sistema de embalagens reutilizáveis, produzida a partir de redes de pesca, para logística. O sistema pretende substituir soluções de uso único, contribuindo também para a redução da poluição marinha.

Já a Ideas Forward, da Grécia, apresentou o CO2Path – uma plataforma que permite às empresas monitorizar e reportar com precisão as emissões de carbono nas operações logísticas, promovendo decisões mais sustentáveis e alinhadas com as exigências regulatórias.

Da Bélgica, chega-nos a Okret com uma plataforma digital que permite às empresas do setor têxtil gerir, de forma centralizada e eficiente, todo o ciclo de vida circular dos seus produtos. Isto inclui processos como recolha pós-venda (takeback), revenda, reparação ou transformação (remake) de produtos — atividades essenciais para a transição para modelos de economia circular.

A startup Myceen, da Estónia, propõe uma solução biológica baseada em micélio – as raízes dos fungos – para criar materiais de isolamento e objetos de design ecológicos, com aplicações na construção e decoração.

A empresa SmartMBSE apresenta o RElio, uma plataforma digital criada na Hungria está a transformar a forma como produtores locais e consumidores conscientes se ligam, promovendo redes comunitárias focadas na sustentabilidade. A solução combina um mercado digital de produtos sustentáveis, com um espaço de interação comunitária, facilitando a transição de cadeias de abastecimento longas e centralizadas para modelos curtos, resilientes e distribuídos.

Existem ainda outros produtos, serviços e oportunidades de investimento que podem ser explorados no marketplace do projeto.

Financiado pelo Programa Horizonte Europa, o SoTecIn Factory, que chega agora ao fim, teve como objetivo criar uma comunidade ativa ao desenvolver ações para a circularidade e o impacto social da industria europeia. Além disso, apoiou 50 empresas no desenvolvimento de soluções avançadas para a eficiência de recursos e energia, encontrando assim alternativas sustentáveis de fornecimento, aumento da autonomia europeia e competências de empreendedorismo social, essenciais para a transição verde e digital.

 

Os investigadores mencionados na notícia tem ligação ao INESC TEC.

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