Para cima de uma centena de estudantes universitários passaram pelo INESC TEC para quatro semanas de imersão num instituto de investigação de referência. Os números mostram que um terço dos estudantes receberam bolsas de investigação para continuar os seus trabalhos de investigação no INESC TEC após a experiência terminar. Alguns resultaram mesmo em contratos de trabalho.
É assim há oito anos: o INESC TEC abre as portas a dezenas de estudantes para o seu primeiro acesso a laboratórios e tecnologia de ponta em Portugal e para desenvolverem um projeto científico à sua escolha. Este ano não foi exceção: 121 jovens contactaram de perto com dezenas de investigadores e investigadoras do Instituto para um primeiro vislumbre de uma futura carreira a desenvolver ciência com impacto, resolvendo problemas práticos e reais.
Os Estágios de Verão do INESC TEC cobriram 80 tópicos de investigação e, nesta edição, trouxeram o mundo real para dentro das paredes do Instituto. Os estudantes de licenciatura e mestrado que se apresentaram para quatro semanas de estágio encontraram também desafios propostos por organizações parceiras do INESC TEC, como empresas e hospitais. Esta imersão no dia-a-dia num centro de investigação acaba, invariavelmente, por “despertar a curiosidade sobre o que significa ser investigador”, assinala Sara Brandão, responsável pelo Gabinete de Estudantes na Investigação do INESC TEC.
A experiência planta uma “semente” que abrange mais do que o futuro profissional. “O potencial capacitador destes estágios vai muito além de preparar os jovens para uma carreira na ciência. Ao oferecer uma experiência única de contacto direto com a investigação científica, os estudantes adquirem competências técnicas e têm a oportunidade de trabalhar lado a lado com investigadores, resolvendo problemas práticos e reais. Para além disso, desenvolvem também capacidades transversais essenciais, como comunicação, autonomia e pensamento crítico. Por todas estas razões, entendemos que esta vivência constitui uma verdadeira mais-valia para o futuro, seja numa carreira científica ou em qualquer outro percurso profissional”, adianta.
Uma pegada que perdura
E muitas vezes esse percurso continua na casa de partida: nas duas últimas edições (2023 e 2024), um em cada três participantes recebeu uma bolsa de investigação para prosseguir trabalhos de investigação na instituição. Mas não é tudo: parte do trabalho desenvolvido pelos estagiários galgou as fronteiras do INESC TEC via publicações científicas ou apresentações em conferências – e mesmo em ofertas de emprego: uma das colaborações resultou num contrato de trabalho para investigação na área de energia.
Na edição deste ano, que aconteceu entre julho e setembro, o INESC TEC recebeu 257 candidaturas e foram selecionados 121 estudantes. Um quarto dos estagiários – que aprofundaram conhecimentos nas áreas de bioengenharia, telecomunicações, ciência da computação e engenharia, inteligência artificial, robótica, sistemas de energia e gestão de sistemas –, procurou obter equivalência ao estágio curricular, requisito para a conclusão da sua licenciatura.
A semente para o futuro é plantada aqui
Os estágios chegaram ao fim com uma sessão de encerramento de holofotes postosrequisito paraentistas. Da robótica à bioengenharia e inteligência artificial, num momento de partilha, os jovens apresentaram os principais resultados das suas quatro semanas de estágio e foram entregues prémios e distinções aos projetos que demonstraram qualidade e impacto excecionais nos diferentes domínios de investigação.
“Durante o meu estágio de verão, vivi uma experiência absolutamente incrível do início ao fim”, começa por dizer Pedro Mendes, um dos participantes na edição deste ano. O estagiário investigador debruçou-se sobre o que pode fazer a Inteligência Artificial para detetar sinais de depressão com base em dados de interação humano-computador (IHC).
E a “semente” anteriormente referida, sobre o que o INESC TEC procura com a iniciativa, foi plantada. “Adorei conhecer pessoas novas e senti-me sempre muito bem recebido e tratado por toda a equipa. Foi uma oportunidade única para estudar e desenvolver os meus conhecimentos numa área totalmente nova, tendo a possibilidade de experimentar um pouco do que é realmente fazer investigação”, acrescenta Pedro.
Na computação, um dos prémios foi para Rui Araújo, que viu, no INESC TEC, o futuro cada vez “mais perto da ficção científica” – mais “do que se poderia imaginar”. “Foi um privilégio explorar tecnologias emergentes que transformarão a engenharia de software”, diz o estudante. Carolina Gonçalves e Marco Costa também foram testemunhas do que pode ser esse futuro. No decorrer das semanas, interagiram com dispositivos de realidade virtual pela primeira vez. Resultado: “uma experiência muito gratificante”. “Conseguimos trabalhar com vários dispositivos que nunca tínhamos usado durante a licenciatura e mestrado e ganhámos uma compreensão mais ampla das áreas de interação humano-máquina e realidade virtual, que são áreas pelas quais temos um interesse particular”.
“Renovar ideias”, numa troca justa
No fim, não são só os estudantes que saem a ganhar. Os Estágios de Verão reforçam, frisa Sara Brandão, “o papel do INESC TEC como agente de capacitação avançada, fortalecendo a ligação entre educação e investigação e contribuindo para a reputação e impacto institucional”.
“Para o INESC TEC, este contacto direto com estudantes de 1º e 2º ciclo do ensino superior traz múltiplas vantagens: aproxima os jovens das carreiras de investigação, inspira talentos e contribuiu para formar a próxima geração de profissionais altamente qualificados, independentemente do percurso que venham a seguir. É também uma oportunidade de renovar ideias e identificar futuros talentos que poderão integrar a instituição”, acrescenta a responsável pelo Gabinete de Estudantes na Investigação do INESC TEC.
A iniciativa dos Estágios de Verão arrancou em 2017 no seio de um grupo de investigação da área de telecomunicações e multimédia do INESC TEC. O sucesso da iniciativa fez com que rapidamente se expandisse a outros centros de investigação do Instituto. Na edição de 2023, que já envolvia mais de 50 investigadores e ultrapassou a centena de participantes, tornou-se assim numa iniciativa consolidada que abrange a maioria das áreas de investigação do INESC TEC.
Com cada nova edição dos Estágios de Verão, o INESC TEC continua a abrir caminhos para o futuro da ciência, inspirando jovens talentos e reforçando o compromisso do Instituto com a formação, a investigação e a inovação.
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