O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) é uma associação privada, sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, criada em 2006, no seio da Universidade do Porto. O ISPUP tem como missão contribuir para o desenvolvimento, aplicação e divulgação de novos conhecimentos no domínio da saúde pública, com o intuito de melhorar e proteger a saúde da população humana.
No mês em que se celebrou o Dia Mundial da Saúde (7 de abril), estivemos à conversa com Henrique Barros, Presidente do ISPUP.
Nome da organização: ISPUP
Área de negócio: Saúde Pública
Nome da entrevistada: Henrique Barros
Função na organização: Presidente
Centros do INESC TEC com que colaborou: Computação Centrada no Humano e Ciência da Informação (HumanISE), Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD) e Laboratório de Software Confiável (HASLab)
Nome do projeto: SI.VIDA, Diários de uma Pandemia, RECAP/Geração 21 e StayAway Covid
Responsáveis no INESC TEC: José Correia, Artur Rocha, Rui Camacho e Rui Oliveira
Qual é a ligação do ISPUP com o INESC TEC?
Na verdade, os dois Institutos colaboram desde há mais de 15 anos, nomeadamente, na construção de soluções – que foram pioneiras – para a colheita e organização de informação relevante em saúde, numa perspetiva de gestão clínica, como foi o caso da infeção pelo VIH, ou de investigação e ligação de registos, como acontece com as coortes populacionais que vimos seguindo.
As duas instituições têm trabalhado em conjunto no projeto RECAP/Geração 21, bem como noutros pontos mobilizadores de saúde pública. Como vê esta colaboração com impacto na sociedade?
É um caminho muito estimulante porque faz a ligação entre a investigação, que persegue perguntas ligadas à curiosidade, com soluções que podem não só mudar a compreensão dos problemas de saúde, bem como ajudar a vida das pessoas.
Quais são os principais resultados desta colaboração?
A criação de uma plataforma que terá um enorme relevo no futuro de múltiplas colaborações internacionais em que se utilizam dados de grande sensibilidade, cuja transferência coloca problemas de proteção dos indivíduos. Aliás, um trabalho aprofundado sobre as questões éticas e legais da ligação de registos, a formulação de processos mais amigos dos participantes em estudos longitudinais para a obtenção de informações dispersas por múltiplas bases com identificador comum e, ainda, a comparação dos quadros internacionais de ação sobre a proteção de dados foram contributos inovadores relevantes. Igualmente, colaborou-se na utilização de machine learning como utensílio de análise de dados e de compreensão dos determinantes de participação em estudos na área da saúde. Além disso, mostramos a relevância e a viabilidade de criar estudos de coorte com suporte de Internet.
Como tem sido a experiência com INESC TEC?
Excelente! Pela compreensão da natureza dos problemas com que nos deparamos pelo lado da saúde, bem como pela capacidade de organizar uma espécie de inteligência comum no desenho de soluções para problemas de investigação em saúde.
O que valoriza nesta colaboração?
A enorme disponibilidade e a vontade de identificar fatores de inovação e de utilidade, tal como se verificou no desenvolvimento da app StayAway Covid.
O que podemos esperar nos próximos anos do ISPUP?
O aprofundar do nosso trabalho conjunto e sobretudo liderança em projetos europeus.